Ageless: entenda a crise do desengajamento e como superá-la nas empresas
Por Patrícia Ansarah*
Estamos diante de paradoxos estruturais que fragilizam as estratégias de engajamento. Um deles é o desequilíbrio entre o investimento em habilidades técnicas e competências relacionais (justamente aquelas que sustentam a qualidade das relações).
Outro paradoxo recorrente é o modelo tradicional de desenvolvimento de líderes: empresas oferecem programas robustos para formar “líderes de time”, mas os desenvolvem de forma isolada, colocando líderes entre os líderes. No entanto, só se consolida a liderança de times quando a mesma é construída junto com o time.
Um relatório da Gallup, em 2024, mostra que tornou-se imperativo reconhecer a urgência de investir no desenvolvimento de lideranças eficazes e na criação de um ambiente de trabalho que, de fato, priorize o bem-estar dos profissionais. Um caminho para resolver essa questão pode ser com a liderança dando o exemplo com uma dica prática que é criar rituais de conversa intencional que abra espaços de reflexões coletivas e estimulem a corresponsabilização. Perguntas como: “como estamos trabalhando juntos?”, “o que está nos aproximando ou nos afastando?”, “há algo que está nos impedindo de ser melhor junto?” ajudam a ampliar perspectivas, legitimar desconfortos e transformar tensão em aprendizado para ação.
Outro ponto importante é que a segurança psicológica é o alicerce invisível e precisa ser vista como um diferencial competitivo. Diante dos desafios cada vez mais complexos, dificilmente faremos algo sozinho, precisamos pensar juntos e encontrar, colaborativamente, novos caminhos e soluções para aquilo que nunca vivemos antes e dar um novo significado para o trabalho. Empresas que colocarem as relações humanas como prioridade, revendo suas políticas e processos internos, sairão desta crise mais rápido.
O desengajamento é estrutural, não geracional. O que as novas gerações estão fazendo é dar voz ao que outras já sentiam, mas não ousavam expressar. Por isso acredito que reverter a crise do desengajamento é possível, mas para isso, precisaremos abandonar velhas lógicas e crenças. Não há engajamento verdadeiro sem uma cultura que apoie o erro como aprendizado, o feedback como prática e o pertencimento como premissa.
*Patricia Ansarah é precursora do conceito de segurança psicológica no Brasil, com mais de 20 anos atuando em RH e como executiva de grandes empresas. Criadora do Instituto Internacional de Segurança Psicológica (IISP), primeira entidade voltada exclusivamente ao tema em território nacional, para endossar o pioneirismo e dar visibilidade ao tema no Brasil e levar soluções integradas por meio da segurança psicológica para o desenvolvimento de times e organizações.
Patricia Ansarah, fundadora do IISP Saiba o que é a crise do desengajamento que atinge as empresas mundialmente
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