Aula remota versus pandemia
Ensino remoto adotado de maneira emergencial devido à pandemia do novo Coronavírus se mostrou negativa para alunos
Apesar da adoção do ensino remoto emergencial ter se apresentado como uma oportunidade para se adotar metodologias ativas de aprendizagem, como a sala de aula invertida, essa mudança, quando implementada, foi percebida negativamente pelos alunos. “Ficou nítido tanto para os estudantes quanto para os professores a importância do contato presencial no processo de aprendizagem. E como é difícil criar conteúdo em meio ao cenário que há falta de acesso às tecnologias”, explica o professor universitário e filósofo Marcelo Galuppo.
De acordo com a pesquisa Expectativas do Ensino no Brasil, da Minds & Hearts, empresa da holding HSR Specialist Researchers, 60% dos estudantes não aprovam a experiência do ensino remoto. O estudo também revela que somente 8% das pessoas entrevistadas já estudavam remotamente, enquanto 90% conheciam apenas cursos presenciais.
O primeiro grande desafio foi o acesso precário por parte dos alunos à internet. “Querendo ou não, aqueles que têm mais acesso às novas tecnologias saem na frente dos que não a possuem. O que acaba desmotivando tanto o estudante quanto o professor. Além disso, nem todos professores têm ajuda de custo para conseguir todo aparato tecnológico necessário. Alguns, inclusive, arcam com as despesas do próprio bolso", revela o professor.
Além disso, o professor relata que a questão interatividade é ponto chave para a aprendizagem, a aproximação com o aluno faz que seja possível entender melhor sua difícil e o ajuda a sanar as dúvidas. “Não é só dizer para o aluno acessar a sala de reunião ou assistir aos vídeos, pois nem todos vão dar a devida atenção ao conteúdo. Já no ensino presencial, eu consigo interferir", exemplifica.
Como resolver?
Uma discussão que surgiu como possibilidade foi o ensino híbrido. Nesse modelo, o professor tem uma quantidade limitada de tempo com seus alunos de forma presencial e a maior parte do tempo continuará sendo de ensino remoto. “Ainda não é a solução, mas há formas de adaptar, por exemplo, se o aluno tem dúvida, podemos criar um link para vídeo explicativo.”, esclarece o professor.
É evidente que nesse processo, muitos desafios vão aparecer, e precisamos aprender com eles e buscar maneiras de solucionar da melhor maneira possível e com as ferramentas disponíveis. “Precisamos mostrar que os alunos não estão sozinhos, que nós professores também temos dificuldades e podemos juntos resolver essas questões, procurar tornar o processo de adaptação menos cansativo e mais produtivo”, finaliza Marcelo.
Fonte: Marcelo Galuppo, filósofo e professor universitário - filosofia do direito. Professor há 25 anos, graduado pela PUC em Direito e fez filosofia do Direito pela UFMG. Além disso, escreveu livros técnicos, tais como; 1999 - Igualdade e Diferença e Metodologia de Pesquisa - Da ideia a defesa: o Impeachment.
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