A campanha Julho Verde, que é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), chama a atenção para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço, responsável por cerca de 10 mil mortes a cada ano no país. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são cerca de 41 mil novos casos de Câncer de Cabeça e Pescoço por ano, sendo o câncer de boca, laringe e demais regiões da cabeça e pescoço o terceiro mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata e câncer de pele não-melanoma. Nas mulheres, o tipo mais comum é o câncer da tireoide – o quinto mais comum entre elas. Para conscientizar sobre a doença, o dia 27 de julho foi escolhido como o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, durante o 5º Congresso Mundial da Federação Internacional das Sociedades Oncológicas de Cabeça e Pescoço, realizado em Nova Iorque (EUA), em 2014.

De acordo com a cirurgiã de pescoço e cabeça da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis, Dra. Camila Issa de Azevedo, o câncer de cabeça e pescoço são lesões malignas que acometem a cavidade, garganta, os seios da face, as glândulas salivares e a tireoide. “No Brasil, o câncer de boca ocorre sete vezes mais em homens do que em mulheres, sendo que o tabagismo e o álcool aumentam o risco de desenvolver a doença em 10 vezes. A infecção pelo HPV (papilomavírus humano) também tem contribuído com o aumento na incidência da doença em jovens devido a falta de uso de preservativos na prática do sexo oral. Esta é uma tendência mundial que já identificamos no Brasil”, aponta.

Ainda, segundo a especialista, os sintomas são lesões na boca que não cicatrizam, rouquidão, dificuldade de engolir, lesão na região da amígdala, íngua no pescoço que não desaparece com 15 dias e continua aumentando, nódulo volumoso de tireoide, entre outros. “Os pacientes ainda têm poucas informações sobre esse tipo de câncer. Por isso, é importante que a pessoa esteja sempre atenta a lesões na boca, como uma afta ou outras feridas na boca. Além disso, os dentistas são importantes parceiros quanto à análise desses sintomas e orientação aos pacientes para nos procurarem para uma avaliação”, explica a Dra. Camila.

O principal tratamento do câncer de cabeça e pescoço é a cirurgia, que pode retirar totalmente a glândula acometida ou parte dela dependendo do tamanho, localização, um ou vários focos, presença de nódulos cervicais, histórico pessoal e familiar. Podem ainda ser retirados os linfonodos centrais, em casos de metástases confirmadas ou altamente suspeitos, ou os linfonodos laterais do pescoço, em casos de metástases confirmadas. Em alguns casos, conforme critérios do laudo anátomo-patológico, se complementa o tratamento com Radioiodoterapia.