Executivas trabalham em prol da igualdade de gênero no mercado de trabalho
Aceleração do desenvolvimento de talentos femininos, protagonismo nas áreas de Tecnologia e Finanças, além de liderança são alguns dos focos dessas mulheres
Apesar dos avanços, as mulheres ainda enfrentam muitos desafios no mercado de trabalho. Segundo informações divulgadas, em 2019, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, os homens tiveram um rendimento médio mensal 28,7% maior do que as trabalhadoras. Enquanto eles receberam R﹩ 2.555, elas ganharam por volta de R﹩ 1.985. Já em relação à participação feminina, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apurou um percentual de 45,8% no terceiro trimestre de 2020, sendo o nível mais baixo de presença feminina nos postos de trabalho em 30 anos.
De acordo com Suzana Pires, atriz e autora, as dificuldades enfrentadas por mulheres no mercado de trabalho em termos de empreendedorismo não são diferentes. "Pesquisas mostram que as mulheres são mais qualificadas, lucram mais, são maioria em novas empresas no país e, ainda assim, as que mais vão à falência nos três primeiros anos de negócio. Percebo que todas vivem três situações: sobrecarga, opressão misógina e solidão. É preciso um choque de autoestima para cruzar tudo isso e se tornar dona de si", conta a empresária, que criou o Instituto Dona De Si com o principal objetivo de acelerar o desenvolvimento de talentos femininos.
Por sua vez, Luana Ribeiro, CEO da DevApi , startup de integração de sistemas, atua com o propósito de fazer a diferença em um mercado dominado por homens: o da Tecnologia. Segundo informações divulgadas pela pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), as mulheres representam somente 20% da força de trabalho no setor. "Sempre tive afinidade com TI, então, fiz Ciência da Computação. Na faculdade, éramos 70 alunos, sendo quatro mulheres. Apenas duas se formaram. Ou seja, existem, sim, mulheres no setor, mas não tem como negar a predominância da figura masculina. Está na hora de mudarmos essa narrativa", comenta a empreendedora.
Unindo tecnologia e finanças, Fernanda Ribeiro tem transformado a realidade de muitos afroempreendedores com a Conta Black , fintech de finanças que tem por objetivo democratizar os serviços financeiros e o acesso ao crédito. A primeira conta digital criada por negros no Brasil foi criada por ela e mais dois sócios. "Ao avaliarmos o cenário empreendedor do país, a maioria é formada por pessoas negras e mulheres. Sinto que ainda é preciso melhorar no que tange à diversidade, mas fico extremamente feliz em sentir que contribuo, de alguma forma, para a transformação desta realidade", pontua Fernanda. Além da Conta Black, a executiva é presidente do Afrobusiness e cofundadora do Afrohub, que acelera empreendimentos negros, por meio da transformação digital, com capacitação em workshops e palestras.
Já Lisiane Lemos movimenta os conselhos de administração, apostando na mentoria de mulheres negras para assumir tais postos, por meio do Conselheira 101. A executiva, que é advogada por formação e especialista em Transformação Digital, é ativa na luta antirracista e de igualdade de gênero. "Nesse contexto de mulher preta e jovem inserida no mundo corporativo, me encaixo em quase todas as minorias, ainda mais no mercado de tecnologia, que é muito masculino. E as estatísticas jogam contra nós: somos a maioria que sofre violência doméstica e com desemprego. Mas, quando falamos de liderança no ambiente corporativo, somos minoria. O primeiro ponto é a representatividade, e tenho um papel que é ajudar com alternativas", sinaliza.
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