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Médica explica certo e errado nos cuidados com a pele de bebês e crianças

  • Sexta, 12 Setembro 2025 18:56
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Bruna Caires
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Freepik - Divulgação

Dermatologista detalha como evitar dermatites e outras irritações na pele infantil

Nasce uma criança, nasce uma mãe, né? São tantas informações para processar sobre os cuidados, que nem tudo é possível aprender de primeira. É comum ao longo do tempo, moderar alguns cuidados, já que ao passo que ela cresce, as defesas também aumentam. Porém, é importante ter muita atenção à pele dos pequenos. É crucial compreender as particularidades da pele na infância.

Ao contrário dos adultos, a pele infantil ainda não possui a barreira de proteção totalmente desenvolvida, que se estabelece com a produção de sebo, a gordura natural da pele. Essa produção se intensifica apenas na adolescência, com o aumento dos hormônios sexuais. Portanto, a pele da criança é naturalmente mais delicada, propensa a irritações e com tendência a ser mais seca do que a pele adulta. A dermatologista Paula Sian explica que a pele infantil pode apresentar maior sensibilidade a fatores como água muito quente, uso excessivo de sabonete, esponjas, produtos químicos, tintas e maquiagens, ou outros produtos não recomendados para os pequenos.

Além de ser mais seca e não produzir sebo em grande quantidade, a pele infantil necessita de hidratação. O momento ideal para aplicar o hidratante é após o banho, com a pele ainda úmida. Seque delicadamente o excesso de água com a toalha e aplique o hidratante. Geralmente, o mesmo produto pode ser usado no rosto e no corpo, desde que seja indicado para essa finalidade. “É fundamental verificar se o produto é seguro para uso na face, evitando que, em caso de contato com os olhos, cause irritação. Recomenda-se consultar um especialista para obter orientação sobre qual tipo de hidratante é mais adequado para o rosto e o corpo da criança” – indica a dermatologista.

O recomendado são banhos rápidos com água morna e moderação no uso de sabonetes. “A aplicação deve ser direcionada às áreas específicas, como a região anal e genital, pois a criança não produz sebo em quantidade suficiente para justificar o uso em todo o corpo” – esclarece, Paula. Em muitos casos, a higiene com água já é suficiente. Inclusive, na higiene da região genital feminina, deve-se evitar esfregar excessivamente, pois isso pode causar irritação na vulva e na vagina. A presença do aroma de sabonete na pele é necessária e pode ser irritante.

Outro tema que deve ser discutido é o uso de lenços umedecidos. É importante considerar que a maioria contém álcool, substância com propriedades ressecantes e irritantes, o que pode prejudicar a pele, que já é naturalmente seca. Embora práticos, eles podem causar irritações, inclusive em adultos. Além disso, a superfície porosa dos lenços pode causar atrito e edemas na derme. Para a higiene da região anal, recomenda-se utilizar água morna a fria com um chuveirinho ou aplicar com um algodão.

Ainda de acordo com a médica, duas condições dermatológicas comuns em crianças, seja pelo uso exagerado de produtos ou até mesmo das fraldas são a dermatite de fralda e a dermatite seborreica do lactente.

A dermatite de fralda ocorre em áreas úmidas e fechadas, propícias ao desenvolvimento de fungos. O mais comum é a Candida, que faz parte da flora normal, mas pode causar micose quando a imunidade da pele diminui. Essa condição pode se manifestar com vermelhidão, bolhas com pus, descamação, ardência e coceira, causando muito desconforto para a criança. O tratamento envolve o uso de antifúngicos, que podem ser administrados por via oral a partir dos seis meses de idade, com dosagem adequada ao peso, além pomadas específicas. Por isso é importante ter cuidado redobrado nos primeiros meses, já que a medicação é muito restrita. Recomenda-se também trocar as fraldas plásticas pelas de pano, se possível, e expor a área à luz solar por curtos períodos, além de utilizar amido de milho para proteção.

A dermatite seborreica do lactente, caracterizada por caspas no couro cabeludo, é outra condição comum em bebês com menos de um ano de idade. As caspas, que podem ser esbranquiçadas e aderentes, são causadas pela influência dos hormônios maternos presentes no leite, que estimulam as glândulas sebáceas da criança. Embora o tratamento envolva cuidados tópicos com hidratantes e óleos para remover as crostas, não é necessário interromper a amamentação.

Em alguns casos, a acne neonatal também pode ocorrer devido aos hormônios maternos, mas um tratamento adequado geralmente resolve o problema. Em casos mais graves, pode haver a necessidade de mudar o tipo de leite.

Por fim, Paula deixa como principal orientação, o uso da água, sempre em temperatura amena. “Deixamos os perfumes e aromas para a fase da juventude, afinal, tem coisa melhor do que o cheirinho natural de uma criança?” – finaliza. A recomendação se estende para a higienização das roupas e objetos pessoais. Opte por sabão neutro ou específico para bebês, sem perfume e com baixo teor de ativos químicos. Lave as peças separadas das roupas de adultos, use o ciclo delicado da máquina de lavar ou lave à mão e opte por um enxágue duplo para remover bem os resíduos. Não há necessidade de utilizar amaciantes, use vinagre branco para um resultado ainda mais natural. Seque as roupas em local arejado, preferencialmente ao sol, em dias quentes e aproveite muito essa fase.

Dra. Paula Sian (Dermatologista)

Dermatologista desde 2007, Paula Sian Lopes é formada pela Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), onde também fez residência em Clínica Médica e Dermatologia. Especializou-se em Farmacodermia e Dermatoses Imuno Ambientais na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e em Medicina Chinesa e Acupuntura na Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA).

Desde 2011, Paula atende em seu consultório próprio com o viés em Dermatologia clínica, estética e cirúrgica, tanto para adultos como para crianças. Além disso, a especialista realizou serviços voluntários no ambulatório de alergias da UNIFESP, de 2013 a 2017.

A médica também é escritora e acaba de lançar o “Um burnout para chamar de seu”, um livro que relata, pelo ponto de vista do paciente, como é conviver com o burnout.

CRM: 111963-SP RQE Nº: 38348


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