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Células-tronco do dente de leite – um tesouro a ser preservado

  • Terça, 20 Outubro 2020 11:58
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Carolina Mattos
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Médicos e especialistas em saúde falam sobre a medicina regenerativa e alertam para a importância da coleta e armazenamento das células-tronco mesenquimais

Uma joia escondida na polpa do dente de leite das crianças, essa é a melhor definição para as células-tronco mesenquimais guardadas dentro deles. A descoberta revoluciona a medicina regenerativa e para a longevidade, já que o dente de leite contém uma quantidade infinita dessas células, que podem se transformar em um grande número de outros tecidos como, por exemplo: músculos, dentes, ossos, pele; em células-tronco para formar células-beta no pâncreas; cartilagens; no órgão fígado, entre outros. E traz a esperança para a cura de doenças hoje consideradas incuráveis como Alzheimer, Autismo e até Câncer.

Diante dessa informação, e pensando na segurança de seus filhos, muitos pais têm decidido dar um novo destino para a polpa do dentinho de leite. Agora, ao invés de irem para a lata de lixo do consultório dentário, são congeladas e armazenadas em clínicas de criogenia espalhadas pelo mundo.

No Brasil a pioneira na técnica é a R-Crio - Centro de Processamento Celular especializado em isolamento, expansão e armazenamento de células-tronco obtidas a partir da polpa de dente. O laboratório sediado em Campinas (SP), desde 2014, tem à frente o cientista e membro do International Society for Cellular Therapy, José Ricardo Muniz Ferreira, que estudou e aprimorou a técnica de extração, armazenamento e cultivo das células. Segundo ele, as células do dente de leite são especiais, pois possuem grande potencial de multiplicação e a capacidade de se transformarem em diversas células do corpo humano. “Um verdadeiro tesouro: células-tronco jovens e de alta propriedade. Um único dente de leite pode conter entre 7 e 10 mil células; multiplicadas no laboratório tornam-se milhões”, garante.

A R-Crio tem uma rede credenciada de profissionais treinados para a realização do procedimento. Além disso, acompanha e monitora o processo desde o momento da extração do dente no consultório odontológico até a chegada ao laboratório. “Quanto mais cedo for feita a coleta, mais jovens serão as células, melhores os resultados e a qualidade do material”, explica Ferreira.

O fundador da R-Crio tem o apoio de especialistas da classe médica, entre eles está o presidente do departamento de pediatria ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria, Tadeu Fernando Fernandes. Ele afirma que é também de responsabilidade dos pediatras pensarem no futuro dos pacientes.

“Estamos em uma época de transição epidemiológica. No passado, as grandes questões para os pediatras estavam relacionas com as diarreias infecciosas e as pneumonias, que são doenças infectocontagiosas. Graças às vacinas e aos cuidados básicos em saúde e saneamento, essas enfermidades decrescem ano a ano. No entanto, por outro lado, as doenças crônico-degenerativas, como o diabetes, o Alzheimer, a osteoporose e, principalmente, os acidentes, crescem assustadoramente, não só no meio infantil, mas também entre os adolescentes e os adultos. Por esse motivo, sou a favor e recomendo aos pais dos meus pacientes que façam a coleta da célula-tronco do dente de leite. Eles precisam estar conscientes sobre o tema”, afirma.

O ortopedista Tiago Lazzaretti Fernandes, pós-doutor pela USP com research-fellow pela universidade de Harvard (EUA), diz que a possibilidade de armazenar as células das crianças é interessante pela capacidade de diferenciação e maior proliferação do que as dos adultos. “Para a ortopedia e medicina do esporte, minhas áreas de atuação, o uso da terapia celular abre diversas possibilidades de pesquisa e procedimentos futuros para doenças que ainda não possuem um tratamento adequado, como é o caso das lesões da cartilagem e a osteoartrite ou artrose do joelho”, explica.

O médico ainda complementa que é uma vantagem terapêutica a utilização de células que têm a capacidade de se diferenciar em outros tecidos e de regular o sistema imune ao seu redor, tornando o ambiente mais propício para o reparo do tecido lesionado. “A técnica vem sendo amplamente estudada por respeitados centros aqui no Brasil e no exterior. A pesquisa desde os laboratórios até os modelos tradicionais para uso em humanos e em ensaios clínico, com o aval da ANVISA e o financiamento para o desenvolvimento de produtos, torna essa tecnologia promissora e com previsão de chegada breve ao mercado.”

Para o Professor Titular Emérito de Pediatria da Unicamp, José Martins Filho, os pais devem ter informações, por meio dos pediatras, sobre a importância da extração e do armazenamento das células tronco do dente de leite das crianças. “Existem excelentes técnicas para o procedimento. A medida é preventiva e muito importante para o caso de doenças futura”, alerta.

Entidades de classe corroboram com os médicos sobre a importância da extração e do armazenamento das células-tronco mesenquimais para o uso em terapias futuras. A ANADEM – Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética é uma delas. O presidente da entidade, que também é especialista em direito médico e bio-médico, Raul Canal, analisa que o mundo passa por grandes transformações, comparando o momento atual com o de Alexander Fleming, descobridor da penicilina, que possibilitou os tratamentos de doenças e maior tempo de vida à população.

“As novas tecnologias aliadas ao aumento do conhecimento têm resultado num melhor controle das doenças sanitárias. Por outro lado, a longevidade traz novos desafios para a medicina, por conta das doenças classificadas como degenerativas. Nesse sentido, a ciência trabalha para encontrar soluções que possam apoiar a medicina regenerativa. É aí que entram as células-tronco mesenquimais. Os órgãos reguladores, como a Anvisa, têm acompanhado este movimento e trabalha para trazer à população esperança no tratamento dessas doenças que tem acometido cada vez mais a sociedade”, explica.

No Brasil, em 2018, a Anvisa publicou normativas que orientam o processo e disponibilização das células em condições de uso e como devem ser utilizadas para terapias. Existem também regulamentação e orientações sobre o registro e comercialização das terapias avançadas, abrangendo as células-tronco, bioengenharia de tecido e estudo genômico.

“As terapias avançadas são a principal ferramenta do novo ciclo da saúde mundial. Ou seja, mais uma vez a solução está em nosso organismo e o quanto antes conseguirmos preservá-la melhor para nossa longevidade com qualidade de vida. O profissional da saúde tem o compromisso de se atualizar e informar aos seus pacientes sobre a oportunidade de armazenarem as células-tronco, sejam das crianças por meio dos dentes de leite ou dos adultos, pela fonte do periósteo do palato, ambos procedimentos minimamente invasivos”, finaliza


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