Dedicação profissional
Utilizada diversas vezes para exaltar a relação médico- paciente, a obra ‘O Doutor’ (1891), do pintor inglês Samuel Luke Fildes, retrata um médico observando uma criança enferma perante o desespero da mãe, apoiada pelo marido. A dedicação do profissional perante a situação aponta para diversos valores da Medicina.
A pintura foi encomendada por Henry Tate e está hoje na Galeria Nacional de Arte Britânica, conhecida como a Tate Gallery de Londres. Provavelmente, a composição provém da morte do primeiro filho de Fildes, seu filho de um ano de idade, Philip, que ocorreu de febre tifoide na manhã de Natal de 1877.
Pintor e ilustrador, Fildes (1843 - 1927) trabalhou no jornal The Graphic criando ilustrações e foi pintor de importantes quadros e retratos, como os de coroação de Eduardo VII, Alexandra da Dinamarca e Jorge V e sua esposa Maria de Teck, mas, com ‘O Doutor’ construiu um ícone para os médicos de sua época.
A dedicação do médico, a postura indefesa da criança e a impotência dos pais oferecem um retrato de uma situação aparentemente insolúvel. Mas a presença do profissional de saúde é um alento, uma esperança baseada na ciência e na humanidade, um ato de dedicação profissional e de solidariedade humana por pior que seja a situação.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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