Tecnologia fácil e barata ajuda a reflorestar áreas degradadas
Empresa do Rio de Janeiro, que também atuou na tragédia de Mariana, em 2015, atua em áreas da Mata Atlântica em três estados e no Cerrado de MS
Restaurar o que o homem ou a própria natureza destruiu na Mata Atlântica, próxima de onde nasceu, no Rio de Janeiro, sempre foi o desejo de Bruno Rutman Pagnoncelli. Ele e o irmão Pedro se juntaram e criaram a Fractal Núcleos de Inovação, que desenvolveu o Nucleário, um sistema que permite o reflorestamento de maneira mais rápida, com pouca manutenção e com maior eficiência, principalmente para grandes áreas degradadas. A empresa trabalha em várias regiões do país, inclusive na Vale do Rio Doce, onde aconteceu a tragédia do rompimento da barragem de Mariana, em 2015. Por preservar a vida terrestre, a Nucleário, nome fantasia do negócio, contempla o 15º dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que há três anos é parceira do Sebrae no fomento aos negócios de impacto social e ambiental.
A empresa usa tecnologia em parte dos 17 milhões de hectares de áreas degradadas da Mata Atlântica, envolvendo os estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Bruno conta que, fora esse bioma, eles também trabalham só na preservação do Cerrado, em Mato Grosso do Sul. “Basicamente, nossos experimentos são na Mata Atlântica”, diz o empreendedor, cuja formação é desenho industrial. A empresa é uma das que atuam na contenção à devastação ambiental na região atingida pelo rompimento da barragem do Fundão, no distrito de Bento Rodrigues (Mariana).
O Nucleário é uma tecnologia inspirada na própria natureza. Seu formato se assemelha com uma bromélia e sua estrutura, feita de plástico biodegradável, foi feita para manter a camada vegetal igual ao da floresta nativa. Além disso, as mudas de árvores para o replantio ficam protegidas de formigas e plantas daninhas ou capim, mas capazes de produzir e atrair minhocas, insetos e fungos, além de coletar água da chuva e do sereno no período de estiagem. “Nós fazemos o reflorestamento em alta escala visando a preservação ambiental, bem como corrigindo a erosão do solo”, explica Bruno.
A tecnologia produzida por Bruno e o irmão é usada principalmente em áreas distantes, terrenos rochosos ou de difícil acesso, por isso, é leve e de fácil transporte. Além disso, ao proteger o solo, a metodologia permite o acúmulo de nutrientes para garantir o crescimento da planta. O projeto Nucleário foi vencedor e finalista de diversos prêmios internacionais, além do Desafio Ambiental WWF, promovido pelo World Wide Fund for Nature (WWF), com o apoio do Sebrae. Além dos dois irmãos, a empresa também conta com Bruno Ferrari um especialista em viveiros.
Para administrar o negócio, Bruno fez o Sebraetec, no Rio de Janeiro. A empresa também participou do InovAtiva Brasil, um programa de aceleração gratuito de startups e de negócios inovadores, também do Sebrae e do extinto Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Leia as outras matérias da série
1º ODS - Erradicação da Pobreza
2º ODS - Fome Zero e Agricultura Sustentável
3º ODS - Sáude e Bem Estar
4º ODS - Educação de Qualidade
5º ODS - Igualdade de Gênero
6º ODS - Água Potável e Saneamento
7º ODS - Energia Limpa e Acessível
8º ODS - Trabalho Decente e Crescimento Econômico
9º ODS - Indústria, Inovação e Infraestrutura
10º ODS - Redução das Desigualdades
11º ODS - Cidades e Comunidades Sustentáveis
12º ODS - Consumo e Produção Responsáveis
13º ODS - Ação Contra a Mudança Global do Clima
14º ODS - Vida na Água
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