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Programa de Prevenção do Câncer Ginecológico do Hospital Amaral Carvalho comemora 25 anos de resultados expressivos

  • Segunda, 16 Agosto 2021 10:54
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Ariane Urbanetto
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Com o slogan “câncer do colo do útero, doença fora de moda”, iniciativa reduziu a praticamente zero o índice de mortalidade pelo tipo de câncer que é um dos mais incidentes entre as brasileiras

Iniciativa que reduziu a praticamente zero o índice de mortalidade pelo câncer do colo do útero em Jaú/SP, o Programa de Prevenção do Câncer Ginecológico do Hospital Amaral Carvalho (HAC) completa 25 anos, neste mês. Ver mulheres saudáveis, livres desse tipo de câncer evitável e um dos mais incidentes entre as brasileiras motivou a idealização do serviço.

Estruturar o Programa foi um desafio para a ginecologista Lenira Maria Queiroz Mauad e sua equipe, por volta de 1993, quando perceberam que a realidade era preocupante: jovens chegavam ao hospital com câncer do colo do útero em estágio avançado, com pequenas chances de cura. O problema poderia ser a falta de opção para realizar o Papanicolaou, que detecta lesões precursoras da doença. “Antigamente, o exame era vinculada à consulta com um ginecologista, apenas. Então, tivemos a ideia de facilitar o acesso e criamos um projeto piloto, em 1994, com coletas feitas pela enfermagem”.

Assim, começaram as buscas por apoio. Um dos primeiros parceiros do HAC foi a Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp), que capacitou a enfermeira Ana Marta Prado Auler à realização do exame. “O marco inicial dessa história. Estávamos animados para as coletas, mas não tínhamos muita demanda. Então, as profissionais iam até as salas de espera e recepções do hospital para convidar as mulheres que aguardavam para outros procedimentos a fazerem o Papanicolaou”, lembra a médica.

O projeto teve boa aceitação e rapidamente aumentou a procura pelo serviço. “O trabalho estava rendendo bons frutos. Em 1996, em parceria com as secretarias Estadual e Municipal de Saúde, lançamos oficialmente nossas atividades, no dia 15 de agosto - aniversário de Jaú, com a criação do Ambulatório de Ginecologia Preventiva para atendimento e tratamento de todos os casos alterados, além de expandir o atendimento para as Unidades Básicas de Saúde”.

Em 1999, a equipe ganhou uma identidade: o logotipo criado pelo jauense Alberto Massoni, e escolheu o dia 27 de novembro (Dia Nacinal de Combate ao Câncer) e o slogan “Câncer do colo do útero, doença fora de moda”, para ampliar a divulgação do Programa. Em 2000, na mesma data e com o tema ‘uma cidade vestindo uma ideia’, camisetas com a marca foram usadas por comerciários, bancários, professores e trabalhadores da saúde. “Foram confeccionadas 5 mil unidades, distribuídas com apoio do Fundo de Solidariedade de Jaú. Em 2001, foram mais de 11 mil pessoas que vestiram a camiseta e divulgaram a ideia”.

Índice zero de mortalidade

“Nosso objetivo sempre foi incentivar as mulheres aos cuidados com a saúde, a procurarem atendimento não só quando notam alterações. O câncer do colo do útero em fase inicial não apresenta sintomas. É inaceitável que sejamos vítimas de uma doença curável. Ainda mais com um exame simples e gratuito que pode detectar lesões precursoras, quando podem ser tratadas sem complicações, garantindo a cura”, destaca Lenira.

A médica comenta que as orientações ofertadas surtiram efeito: hoje, o Programa tem mais de 78 mil mulheres cadastradas. Desde que o Programa foi implantado no HAC, o coeficiente de mortalidade por câncer do colo do útero passou de 10,22 óbitos para 2,92 a cada 100 mil mulheres da cidade. “Em 2004 e 2015, o coeficiente de mortalidade pela doença foi zero. E nos outros anos, foram pouquíssimas mortes ou casos com diagnósticos tardios. Ao longo dessa trajetória, graças ao empenho da nossa equipe e de tantos parceiros, conseguimos alcançar a cura através de tratamentos que conservam o útero e a fertilidade. Motivo de muito orgulho e satisfação. O câncer do colo do útero, enfim, é uma doença fora de moda”.

Educação em Saúde

Com o aumento de cobertura alavancado pela divulgação do Programa, várias ações educativas passaram a ser promovidas para alertar a população sobre a necessidade do diagnóstico precoce e prevenção do câncer do colo do útero.

Até hoje, é realizada a capacitação de equipes de saúde da região para orientação e rastreamento das mulheres. O Programa também organiza, desde 1996, edições locais do Encontro de Atualização em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (Cervicolp Jahu), para estudantes e profissionais da área.

Em 2011, com materiais didáticos lúdicos, as crianças em idade escolar (ensino fundamental e médio) participaram da primeira edição do projeto Futuro sem Câncer, com apoio das secretarias Estadual e Municipal de Educação. “Alcançar as mulheres através de seus filhos, sobrinhos ou netos, com lembrete sobre a importância do Papanicolaou foi o mote inicial”.

Idealizado para acontecer a cada três anos, o projeto foi atualizado em 2014 quando a vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano) foi implementada no calendário de imunização do Sistema Único de Saúde (SUS), acrescentando material didático especifico para estimular a vacina nos adolescentes. “Começamos a preparar as novas gerações, com orientações sobre como evitar a contaminação pelo HPV causador do câncer de colo do útero e de outros tipos de câncer. Concentramos orientações sobre vacinas para as meninas (de 9 a 14 anos) e meninos (de 11 a 14 anos), que são o público-alvo da campanha nacional de vacinação”, esclarece Lenira.

Novas metas

“Estamos cumprindo nosso objetivo inicial, que era evitar mortes pelo câncer do colo do útero. Expandimos nossas atividades para a detecção e prevenção de outros tipos de câncer ginecológico, que são os de endométrio e de vulva. Desenvolvemos nosso serviço, consolidamos um trabalho de educação. E continuamos buscando desafios”, revela a idealizadora do Programa.

A celebração dos 25 anos é um fôlego para atingir novos objetivos, seguindo a meta de combate ao câncer do colo do útero definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2030 : 90% dos adolescentes vacinados, 70% das mulheres realizando o exame de Papanicolaou e 90% das que tiverem alterações sendo atendidas e tratadas adequadamente. “Já estamos bem próximos disso na nossa região”, comemora.


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