Especialista alerta sobre os cuidados que as empresas devem tomar ao posicionar-se politicamente
Patrícia B. Teixeira
CEO e Especialista de Gestão e Gerenciamento de Crises da We Plan Before Consulting
Em época de eleição é normal ouvir alguns burburinhos com viés partidário por aí, a opinião pública de alguns eleitores acaba virando um bombardeio de informações para aqueles que nada sabem de política e, assim, são convencidos a votar em determinado candidato.
Mas ficam alguns questionamentos por parte das empresas, elas também devem se posicionar politicamente com o objetivo de tomar parte de seu público para o eleitorado de algum partido? Como fazer isso sem comprometer a reputação de sua empresa e, com isso, evitar a crise de imagem?
Devemos considerar que, hoje, o consumidor/cliente tem se relacionado com empresas mais pelos seus aspectos ideológicos e as causas que elas apoiam, do que pelos seus produtos em si, por isso, o posicionamento da empresa deve vir de forma transparente e respeitosa, sem manifestar-se pelo partido, mas sim pelas causas.
Caso contrário, o resultado pode vir como uma via de mão dupla, por um lado a empresa ganha apoio de pessoas reforçando positivamente a sua reputação e, por outro, pode ser alvo de críticas daquelas que não aceitam o seu posicionamento, podendo causar uma crise de imagem.
Um acontecimento recente envolveu executivos da agência África. Após o primeiro turno das eleições, o diretor de atendimento José Boralli fez uma crítica aos nordestinos em sua rede social pelo fato de seu candidato não ter vencido as eleições no primeiro turno. Porém ele esqueceu que ao atacar o povo nordestino criticava também os seus chefes baianos.
"Nordeste vota em peso no PT. Depois vem pro Sul e Sudeste procurar emprego! Se liga aí Nordeste!!!" – mensagem publicada no Facebook de Boralli na noite de domingo, 7.
Na segunda-feira seguinte, 8, a agência publicou um comunicado afirmando que tomaria todas as medidas necessárias em relação ao caso, que vai contra o código de conduta da empresa.
Dá para imaginar a quantidade de curtidas que o post do publicitário recebeu? Agora, dá para imaginar também a chuva de comentários maldosos no post, inclusive, associados à imagem da empresa em que ele trabalhava, no caso a agência África?
O posicionamento rápido foi bastante eficaz e não trouxe prejuízos para ela. Já para o funcionário, sua carreira foi marcada pela repercussão da publicação.
É importante lembrar que posicionar-se politicamente não é apoiar partidos ou candidatos, mas sim defender causas que podem beneficiar a empresa e seu público.
Antes de manifestar qualquer opinião política, pense nos seus stakeholders, quais causas eles gostariam de saber que a sua empresa apoia?
Pense no direito de cada um manifestar-se livremente e que o respeito é a peça-chave no relacionamento da sua empresa com que o seu público, é bom agir de forma transparente, assim, uma crise de imagem é evitada e a sua reputação só tem a crescer, tornando-se influência para outras organizações.
Sobre a We Plan Before:
A WPB Consulting é a primeira consultoria brasileira focada em Gestão e Gerenciamento de Crises. Fundada por Patrícia B. Teixeira, autora do livro "Caiu na rede. E agora? - Gestão e Gerenciamento de Crise nas Redes Sociais", a consultoria reúne competências nas áreas de Gestão de Riscos, Administração, Comunicação e Tecnologia em seus serviços. Hoje a WPB Consulting atua com uma metodologia de trabalho chamada 2Ps e 2Rs – Preparação, Prevenção, Resposta e Recuperação. Para cada área de atuação há serviços dedicados que variam de acordo com a necessidade da empresa. Outro grande diferencial de atuação é a área de Gestão e Gerenciamento de Crise nas redes sociais.
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