Redes híbridas exigem nova abordagem para gestão de riscos cibernéticos
* Por Fernando de Falchi
O ambiente empresarial contemporâneo passou por transformações estruturais significativas. O modelo tradicional, sustentado por data centers físicos e redes internas controladas, deu lugar a uma arquitetura distribuída e altamente dinâmica, que inclui nuvens públicas e privadas, escritórios remotos, dispositivos móveis, APIs e cargas de trabalho em constante movimento. Essa nova realidade, conhecida como Hybrid Mesh Network Security (Segurança de rede de malha (mesh) híbrida), oferece maior eficiência e agilidade operacional, mas amplia substancialmente a superfície de ataque e, consequentemente, o risco cibernético.
Segundo o Gartner, até 2026 mais de 70% das organizações deverão adotar arquiteturas de segurança híbridas como eixo central de suas estratégias. Esse movimento reflete não apenas uma tendência tecnológica, mas uma resposta à crescente complexidade dos ambientes de TI e à necessidade de proteger o que é essencial: a continuidade operacional, a reputação institucional e a confiança dos stakeholders.
Executivos em posições como CIO e CISO têm a responsabilidade de proteger o valor estratégico da organização. Isso inclui mitigar ameaças capazes de interromper serviços, expor dados sensíveis, provocar sanções regulatórias e comprometer a imagem da empresa perante clientes e investidores.
Redes híbridas exigem a gestão coordenada de múltiplos firewalls, aplicações em nuvem, dispositivos remotos e integrações externas. Essa complexidade operacional aumenta os pontos de vulnerabilidade, elevando a exposição a ataques capazes de comprometer a continuidade dos negócios, gerar perdas financeiras e danos reputacionais. Daí, as principais fontes de risco são:
Aplicações distribuídas entre diferentes nuvens (AWS, Azure, GCP);
Acesso remoto por colaboradores e terceiros;
Tráfego entre SaaS, APIs, filiais e cargas de trabalho;
Dispositivos não gerenciados e usuários fora da rede tradicional.
Sem visibilidade centralizada e proteção coordenada, esses elementos tornam-se pontos de entrada para ameaças como ransomware, exploração de APIs e movimentações laterais.
Firewalls híbridos como pilares de governança e conformidade
A proteção eficaz em ambientes híbridos começa com firewalls posicionados em diferentes camadas da infraestrutura. No data center, esses dispositivos continuam essenciais para proteger cargas críticas com segmentação e resposta em tempo real. Em filiais, a integração com SD-WAN garante segurança local alinhada à estratégia corporativa.
Na nuvem, firewalls possibilitam uma proteção uniforme e escalável entre diferentes provedores, com visibilidade e controle centralizados. Em cenários com equipes remotas, o modelo Firewall as a Service (FWaaS) permite proteção sob demanda, sem necessidade de hardware.
O sucesso dessa abordagem depende de uma gestão unificada, capaz de orquestrar políticas, automatizar atualizações e responder rapidamente a incidentes. Essa centralização reduz a complexidade, minimiza erros humanos e assegura conformidade regulatória.
Outra preocupação e ponto de atenção são para as aplicações Web e APIs como vetores de ataque. A digitalização acelerada e o uso extensivo de APIs aumentaram a exposição das aplicações web. Por isso, investir em Web Application Firewalls (WAFs) modernos é decisivo. Eles bloqueiam ataques automatizados, evitam exploração de vulnerabilidades (como as listadas no OWASP Top 10) e fornecem visibilidade sobre o tráfego de aplicações.
A partir dos WAFs e do modelo FWaaS, mais práticas de segurança podem sem adotadas:
XDR: inteligência e agilidade na detecção e resposta
A solução XDR (Extended Detection and Response) representa um salto na capacidade de resposta. Ao integrar dados de endpoints, redes, identidades e nuvem, o XDR antecipa ameaças e automatiza respostas por meio de playbooks.
Isso acelera o tempo de reação, reduz a carga das equipes de segurança (SOC) e assegura a continuidade dos processos críticos.
Zero Trust: modelo essencial para a confiança digital
O modelo Zero Trust baseia-se no princípio de "nunca confie, sempre verifique". Aplicado a ambientes híbridos, ele fortalece a governança, restringe acessos não autorizados e previne movimentações laterais.
Essa abordagem é fundamental para garantir conformidade com normas como LGPD, ISO 27001 e PCI-DSS, promovendo ambientes auditáveis e resilientes.
Impactos estratégicos para o negócio
Organizações que implementam uma arquitetura de segurança integrada, com elementos como Zero Trust, XDR, WAF, SD-WAN, SASE e automação, obtêm resultados concretos:
. Redução da superfície de ataque e agilidade na resposta a incidentes;
. Manutenção das operações mesmo sob ataques sofisticados;
. Conformidade com regulamentações e contratos;
. Reputação fortalecida junto ao mercado;
. Base sólida para a transformação digital.
A segurança da informação deixou de ser uma função de apoio para tornar-se parte do planejamento estratégico. Proteger dados, garantir operações e viabilizar inovação com confiança é uma responsabilidade de liderança.
A maturidade em segurança digital é fator crítico para sustentar o crescimento, proteger a reputação e garantir a perenidade dos negócios. A jornada começa com decisões alinhadas à estratégia, à governança e à realidade dos ambientes híbridos e distribuídos!
* Fernando de Falchi é gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Software Brasil.
Sobre a Check Point Software Technologies Ltd.
A Check Point Software Technologies Ltd é líder na proteção da confiança digital (digital trust), utilizando soluções de segurança cibernética com tecnologia de IA para proteger mais de 100.000 organizações em todo o mundo. Por meio de sua Plataforma Infinity e de um ecossistema aberto, a abordagem de prevenção em primeiro lugar da Check Point Software oferece eficácia de segurança líder do setor, reduzindo riscos. Empregando uma arquitetura de rede de malha (mesh) híbrida com SASE como núcleo, a Plataforma Infinity unifica o gerenciamento de ambientes locais, na nuvem e em ambientes de trabalho, oferecendo flexibilidade, simplicidade e escala para empresas e provedores de serviços.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>