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Quem espera nunca alcança

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  João Batista Vilhena / Enviada por Renata Rosa / Imagem: Freeimages.com
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Quem espera nunca alcança

Acho engraçado o jeito como as pessoas frequentemente colocam nas mãos dos outros a responsabilidade pela solução de seus próprios problemas. Isso acontece, muitas vezes, por conta da falta de vontade de muitos de estar no controle de sua própria vida.

Essa questão chama tanto a minha atenção, que - já faz tempo -fui pesquisar as diversas justificativas para a passividade do ser humano. Embora haja várias “escolas” defendendo pontos de vista diferentes e conflitantes, acho que o Erick Fromm (autor de um livre superinteressante chamado “Medo à liberdade”) foi quem melhor definiu o centro da questão. Segundo esse psicólogo organizacional americano, o que leva as pessoas a terceirizar a responsabilidade sobre praticamente tudo é o medo de ter que assumir a culpa se algo der errado.

Em outras palavras, poder jogar nos ombros dos outros as responsabilidades pelos erros é algo que seduz muito o ser humano.

Poderíamos ficar horas discutindo essa questão no geral, mas quero particularizar minha discussão para uma área que me interessa de perto: o autodesenvolvimento.

Para facilitar a abordagem, divido minhas reflexões em três momentos: antecedentes, situação atual e perspectivas quanto ao futuro. Vamos a elas.

Até passado bastante recente as empresas tinham uma espécie de pacto com seus colaboradores (que no passado eram chamados de empregados). De maneira sintética, vigorava um acordo tácito de que, em troca da total subserviência do trabalhador, o capital garantiria a estabilidade da relação. Ou seja, se você se subordinasse – sem questionar muito – as regras da organização, ela não te mandaria embora.

Esse tipo de acordo fez com que a maioria de nossos pais e avós trabalhasse na mesma empresa por trinta, quarenta ou mesmo cinquenta anos. E eles tinham tanto orgulho de ter feito isso que proclamavam em cada oportunidade a sua fidelidade ao mesmo empregador.

Em função desta situação, as organizações não se recusavam a investir no desenvolvimento de seus colaboradores. Afinal eles permaneceriam fiéis durante toda a sua vida profissional e isso garantia o retorno sobre o investimento feito em treinamento e desenvolvimento.

Mas entre o final dos anos 80 e início dos 90 do século passado, tudo começou a mudar.

Daquela época – e perdurando até os dias atuais – a relação entre o capital e o trabalho vem sofrendo profundas modificações. Sem querer gastar muitas linhas descrevendo algo que estamos vivenciando, é fácil verificar que poucas são as chamadas “organizações de carreira”. Por outro lado, para os mais jovens, permanecer na mesma empresa por mais do que meia dúzia de anos é sinônimo de estagnação.

Sabedoras desta realidade, as organizações passam a valorizar – cada vez mais – aqueles que assumem as rédeas de seu próprio desenvolvimento e passam a, inclusive, pagar melhor aos mais preparados. A lógica por trás do novo comportamento é fácil de ser entendida. Vale mais a pena remunerar bem a quem já vem preparado do que se arriscar a investir em alguém que pode mudar de empregador a qualquer hora.

O problema é que, no que se refere a autodesenvolvimento, nos defrontamos hoje com vários desafios, que poucos sabem como administrar:

a) No que devo me desenvolver?

b) Como vou me desenvolver?

c) Quando devo iniciar?

d) Quanto devo investir?

Creio que a resposta para a primeira pergunta só pode ser obtida por aqueles que estão habituados a planejar o seu próprio futuro. Para saber no que devemos nos desenvolver, é preciso saber onde queremos chegar.

Se você é vendedor, pensa em assumir cada vez maiores e mais importantes responsabilidades, mas não quer se tornar um gestor, é importante focar no desenvolvimento de habilidades técnicas, que lhe permitirão obter melhores resultados de seu trabalho. Se você pensa em coordenar equipes, precisará desenvolver novas habilidades de caráter gerencial. Se nos seus planos está uma internacionalização de carreira, precisará dominar outros idiomas. Se quer se dedicar a um segmento muito técnico, terá que manter um nível mínimo de atualização tecnológica. E por aí vai.

Para a segunda pergunta, há duas reflexões importantes. A primeira diz respeito a sua disponibilidade de tempo e recursos. A segunda diz respeito à existência de boas instituições de ensino perto de você.

Não há dúvida que a qualidade de qualquer programa de desenvolvimento humano, técnico ou gerencial é função dos recursos que são empregados nas atividades didático-pedagógicas. Em outras palavras, o acesso à tecnologia de ponta é algo fundamental (eu faço doutorado na França e quando converso com amigos que estão estudando em instituições brasileiras com menos recurso, vejo isso claramente). Também é preciso entender a nítida correlação entre o quanto você aprende e o tempo que tem para dedicar ao aprendizado. A segunda questão – a da proximidade de boas escolas – hoje é um pouco atenuada com a questão do ensino a distância. Mas isso não significa que possamos esperar, sempre, obter o mesmo grau de qualificação quando estudamos através de mídias interativas. O contato pessoal sempre terá seu valor.

A terceira questão é fácil de responder, com uma só palavra: AGORA!

Para a quarta, vou te dar um conselho. Invista o máximo que puder, sem que isso signifique abrir mão de todas as outras coisas que te dão prazer. Lembre-se do antigo ditado que diz que “conhecimento é a única coisa que ninguém pode tomar de você”.

João Batista Vilhena é Consultor Sênior do Instituto MVC. Tem 35 anos de experiência profissional em Treinamento, Consultoria e Coaching, nas áreas de Educação, Gestão, Marketing, Negociação, Vendas e Distribuição. É Doutorando pela Universidade de Rennes/França, Mestre em Administração pela FGV e pós-graduado em Marketing pela ESPM/RJ. Coordenador acadêmico do MBA em Gestão Comercial da FGV.

Já atendeu mais de 109 empresas nacionais e multinacionais de diversos setores. Como palestrante participou de importantes eventos nacionais e internacionais, tais como: ASTD (American Society for Training and Development) nos EUA em 2006, 2007 e 2010; CBTD (congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento); CRIARH; ABTD; ExpoVendaMais.

Colunista da Revista VendaMais, escreve regularmente artigos e resenhas em veículos especializados, entre os quais Revista Melhor e HSM e IMVC UPDATE.


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