Desempenho da Previ em 2024 gera alerta no TCU, que abre auditoria
O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu, na última quarta-feira, com urgência, auditoria para avaliar o desempenho financeiro da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Com base em informações divulgadas, a abertura foi realizada a pedido do ministro Walton Alencar Rodrigues, que disse: “Os resultados obtidos em 2024 dão causa a gravíssimas preocupações”.
Segundo informações publicadas pela Previ, o ministro relatou que, entre janeiro e novembro de 2024, um dos planos de previdência da entidade registrou prejuízo de R$ 14 bilhões. Ainda de acordo com ele, em cada um dos dois anos anteriores, o resultado tinha sido positivo, em aproximadamente R$ 5 bilhões. O ministro afirmou também que os investimentos feitos pela Previ no ano passado renderam 1,58%, enquanto em 2023 o retorno tinha sido de 16,12%. “Ou seja: se [em 2024 os administradores] tivessem pegado o dinheiro e comprado títulos do Tesouro, [os investimentos] teriam rendido o valor integral da Selic e mais acréscimos”, disse. “O fato é seríssimo, elevando os riscos dos segurados do Banco do Brasil, da Previ.”
A matéria do Valor Econômico também afirma que Rodrigues comentou que o “desempenho foi substancialmente menor [em 2024] para quase todas as classes de investimento: renda fixa, renda variável, ativos imobiliários e investimentos estruturados”.
O ministro acredita que esse desempenho traz riscos inclusive para o Banco do Brasil (BB) e ao governo federal, já que a instituição é uma sociedade de economia mista. Por isso, a União “em caráter extraordinário poderá ser obrigada até a contribuir paritariamente com os segurados”. O pedido foi acatado pelo presidente do TCU, Vital do Rêgo Filho, que determinou a abertura da auditoria.
O portal procurou a Previ, que divulgou uma nota se posicionando a respeito. Uma fonte próxima ao assunto afirmou ao Valor que os planos da Previ têm “zero risco de equacionamento”. O equacionamento é uma forma de financiar um déficit em planos de previdência para que os participantes possam receber os benefícios futuros. Quando isso ocorre, o resultado deficitário é compensado por patrocinadores, participantes e assistidos.
De acordo com a fonte ouvida pelo Valor, os dados sobre desempenho dos fundos geridos pela Previ são públicos e disponibilizados mensalmente. O resultado de dezembro é o único que ainda não foi divulgado, o que será feito quando o fundo consolidar o resultado do ano completo, em março.
“Não é surpresa que tenha sido um ano difícil por razões conjunturais, os dados são publicados todos os meses”, disse a fonte, que atribuiu a abertura da auditoria a “um movimento político para atacar a atual gestão do fundo”.
O fim da obrigatoriedade da chamada “marcação a mercado” dos títulos na carteira dos fundos de pensão, aprovado em dezembro do ano passado pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) e com prazo para adaptação até 2026, pode ter influência nos resultados da Previ.
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