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Fratura por stress

  • Quarta, 12 Fevereiro 2020 12:40
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Recentemente atendi um médico que estava treinando para uma maratona. Ele insistiu em correr com uma dor no pé que já estava incomodando nos longões e piorou no último treino de 30 km. Ele já suspeitava de alguma reação por stress no metatarso, fez repouso quatro dias e foi correr uma meia maratona. Moral da história: sentiu tanta dor que o pé inchou e ele teve que abandonar a corrida no quilômetro quatro. O que era uma fratura por stress se confirmou e, mais que isso, completou e teve um leve desvio.

Normalmente, esta lesão é por uso excessivo em um atleta que está com sobrecarga, seja biomecânica ou metabólica. No caso dele, os dois ocorreram, pois ele resolveu aumentar a cadência para tratar uma dor no joelho. Muitas vezes, a fratura por estresse pode ser tratada por uma eliminação a curto prazo da corrida e outro impacto repetitivo no pé, mas, em alguns casos, faz-se necessário correções de postura, pisada e correções de deficts energéticos.

Normalmente, o paciente não se lembra de uma lesão específica que iniciou os sintomas. Como neste caso, pode-se notar dor que vem aumentando à medida que o treinamento ou a cadência aumentam. Muitas vezes a dor vem depois de um certo período de tempo e desaparece com o descanso. À medida que o problema se agrava, a dor muitas vezes começa mais cedo e mais cedo na sessão de treinamento, e muitas vezes a dor continua apesar do descanso da atividade. À medida que se torna ainda mais grave, progredindo para uma fratura por estresse, as atividades da vida diária, como caminhar, tornam-se dolorosas.

O exame do pé lesionado por um médico do esporte geralmente revela um ponto muito específico de sensibilidade no local da fratura por estresse - neste caso, ao longo dos ossos longos do pé. Pode haver algum inchaço neste local, mas, muitas vezes, o pé parece normal.

Um raios-x pode ser negativo nas semanas após o início da dor. Se o médico estiver bastante preocupado com a possibilidade de uma fratura por estresse, ele poderá solicitar uma tomografia óssea ou uma ressonância magnética (RM). Ele também pode optar por esperar alguns dias e restringir as atividades do atleta. Na imagem desse caso como já foi evidenciado a fratura óssea, a RM ajudou a descartar alterações de tecidos, mas observem que o osso já estava com inflamações (branco) denotando sinais de edema ósseo

A maioria das fraturas por estresse do metatarsal é curada sem cirurgia. Evitar a atividade ofensiva, como correr, é crucial. Proteger o pé com uma bota ou sapato de proteção pode ajudar. Ocasionalmente, colocar o paciente em muletas é necessário para diminuir a dor.

Dependendo da localização, no entanto, algumas fraturas podem exigir tratamento cirúrgico. A fratura por estresse metatársico mais comum para a qual a cirurgia é recomendada é aquela em um local específico no quinto metatarsal, numa região onde estatisticamente a consolidação é prejudicada pela vascularização pobre.

Cirurgia para essas fraturas geralmente envolve colocar um parafuso dentro do osso. Este tratamento cirúrgico é especialmente recomendado para fraturas com grau elevado de encurtamento, desvio ou rotação ou atletas de alto nível.

A prevenção de fraturas por estresse também é importante. Mulheres na pós-menopausa e jovens atletas do sexo feminino correm risco se tiverem baixa densidade óssea ou a antiga tríade da mulher atleta, hoje conhecida como síndrome de déficit energético. Este fato é especialmente verdadeiro se o atleta tiver um estado nutricional deficiente e irregularidades hormonais. A avaliação da densidade mineral óssea, nutricional, metabólica e biomecânica é importante nesses atletas, bem como em atletas com histórico de fratura por estresse anterior.

Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. www.anapaulasimoes.com.br


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