Incluir é mais do que colocar a mesma música para públicos variados: é chamar todo mundo para dançar. Na sala de aula, a temática da diversidade é cara e urgente, ainda mais em um país tão plural como o Brasil. A Camino School acredita no respeito às diferenças e conta com diversos projetos nesse âmbito em seu calendário letivo, tais como sessões de bate-papo com alunos, um manual antirracista, um comitê de diversidade e um programa de bolsas.

Com o intuito de educar e multiplicar pensamentos inclusivos, a escola realiza semanalmente o “Pílulas da Diversidade”, que ocorre à tarde, durante o “Afternoon Meeting” – uma pausa às 15h, quando educandos e educadores batem um papo mais informal. A iniciativa está alinhada com a metodologia da aprendizagem ativa, praticada pela instituição, que coloca o educando como agente no processo pedagógico por meio de expedições (projetos práticos).

A professora Juliana Bueno, que leciona cultura afro-brasileira na instituição, compartilha temas pontuais que promovam um debate plural. “Entro e pergunto: vocês sabem o que é diversidade? Já trouxe uma questão sobre as princesas. Nessa ocasião, perguntei: o que é preciso para ocupar esse papel? Contei que, quando criança, imaginava que eu não podia ser uma. Já falamos sobre padrões de beleza para eles começarem a entender como isso influencia na sociabilidade. As relações de afeto são afetadas por esses modelos impostos”, explica.

A partir dessa iniciativa, outras foram nascendo. Certa vez, Bueno propôs desenvolver um manifesto feito pelos estudantes, que criaram cartazes com fotos exemplificando a beleza natural, acompanhados de frases como “Você é linda”. Com os menores, a professora está produzindo um Zine, a ser distribuído na comunidade escolar, conscientizando sobre a urgência do assunto.

A Camino School conta atualmente com um Comitê de Diversidade, que se encontra em fase embrionária, com a finalidade de trazer essa agenda para a comunidade escolar. A proposta é criar um grupo, do qual todos e todas possam participar, incluindo pais, estudantes, professores e colaboradores. “Nosso intuito é que toda a comunidade escolar participe, colabore e fortaleça nossa iniciativa. Quanto mais ideias forem compartilhadas, maiores serão as possibilidades”, complementa Bueno. O intuito do comitê é pensar ações, ideias e olhares para dentro da escola. “Trabalhando a diversidade, você evita ações discriminatórias e de bullying. Estamos elaborando um lugar de prevenção”, acrescenta.

Nessa fase inicial, as iniciativas estão voltadas para o pensar estudantil. Os docentes responsáveis enviam algumas questões para as famílias, que podem falar o que esperam daquele espaço. “Na primeira reunião, foi criada uma nuvem de palavras obtida a partir de contribuições dos participantes. Houve uma seleção do que os membros esperavam ou não. Em seguida, foi feita uma ata com as pautas, isto é, as demandas que precisavam de um trabalho pontual”.

A Camino School ainda está realizando outra empreitada: é o Manual da Escola Antirracista, cujo intuito é construir um guia para trabalhar a diversidade de uma maneira inclusiva e não excludente. Haverá um documento para elucidar o que pais, crianças, professores e funcionários da escola precisam estar a par. “Uma instituição, seja ela de qualquer área, deve oferecer condições de equidade. No dia a dia de uma escola, precisamos pensar: como fazemos com que essa criança se sinta pertencente? Não adianta conceder uma bolsa, se o cenário social não a inclui. Um bolsista tem que se sentir representado, isto é, olhar para o professor e pensar que ele parece com seu pai ou tio. A conexão que se cria entre famílias e escola nesse contexto é uma das ferramentas para evitar evasão escolar”, ressalta Leticia Lyle, cofundadora da Camino Education e diretora da Camino School.

A escola conta atualmente com um programa de bolsas direcionadas a famílias – e não somente aos estudantes em si – em situação de vulnerabilidade social, levando em conta que a medida inclusiva precisa contemplar o entorno do educando. Atualmente, 14 núcleos familiares são atendidos com benefícios que incluem isenção de mensalidade, estrutura para conexão (modem com pacote de internet, dispositivos como tablets ou laptops), material escolar, uniforme e, futuramente com o retorno presencial, cobertura alimentar e para as atividades recreativas.

Juliana Bueno, professora envolvida nas ações de diversidade da Camino School

“No ano passado, a Leticia – nossa diretora pedagógica – me chamou para pensarmos em um sistema que fosse justo e inclusivo. Pesquisei outros exemplos pedagógicos e criamos o edital do projeto com um recorte específico, que era étnico-racial. Lançamos no ano passado e recebemos mais de 100 inscrições. Como tínhamos um número específico de bolsas, tivemos que fazer uma seletiva ainda mais criteriosa”, afirma Bueno. A escola também oferece treinamentos e formações específicas sobre letramento racial para lidar e gerenciar possíveis situações conflituosas.

Camino Education – Como um ecossistema educacional que integra educadores, gestores, pais e estudantes, a Camino Education tem a missão de enriquecer a Aprendizagem para milhões de alunos, com a aspiração de transformar aulas tradicionais em experiências de aprendizagem inesquecíveis, de alta qualidade educacional e engajamento significativo dos educadores e dos alunos, por meio da Aprendizagem Ativa. A Cloe, plataforma digital completa de Aprendizagem Ativa desenvolvida pela Camino Education, a Camino School, escola de referência em São Paulo, e o Centro Camino de Aprendizagem Ativa, centro de formação de educadores, compõem esse ecossistema. A Camino Education é a primeira Edtech brasileira a compor a comunidade Global Innovators do World Economic Forum e está entre as 100 Edtechs mais inovadores da América Latina, segundo o ranking 2020 LATAM 100 Edtechs anual.