Capitais do Nordeste são as preferidas por afrodescendente na retomada do turismo interno no Brasil
Medidas sanitárias e exigência de certificado de vacinação passam a ser critérios relevantes na hora de decidir destino de viagem por turistas brasileiros
Depois do segmento sofrer impactos expressivos com a pandemia, o setor de turismo interno busca caminhos para a retomada, principalmente com o aumento do processo de imunização no Brasil e no mundo. Uma pesquisa encomendada pela empresa de consultoria em diversidade AFAR Ventures para a startup de pesquisa online, Painel BAP, o primeiro painel de consumidores e pesquisa online afrobrasileiro, realizada entre os dias 12 e 17 de dezembro de 2021, com 1067 internautas em todo Brasil (que se autodeclaram pretos ou pardos), aponta que 64% dos entrevistados pretendem realizar pelo menos 1 viagem de férias nos próximos 12 meses. Tais números sinalizam que os “afroviajantes” estão dispostos a viajar para locais com representatividade, querem buscar suas raízes nesses destinos e podem ser um caminho para aquecer o mercado turístico nacional (54% querem ir para um destino afro após maior flexibilização das medidas de enfrentamento à pandemia).
Dos três principais destinos para as próximas viagens sinalizados pelo público entrevistado, Recife e São Luís aparecem com 20% da preferência dessas pessoas, seguido de Maceió com 19%. Salvador aparece na quarta posição com 18%, entretanto é o destino que já foi mais visitado entre os entrevistados (24%), sendo esta capital o local preferido para os jovens-adultos entre 25 e 29 anos.
A pesquisa revela também que houve mudanças nos critérios de escolha dos destinos de viagens nacionais. Para 7 em cada 10 respondentes a maior preocupação está em como a cidade enfrentou e está enfrentando a pandemia. Para 55% dos entrevistados, a maneira de se hospedar terá mudanças, principalmente para os 62% que relatam que antes da pandemia se hospedavam em hotéis, agora buscam informações sobre os protocolos sanitários que estão sendo aplicados para desinfecção dos quartos e o tráfego nas áreas comuns.
Entre os entrevistados, 84% consideram o cumprimento dos critérios sanitários é extremamente importante, 69% importante e 15% muito importante. Já quanto à exigência do certificado da vacinação, apenas 4% dos respondentes declaram que não vão tomar nenhuma dose da vacina. Para alguns dos entrevistados, o índice de vacinação e as medidas sanitárias adotadas são fatores determinantes para que turistas realizem viagens, conforme declarações de dois deles na pesquisa: “Ir viajar somente quando a cidade tiver índice de vacinação e cuidados emergenciais” (homem, 28 anos, de São Paulo, Classe B) e “Devo olhar mais as medidas sanitárias adotadas no local, e o quanto o local está empenhado em seguir as medidas para controle da doença” (mulher, 45 anos, de Recife, Classe A).
“A pesquisa mostra o poder do turismo étnico, em especial, o segmento afro, no Brasil. As prefeituras, empresas aéreas, hotéis e demais participantes do trade turístico precisam se comunicar melhor com esse público. A demanda de representatividade e por experiência inclusiva em viagem é grande no setor do turismo. Países como África do Sul, Gana e Estados Unidos já possuem grandes investimentos nesse sentido”, diz Paulo Rogério Nunes, um dos sócios da AFAR Ventures.
A AFAR Ventures é uma empresa global de consultoria em diversidade e mídia com sede nos Estados Unidos e que possui clientes brasileiros
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