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PANDEMIA: doença do refluxo pode estar associada a agravamento de casos de Covid-19

  • Quarta, 03 Fevereiro 2021 11:00
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Raquel Pinho
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Pesquisadores da USP e da Universidade de Campinas avaliam que distúrbios digestivos podem estar associados a um risco maior de morte pelo novo coronavírus. Especialistas em doenças gastrointestinais afirmam que, mesmo sem revisão científica, pesquisa é contribuição importante

Mesmo com o surgimento de uma vacina contra a doença responsável pela maior pandemia do século 21, com 1,8 milhão de mortes e a infecção de mais de 80 milhões de pessoas mudo afora, a Covid-19 ainda continua desafiando a rotina de médicos e pesquisadores da área de saúde em relação a seu agravamento associado a outras patologias.

Um estudo recente, ainda sem revisão pela comunidade científica, mas que foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp), sugere que distúrbios digestivos como o refluxo gastroesofágico e a síndrome de Barrett podem estar associados a um risco aumentado de morte por Covid-19. A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Ampara à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

"Nossos dados sugerem que a alteração no pH do tecido esofágico poderia favorecer um aumento da carga viral nesses pacientes", disse à Agência FAPESP Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e coordenador da investigação. Médicos especializados no tratamento de doenças do sistema gastrointestinal afirmam que, embora o estudo ainda não tenha sido revisado, não deixa de ser uma importante contribuição para descoberta de novas comorbidades associadas ao agravamento da Covid-19.

Sintomas gastrointestinais

De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo, especialista em endoscopia digestiva e professor da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, Eduardo Grecco, o estudo em questão tem total coerência, pois, segundo ele, demonstra as marcação dos receptores da angiotensina, o ACE2 - gene responsável pela entrada do novo coronavírus na célula. Ele lembra que há outras pesquisas no mundo que apontam para esse mesmo tipo de comorbidade em relação ao Covid-19.

“Temos registros de muitos pacientes com coronavírus que iniciam com sintomas gastrointestinais. E se a pessoa possui refluxo, ela terá um processo inflamatório ali no esófogo, com isso esta pessoa terá em seu organismo uma presença maior dessa enzima (ACE2), que irá facilitar a entrada do vírus”, destaca o médico.

Para o médico Flávio Heuta Ivano, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), do Colégio Brasileior de Cirurgia Digestiva e professor da Escola de Medicina da PUC Paraná, o estudo desenvolvido pela USP e pelo IB-Unicamp é mais uma contribuição importante para tentar sanar um enorme conjunto de dúvidas e desafios ainda trazidos pelo novo coronavírus. “A Covid-19 é uma doença muito nova e não sabemos ainda muito qual é a sua fisiopatologia, por isso todo estudo é válido. Se houver comprovação desta associação [ao refluxo], será mais uma comorbidade que pode complicar a Covid-19, assim como já se demonstrou em relação à obesidade, à diabetes, hipertensão e cardiopatias crônicas”, destaca o especialista.

Contribuição médica

O gastroenterologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, Hugo Gonçalo Guedes, lembra que muitos desses estudos científicos sobre a Covid-19 são frutos de constatações e levantamentos feitos pelos profissionais médicos que estão na linha de frente do combate à pandemia.

“No caso da Covid-19, as hipóteses estão surgindo após análises retrospectivas de associação. Pega-se uma turma de pacientes que teve a doença, documenta todos os detalhes da evolução da patologia em prontuário e tenta associar com o desfecho. Em pacientes que tiveram um determinado desfecho, avalia-se qual a característica ou características eles têm em comum. Com isso levanta-se uma hipótese que, obviamente, deverá ser provada estatisticamente e cientificamente. E assim nós médicos contribuímos para esses estudos que a cada dia descobrem novidades sobre essa nova doença”, explica o médico.


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