Cashback 2027: como micro e pequenas empresas devem se preparar para o novo cenário
Devolução de tributos prevista na reforma tributária exige regularização e organização financeira para garantir competitividade
O Brasil soma 24,2 milhões de empresas ativas, das quais 93,8% são micro e pequenos negócios, segundo o Mapa de Empresas do governo federal. Entre maio e agosto de 2025, mais de 1,6 milhão de novas empresas foram abertas, mas o período também registrou 942 mil fechamentos. O saldo positivo de novas firmas mostra vitalidade, mas também revela a fragilidade do setor, que sofre para se manter diante de custos elevados e acesso restrito ao crédito.
A decisão do Banco Central de manter a Selic em 15% ao ano, em linha com a expectativa de mercado, prolonga esse quadro. Com os juros congelados em patamar elevado, o crédito continua caro, encarece o capital de giro e limita novos investimentos das micro e pequenas empresas. “Muitos acabam recorrendo a recursos próprios ou a linhas alternativas, o que pressiona ainda mais o dia a dia do negócio”, afirma Fábio Saraiva, advogado e presidente da Conaje (Confederação Nacional de Jovens Empresários).
O mercado projeta que os primeiros cortes de juros só devem ocorrer em 2026. De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a expectativa é de que a Selic encerre o próximo ano em 12,25%, contra os atuais 15%, o que mantém a necessidade de adaptação imediata dos pequenos negócios. Para atravessar esse período sem sufocar as contas, Saraiva sugere cinco caminhos:
1) Reforce a gestão financeira. Controle rigoroso de custos, planejamento de fluxo de caixa e separação entre contas pessoais e empresariais são pontos básicos, mas decisivos. Investir em capacitação de gestão e finanças também é essencial para melhorar os resultados.
2) Negocie prazos e busque parcerias. Ajustar condições com fornecedores e clientes pode dar fôlego imediato ao caixa.
3) Invista em digitalização. Ferramentas simples ajudam a reduzir gastos operacionais e ampliar eficiência.
4) Explore crédito alternativo. Cooperativas, fintechs e agências de fomento regionais oferecem condições que podem ser mais vantajosas que os bancos tradicionais. Compare sempre taxas, prazos e exigências.
5) Evite armadilhas. Não assuma dívidas sem planejamento, não use financiamento longo para despesas curtas e nunca misture finanças pessoais com as da empresa.
O especialista lembra que o cenário pode ser aproveitado por quem conseguir se organizar. “O crédito não vai ficar mais barato no curto prazo, então os empreendedores precisarão seguir com eficiência e inovação. A boa notícia é que, com a inflação sob controle e setores em recuperação, quem se organizar agora terá condições de atravessar esse momento e sair mais competitivo quando os juros começarem a cair”.
Sobre a Conaje
A Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje) é uma entidade sem fins lucrativos que atua há 25 anos no fomento ao empreendedorismo e na capacitação de jovens lideranças empresariais. Está presente em 18 estados e reúne mais de 15 mil jovens empresários. Com 21 movimentos locais ativos, a Conaje promove ações voltadas à formação de lideranças, à geração de negócios e ao fortalecimento de políticas públicas para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas.
Entre os projetos de maior relevância da entidade estão o Feirão do Imposto, o Conaje Capacita, a Semana Global do Empreendedorismo e o Concurso Nacional de Startups. A Conaje também representa o Brasil em instâncias como BRICS Jovem, FIJE (Federação Ibero-Americana de Jovens Empresários), Mercosul Jovem e G20, na articulação de pautas do empreendedorismo nacional para o cenário internacional.
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