Fundação do Câncer participa de audiência pública que discute a possível liberação dos cigarros eletrônicos
A Audiência pública acontece nesta quinta-feira, dia 08, na sede da Anvisa em Brasília. O diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni Jr. participa dessa primeira etapa da discussão para que o contexto atual do uso de dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil possa ser melhor entendido.
Até o dia de hoje a comercialização, a importação e a propaganda dos cigarros eletrônicos permanece proibida. Contudo, a possível liberação destes dispositivos eletrônicos será tema de discussão durante audiência pública da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). A indústria do tabaco alega que estes similares funcionam como auxiliares àqueles que desejam parar de fumar e que são menos danosos. Do outro lado, paira a preocupação de entidades ligadas à área da saúde, como a Fundação do Câncer, que reforça o risco da inserção deste novo hábito de fumar, principalmente entre os jovens, uma vez que não existem estudos que comprovem a segurança na utilização dos cigarros eletrônico.
“Se a própria indústria do tabaco admite que o cigarro convencional é tão danoso para o organismo, como ela propõe uma nova modalidade, que contém inúmeras substâncias tóxicas? Cria-se uma tecnologia, dando nova roupagem ao cigarro, que ao incluir aromas artificiais, atrai jovens e adolescentes. Além de passar a falsa ideia de que o cigarro eletrônico não faz mal à saúde, pode haver ainda a migração para o cigarro convencional.”, esclarece, Maltoni, que participa, desde a sua criação, em 1991, das políticas públicas para o controle do tabagismo.
Aprovada em junho, a audiência tem como objetivo debater e coletar subsídios científicos e atualizados sobre os potenciais riscos ou benefícios desse tipo de dispositivo. O embasamento para o veto destes dispositivos eletrônicos, da autarquia e de outras autoridades de saúde, está em resultados preliminares de uma pesquisa da faculdade de medicina da Universidade de Nova York. O estudo indicou que o cigarro eletrônico poderia aumentar o risco de danos ao coração, pulmões e bexiga.
“Esperamos agora que, ao fim desse diálogo, este novo hábito de fumar não ganhe as ruas do país, colocando em risco um trabalho exitoso de controle do tabagismo, que vem sendo construído há mais de duas décadas e é responsável pela queda de 40% do número de fumantes no país”, esclarece o diretor executivo da Fundação do Câncer, que enfatiza que este pode ser um novo marco para o controle do tabaco no Brasil.
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