Luz pulsada é nova arma para tratar inflamação crônica nas pálpebras
Liberado em 2019 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o tratamento com luz pulsada melhora de forma eficaz a blefarite
A blefarite é um processo inflamatório crônico que atinge a margem (ou borda) das pálpebras e, apesar de não ter cura, pode ser controlada.
Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista, especialista em cirurgia de pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo, quando afeta a parte externa das pálpebras é chamada de blefarite anterior, mais comumente causada por infecção bacteriana e mais prevalente em pessoas com dermatite seborreica.
“Na blefarite posterior, a causa está mais associada a alterações nas glândulas de Meibômio, localizadas nas bordas das pálpebras e responsáveis por secretar substâncias lipídicas (gordurosas) contidas no filme lacrimal (lágrima)”, explica a médica.
“É comum ainda a blefarite estar associada a doenças sistêmicas, como rosácea, atopia e dermatite seborreica, assim como a doenças oculares, como síndrome do olho seco, calázio, triquíase, entrópio e ectrópio, além de conjuntivite e ceratite”, comenta Dra. Tatiana.
Sintomas são piores pela manhã
O processo inflamatório envolvido na blefarite altera a secreção das glândulas de Meibômio, o que prejudica a lubrificação dos olhos, agravando a inflamação da superfície ocular. Os sintomas costumam ser mais intensos pela manhã
“Olhos inchados, coceira, vermelhidão no globo ocular e nas pálpebras, sensibilidade à luz (fotofobia), ardência, perda de cílios e formação de crostas nas bordas das pálpebras, que podem, literalmente, “grudar” os olhos, são sintomas mais comuns”, cita a especialista.
Novo tratamento
A luz pulsada começou a ser usada para tratar a blefarite com bons resultados. “Alguns especialistas notaram que a terapia com a luz pulsada para doenças da pele aliviavam também os sintomas do olho seco de alguns pacientes, com outras patologias dérmicas. Foram feitos estudos clínicos voltados para pacientes com blefarite, meibonite e ceroconjuntivite, com o objetivo de comparar os tratamentos tradicionais com a luz pulsada”, diz Dra. Tatiana.
Um desses estudos, publicado em 2019 no Journal of Ophatalmology, apontou uma melhora significativa dos sintomas, em apenas três sessões de luz pulsada. Além disso, não houve efeito adverso e recorrência das crises de blefarite no grupo que recebeu o tratamento.
Ação da luz pulsada na blefarite
A energia luminosa da luz pulsada é transformada em energia térmica, que permite a coagulação e ablação de capilares, com redução dos fatores inflamatórios. Também atua na redução de ácaros e bactérias envolvidos na blefarite.
Por último, o efeito térmico ajuda a desentupir as glândulas de Meibômio, facilitando a saída da secreção. E isso também ajuda a melhorar o filme lacrimal.
Vale lembrar ainda que pacientes com terçol e calázio de repetição também podem se beneficiar do tratamento com luz pulsada. Quanto a duração do tratamento, são realizadas de 3 a 4 sessões, a cada 15 dias.
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