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Dieta com redução de carboidratos pode minimizar alguns fatores de risco para quadros mais graves de covid-19

  • Sexta, 09 Abril 2021 11:33
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Patrícia Jimenes
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Estudos demonstram que índice de glicose elevada é fator de risco para intubação ou morte. Principal determinante do nível de açúcar no sangue para a maioria das pessoas é quantidade de carboidratos na dieta

Desde o início da pandemia de covid-19, após os primeiros infectados e vítimas fatais, já se sabia que pessoas idosas e com comorbidades apresentavam chances mais elevadas de desenvolver quadros mais graves da doença. Uma dessas comorbidades é o diabetes. Hoje se sabe também que nem é preciso ser diabético para correr o risco de padecer mais severamente da doença, basta ter algum problema relacionado. Conforme o médico e diretor-presidente da Associação Brasileira Low Carb (ABLC), José Carlos Souto, vários estudos têm demonstrado que não apenas o diagnóstico de diabetes, mas estar com a glicose elevada ou com diabetes mal controlado no momento da internação por covid-19 é um fator de risco para intubação.

Um desses estudos foi realizado pelo Centro Médico da Universidade do Estado de Nova York, com 708 adultos infectados pela covid-19 e que foram internados no hospital da instituição. Do total, 54% tinham um histórico de diabetes do tipo 1 ou do tipo 2. Os outros não foram diagnosticados com a doença. Todos os pacientes pesquisados foram divididos em dois grupos: um com pessoas que apresentavam níveis de glicose abaixo de 140 mg/dl e outro com pacientes com níveis de açúcar no sangue inferiores a 180 mg/dl. A separação seguiu critérios médicos de que diabéticos hospitalizados devem manter os níveis de glicose entre 140 mg/dl e 180 mg/dl.

A pesquisa concluiu que tanto diabéticos e pacientes sem a doença, que ultrapassaram os limites estabelecidos de glicose no sangue, aumentaram o risco de agravamento da covid-19. Indivíduos com diabetes que estavam acima dos 140 mg/dl na época da internação apresentaram 2,4 vezes mais chances de serem internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e intubados do que indivíduos com valores de açúcar no sangue mais reduzidos. Já pacientes com índices superiores a 180 mg/dl viram os riscos de morte duplicar.

No que se refere a pacientes sem diabetes cujo índice de glicose no sangue estava acima de 140 mg/dl quando foram hospitalizados, o risco de óbito também dobrou e as chances de internação na UTI e intubação aumentaram 3,5 vezes e 2,3 vezes respectivamente. Por sua vez, indivíduos não diabéticos com mais de 180mg/dl apresentaram quatro vezes mais chances de morrer, cerca de 3 vezes mais probabilidades de serem transferidos para UTI e elevaram em 2,7 vezes o risco de serem intubados.

Apesar de não ser possível concluir com o estudo se a hiperglicemia é resultado ou causa do agravamento da covid-19, ficou claro que índices elevados de açúcar no sangue estão relacionados com o aumento dos riscos de internação na UTI, intubação e óbito. Nesse sentido, conclui-se que é preciso um cuidado maior com o nível glicêmico durante a hospitalização pela doença.

O diretor-presidente da ABLC destaca que o principal determinante do nível de glicose no sangue para a maioria das pessoas é quantidade de carboidratos na dieta. Nesse sentido, conforme Souto, uma dieta que restrinja esse tipo de macronutriente, especialmente carboidratos refinados com alto índice glicêmico, como açúcar e farináceos, pode ser de grande valia para manter a taxa de açúcar no sangue controlada e consequentemente mitigar os riscos de agravamento da covid-19.

Souto pondera, contudo, que não há ensaio clínico randomizado comparando pessoas em dietas com baixo carboidrato e alto carboidrato para que se possa afirmar que uma estratégia alimentar com menos carboidrato tenha a capacidade de minimizar o risco de um quadro grave de covid-19. “Não obstante, por se tratar de uma intervenção não medicamentosa e que comprovadamente melhora o controle do diabetes não há porque não agregar essa estratégia no tratamento dos pacientes com covid-19”, afirma.

Segundo o diretor-presidente da ABLC, na melhor das hipóteses receitar uma dieta com pouca quantidade de carboidratos para pacientes com covid-19 impactaria positivamente a saúde deles, diminuindo muito a gravidade da doença e o risco de morte. “Especialmente àqueles que são diabéticos, pré-diabéticos, ou simplesmente que apresentam níveis de glicose mais elevados no momento da internação”, diz o médico, enfatizando que a estes benefícios acrescenta-se o fato de ser uma intervenção alimentar simples e de baixo custo.

Além disso, Souto ressalta que a dieta com restrição de carboidratos é importante intervenção no favorecimento da perda de peso e da gordura visceral. Tendo em vista que a obesidade e a gordura visceral, assim como a diabetes, são fatores de risco para o agravamento da covid-19, pode-se afirmar, conforme o diretor-presidente da ABLC, que uma estratégia alimentar que preconiza a baixa ingestão de carboidratos tem potencial de reduzir a gravidade dos quadros da infeção pelo novo coronavírus simplesmente por auxiliar o paciente neste aspecto.


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