Excessos de fim de ano elevam risco de crises de gota
Alimentação pesada, álcool e desidratação funcionam como gatilhos durante as festas; doença deve atingir quase 96 milhões de pessoas até 2050.
O período de festas e confraternizações de fim de ano, marcado pela farta gastronomia e o consumo elevado de bebidas alcoólicas, acende um sinal de alerta para quem convive ou possui predisposição à gota, uma dolorosa doença reumatológica que deve atingir cerca de 95,8 milhões de pessoas até 2050, segundo estudo publicado na revista “The Lancet Rheumatology”. Os excessos alimentares e etílicos típicos da época funcionam como um gatilho potencial, podendo estragar o clima de celebração com crises inflamatórias agudas.
De acordo com os dados globais, a gota é uma preocupação de saúde pública crescente. O estudo também revelou que o mundo teve um aumento de casos de 22,5%, entre 1990 e 2020. A prevalência da gota padronizada por idade em 2020 foi de 659,3 por 100.000 habitantes.
A reumatologista e professora da Afya Educação Médica de Montes Claros, Dra Maria Luísa Toscano, explica que a gota ocorre pelo acúmulo de ácido úrico no sangue, que pode formar cristais dentro das articulações. “As crises costumam ser desencadeadas pelo consumo de alimentos ricos em purinas, como carnes vermelhas, vísceras, frutos do mar e alguns peixes, além do uso excessivo de álcool, especialmente cerveja. A desidratação por baixa ingestão de água, o uso de certos medicamentos, como diuréticos, e a obesidade também aumentam o risco”.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) aponta que os homens, entre 30 e 50 anos, são os mais afetados. Nas mulheres, a doença é rara antes da menopausa, manifestando-se geralmente após os 60 anos. “A crise por gota costuma começar de forma súbita, com dor muito intensa, vermelhidão, calor e inchaço em uma articulação (geralmente no dedão do pé, embora também possa surgir no tornozelo, joelho, punho ou dedos). Na maior parte das vezes, a dor aparece durante a noite ou ao acordar. Notar qualquer início de sensibilidade, aquecimento ou desconforto na articulação pode ajudar a procurar atendimento mais cedo, antes que a crise se intensifique”, complementa a reumatologista da Afya Educação Médica de Montes Claros.
Alimentação balanceada no combate à gota
A urgência no controle da doença é reforçada pela sua associação com outras condições. O mesmo estudo da The Lancet Rheumatology indicou que o IMC elevado foi responsável por 34,3% dos Anos Vividos com Incapacidade devido à gota, e a disfunção renal por 11,8%.
A coordenadora de nutrição da Afya São João Del Rei, Dra Fernanda Nascimento Hermes, comenta que um plano alimentar equilibrado para quem sofre da condição deve priorizar alimentos protetores, como fontes de vitamina C, opções com baixo teor de gordura total e proteínas de boa qualidade.
“A hidratação também exerce um papel importante no controle da gota e pode ajudar especialmente nos momentos de crise. A recomendação é consumir cerca de 8 copos de 250 ml de água por dia e evitar bebidas alcoólicas. Produtos lácteos, como leite e queijo, além de ovos, proteínas vegetais (como feijão e ervilha) e o café, parecem ter efeito protetor. Isso ocorre porque esses alimentos contribuem para aumentar o pH da urina, favorecendo a solubilização e a eliminação do ácido úrico pelo organismo”.
Sobre a Afya
A Afya, maior ecossistema de educação e soluções para a prática médica do Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior, 33 delas com cursos de Medicina e 25 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde em todas as regiões do país. São 3.753 vagas de Medicina aprovadas pelo MEC e 3.643 vagas de Medicina em operação, com mais de 24 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da Medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de Medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil e “Valor 1000” (2021, 2023, 2024 e 2025) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do Pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 - Saúde e Bem-Estar.
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