Tecnologia e intralogística: uma relação que nasceu para dar certo
Inovações em gestão de estoque, logística de entrega e logística reversa foram os destaques do primeiro bloco de conteúdos do Intermodal Digital Series - Intralogística
O potencial da tecnologia para o desenvolvimento dos setores logístico e de transportes do país é algo inquestionável nos dias atuais, ainda mais depois do avanço da digitalização em meio a pandemia, que beneficiou as mais diferentes modalidades destes mercados. Entre elas, estão a área de intralogística e suas vertentes: armazenagem, logística de entrega, logística reversa, movimentação interna de materiais e muitas outras.
Por isso, com o intuito de destacar os avanços tecnológicos e os desafios deste segmento no país, a Intermodal (plataforma de negócios completa para os setores logístico, intralogístico, de transporte de cargas e comércio exterior) promoveu um evento virtual totalmente dedicado ao assunto. Trata-se do Intermodal Digital Series - Intralogística, realizado na última semana, que propôs um debate 100% online com o objetivo de apresentar as melhores práticas de digitalização na cadeia de suprimentos, apresentadas por renomados profissionais do setor.
Entre eles, estiveram os cofundadores da Kestraa, plataforma de gestão para o comércio exterior, Isabel Nasser e Marcelo Matos, que evidenciaram como a tecnologia colabora para a gestão do risco de ruptura de estoque. Para Matos, a ruptura do estoque sempre foi um problema do setor e uma preocupação constante das empresas. “Este é o maior pesadelo de qualquer companhia de comércio exterior e ocorre, principalmente, pela dificuldade de se ter maior previsibilidade nas operações do segmento. Mas por que é tão difícil prever o que vai acontecer no setor com exatidão? Isso acontece devido a vários fatores, mas, um dos principais deles, é a forma analógica com que os processos são, tradicionalmente, realizados. Este é o primeiro ponto que deixa a cadeia desestruturada. O segundo é que há muitas operações ocorrendo em paralelo ao longo da cadeia, de forma desintegrada, o que torna ainda mais difícil a consolidação das informações”.
Outro fator que contribui muito para este risco iminente de ruptura, segundo Isabel, é esta longa crise de logística internacional pela qual passamos. “Esse colapso logístico dificulta ainda mais a previsibilidade do recebimento de produtos e materiais. E por que essa crise internacional causa essa ‘dor’ tão grande nas empresas, principalmente para os importadores que dependem dessas mercadorias? Primeiro porque há uma dificuldade muito grande em se fazer um booking, tornando-se um processo muito mais complicado que o normal, com um risco enorme de impossibilitar o atendimento das expectativas do importador. Depois, tem a própria imprevisibilidade da data de chegada dos produtos, visto que, com os portos e terminais lotados, os navios acabam aguardando mais que o normal, cerca de 10 a 15 dias para atracações”.
A solução, de acordo com Matos, é investir em conectividade e integração. “Toda essa dificuldade em capturar informações pode ser resolvida com mais conectividade nas operações. Toda a cadeia precisa estar conectada e integrada, com o compartilhamento de informações desde a origem, senão sempre haverá um conflito em alguma etapa do processo. Ter os dados desde o início, em tempo real, é um grande benefício quando se pensa em uma solução para viabilizar a melhor tomada de decisão no tempo certo”.
Mais integração - Quem também abordou as vantagens da integração foi o analista em logística e compras da Calçados Bibi, companhia especializada na fabricação e comercialização de calçados infantis, Willian Ribeiro. O executivo destacou os benefícios da integração entre os diferentes canais da empresa como diferenciais competitivos e geradores de negócios. “É verdade que este não é um assunto novo, muito se fala disso, mas pouco se mostra como funciona o fluxo operacional para que isso aconteça, de fato, e os caminhos para que ocorra a real integração entre os varejos físico e digital de um negócio”, afirmou.
No caso da Bibi, dois modelos fazem a diferença, segundo Ribeiro. Um deles é o conceito de prateleira infinita, que é quando a loja física conta com a possibilidade de fazer uso do estoque digital. “Por mais que tentemos, é quase impossível evitar que ocorram situações em que os clientes vão até nossas lojas físicas e não encontrem algum determinado produto, até porque a maior parte de nossas lojas ficam localizadas em shoppings, com pouco espaço físico, o que faz não sobrar muito para o estoque. E é quando isso ocorre que acionamos o esquema de prateleira infinita, que é quando, por meio da integração de informações, conseguimos consultar nosso estoque digital, que é inúmeras vezes maior, e verificar a disponibilidade do produto para poder efetuar a venda”.
Outro exemplo de integração entre o físico e o digital é o chamado ‘Clique e Retire’, que é quando se realiza a compra online e se retira o produto em uma loja física. “Iniciamos essa opção em 2017, com o objetivo de dar mais comodidade aos clientes, fomentar um maior fluxo de consumidores nas lojas e proporcionar mais oportunidades de vendas, além de reduzir os custos da operação (entregar na loja é mais barato do que entregar na casa do consumidor e o cliente não paga frete). Assim, aproveitamos toda a capilaridade da rede de lojas Bibi, já que temos unidades por todo o Brasil, e nos mantemos sempre perto dos clientes”, completou.
Logística Reversa e Economia Circular - Outro destaque do primeiro bloco de conteúdos da Intermodal Digital Series - Intralogística foi a logística reversa associada à economia circular - tema da apresentação feita pela diretora executiva das unidades Reverse e Waste, da Ambipar Response, Priscila Santos. Segundo ela, elementos que antes não estavam contabilizados nas operações das empresas assumiram importância crítica. Estamos falando de sustentabilidade na operação, o descarte ou troca de embalagens, entre outras modalidades que demandam modelos logísticos flexíveis e integrados.
O Grupo Ambipar é especializado em desenvolver modelos de logística reversa mitigada - com atendimento ao cliente em sua base, em PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) e/ou a domicílio, com veículos dedicados e/ou fracionados - no processo de manufatura reversa e valorização dos resíduos. “A logística é uma das questões principais em todo o nosso negócio porque além da gestão, fazemos o transporte de resíduos. A Ambipar é uma especialista em logística reversa e a rastreabilidade e transparência são alicerces dessa operação, que envolve o suporte às trocas, descartes ou entregas de mercadorias ou resíduos, inclusive com a possibilidade de cashback, no retorno de embalagens”, contou Priscila.
Com várias empresas interligadas por diferentes core business, a Ambipar atua na coleta de eletrônicos, embalagens usadas, resíduos líquidos e hospitalares (inclusive equipamentos e próteses, com lavagem, desinfecção e reciclagem da peça), e tudo de forma integrada com softwares que integram as rotas de ida e de volta da carga, com o mapeamento de todos os intervenientes, para manter controle na dinâmica do consumo e do descarte. “ Sempre digo que uma boa logística é a combinação precisa entre bom atendimento, rastreabilidade e transparência”.
Outra importante vertente de negócio para a Ambipar envolve a logística reversa de plásticos. “Atuamos na coleta, reciclagem e transformação desses resíduos em um novo produto, na melhor expressão da economia circular, na qual também atuamos. Isso acontece também com vidros, cosméticos, metais, entre outros materiais que são descartados. Essa visão sistêmica da logística é um diferencial determinante nos dias de hoje”, concluiu.
Sobre a Intermodal
A Intermodal, hoje, se transformou em uma plataforma de negócios completa para os setores de logística, intralogística, transporte de cargas e comércio exterior, gerando negócios, relacionamentos e entregando conteúdos de qualidade em todos os ambientes: digital e físico, sinergicamente. Atualmente, possui uma base de dados qualificada, com mais de 150 mil contatos de profissionais do setor e diversos canais, como plataforma digital, website, redes sociais e uma plataforma de conteúdos exclusivos, com os quais consegue promover marcas, lançar produtos, gerar leads e realizar ações personalizadas para obtenção de um melhor retorno dos investimentos, com mais foco e assertividade.
Sobre a Informa Markets
A Informa Markets, organizadora e promotora da Intermodal, cria plataformas para indústrias e mercados especializados em fazer negócios, inovar e crescer. Seu portfólio global é composto por mais de 550 eventos e marcas internacionais, sendo mais de 30 no Brasil, em mercados como Saúde e Nutrição, Infraestrutura, Construção, Alimentos e Bebidas, Agronegócio, Tecnologia e Telecom, Metal Mecânico, entre outros. Oferecendo aos clientes e parceiros em todo o mundo oportunidades de networking, de viver experiências e de fazer negócios por meio de feiras e eventos híbridos, conteúdo digital especializado e soluções de inteligência de mercado, a promotora segue construindo uma jornada de relacionamento e negócios entre empresas e mercados 365 dias por ano. Para mais informações, visite www.informamarkets.com.br ou entre em contato através do e-mail
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