Aliança Covid Amazônia pede mudanças na política de vacinação das comunidades isoladas do Amazonas
Em carta ao Ministério da Saúde e Governo do Estado do Amazonas, instituições, lideradas pela Fundação Amazônia Sustentável, lembram que as longas distâncias para vacinação exigem uma estratégia diferente
A Aliança Covid Amazônia, liderada pela Fundação Amazônia Sustentável, que desde o começo da pandemia no Brasil tem atuado para apoiar as populações indígenas, ribeirinhos e periferias de Manaus, encaminhou carta à coordenadora do programa de imunização do Amazonas, Izabel Nascimento (veja em anexo), com sugestões de como aprimorar a política de vacinação no estado. O documento foi enviado também ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e ao governador do Amazonas, Wilson Lima.
A FAS, com experiência de mais de 10 anos de atuação em áreas distantes do Amazonas, recomenda mudanças na política de vacinação principalmente em áreas distantes. ”No contexto da Amazônia profunda, onde as distâncias entre as comunidades resultam em um desafio logístico ainda maior, é necessário que seja feito um aprimoramento urgente da atual estratégia de vacinação das populações tradicionais e povos indígenas”, afirma Virgilio Viana, superintendente geral da fundação.
Viana aponta alguns caminhos diferentes do resto do Brasil, tais como priorizar a imunização de populações por território e não por faixa etária; incluir o atendimento de outras necessidades de imunização nessas localidades, como sarampo, febre amarela e outras doenças; fazer um esforço urgente em busca de aquisição e/ou doação de vacinas de dose única, para aumentar a eficiência da vacinação; priorizar a vacinação de indígenas não aldeados nas áreas urbanas como parte dos grupos prioritários; e iniciar a vacinação pelas comunidades e aldeias mais distantes, como forma de recompensar as injustiças históricas que sofrem essas populações.
Segundo o coordenador do programa Saúde na Floresta da FAS, Luiz Castro, outra ação da entidade é “sensibilizar parceiros, dialogar com embaixadas e com governos de estado sobre a importância de obter um número maior de vacinas para que os municípios possam chegar em uma comunidade e vacinar todos aqueles que precisam ou, pelo menos, a maioria deles, como está acontecendo nas aldeias indígenas”.
Castro lembra que a maioria das comunidades quer ser vacinada, mas o número de imunizantes que as prefeituras dispõem é pequeno. “Precisamos ajudar as comunidades e prefeituras a ter as equipes necessárias e as condições de combustível, de transporte e de refrigeração para vacinar um número maior de pessoas”, afirma.
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