Acometendo, na maioria dos casos, homens com idades entre 45 e 70 anos, o câncer de próstata, geralmente, não apresenta sintomas evidentes em seu estágio inicial. “Por seu caráter silencioso, se faz mais do que necessário, ressaltar a relevância da preservação de bons hábitos de vida e realização dos exames de sangue com o antígeno prostático específico (PSA) e o de toque retal, para prevenir a formação do tumor. O diagnóstico precoce pode aumentar bastante as chances de cura”, explica o médico e CEO da Clínica Penchel, Lucas Penchel.

Dentre os principais sintomas da doença estão a micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido, noctúria, sangue na urina ou sêmen, disfunção erétil, fraqueza ou dormência nas pernas ou pés, e dentre outros. “Como estes sintomas também podem ser sinais de outras enfermidades, é indispensável que o homem procure pelo acompanhamento médico e se submeta a exames que identifiquem as causas destes problemas. Após o diagnóstico positivo do câncer, somente o profissional responsável poderá indicar qual será a linha de tratamento a ser adotada”, aponta.

“Hoje, além das terapêuticas tradicionais, os pacientes também podem complementar os seus tratamentos ou mesmo minimizar incômodos na próstata por meio da fitoterapia. A planta que mais se destaca neste tipo de terapia é a saw-palmetto ou serenoa repens, que tem ação similar à finasterida, remédio sintético que ajuda a regular ou reduzir o tamanho da próstata. Ambas as substâncias colaboram na manutenção da saúde da próstata e não comprometem a libido masculina”, ressalta.

De acordo com o médico, pesquisas comprovam que a adoção de uma alimentação saudável e a prática diária de exercícios físicos são algumas das principais maneiras de impedir o surgimento deste tipo de câncer. “Digo isso porque o aumento da gordura corporal, causado pela má alimentação, sedentarismo, ou até mesmo pelo avanço da idade, prejudica o funcionamento dos órgãos, contribui para o desequilíbrio de alguns hormônios, e ainda pode atrapalhar o sono e reduzir a disposição para a realização das atividades cotidianas. Estas alterações acabam debilitando a saúde como um todo e afetam a qualidade de vida”, destaca.

Segundo Lucas, o consumo de determinados alimentos pode ser decisivo para a prevenção ou desenvolvimento do câncer. “As pessoas devem diminuir ou cessar a ingestão de alimentos processados, ultraprocessados e compostos por uma grande quantidade de gorduras saturada e trans, amido e açúcar, pois os mesmos podem favorecer o aumento do peso e, consequentemente, a evolução de um possível tumor”, adverte.

Já para evitar a construção de um quadro da doença, Penchel recomenda uma dieta rica em substâncias como o licopeno, que tem ação antioxidante e ajuda a amenizar os danos provocados por radicais livres. “Ele pode ser encontrado em tomates, cenouras, mamão papaia, melancia e entre outras frutas e legumes de cor avermelhada. Também indico o consumo de alimentos com sulforafano. Este elemento anula a ação de substâncias cancerígenas e está presente em vegetais verdes-escuros, como o brócolis, couve, couve-flor e repolho”, aconselha.

“Os fitoestrógenos, por serem semelhantes ao estrógeno, podem auxiliar na regulação de doenças relacionadas ao hormônio masculino, sendo consumidos por meio da soja, linhaça e derivados. Uma última importante dica é substituir o uso de gorduras de origem animal por gorduras vegetais, como o óleo de coco e azeite”, comenta.

Além da mudança na dieta, a prática regular de atividade física - pelo menos três vezes por semana – também desempenha um papel considerável na conservação da saúde e diminuição da ansiedade e fadiga durante o tratamento. “A realização de exercícios físicos promove o fortalecimento dos mecanismos de defesa do corpo, além de ajudar na perda e controle do peso, entre outros benefícios. Ainda lembro que o acompanhamento profissional é essencial, tanto para a criação de uma boa dieta quanto para elaboração de um cronograma de exercícios adequado ao contexto de cada paciente. É preciso ter cuidado, pois alguns esportes podem ocasionar traumas crônicos na pelve masculina, como o ciclismo, o que pode aumentar a incidência de problemas na próstata”, avalia.