Brasil,

Perspectivas econômicas para 2017

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As equipes de economistas do mercado financeiro estão trabalhando, neste começo de ano, com dois degraus de projeção de crescimento do país para 2017: um claramente abaixo de 0,5% e outro entre 0,6% e 0,8%. No patamar de 1% para crescimento do PIB do Brasil temos a projeção oficial divulgada recentemente pelo Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Por que temos projeções muito abaixo de 1% dada por alguns agentes do mercado financeiro? Estão realistas? Ou será que o governo com 1% de crescimento é que está muito otimista? Quanto ao governo estar otimista esta é a maneira usual de ser e de agir, pois- como sempre- atuam mantendo as expectativas positivas dos agentes econômicos, e ao assim fazer, também garante a formação de expectativas favoráveis para os níveis de investimento dos empreendedores.

Vamos examinar alguns fatos e fatores que podem alterar o comportamento do PIB de 2017. Para este ano, teremos a comercialização de uma safra agrícola recorde. Apenas a safra de grãos de 2016/17 totaliza aproximadamente R$ 200 bilhões. Incluindo os demais produtos, como a cana de açúcar, a receita do setor pode ser muito superior a R$ 230 bilhões, o que seguramente também trará benefícios para as cidades. Este comportamento é bem distinto do observado no ano passado.

Teremos também, a partir de fevereiro, os pagamentos dos salários atrasados dos funcionários públicos de importantes estados (RJ, MG e RS). Juntamente a este processo, também teremos a destinação de recursos vindo dos saques das contas inativas do FGTS e que devem trazer dois efeitos, um sobre a redução do endividamento das famílias e outro de estimular a compra dos bens de consumo, tanto de bens de consumo não-duráveis quanto os duráveis.

Em investimentos temos ações sobre alguns segmentos de infraestrutura como obras em aeroportos internacionais e regionais, a retomada de aquisições da Petrobrás em diversos programas, incluindo o pré-sal, e facilidades de crédito para que empresas nacionais e estrangeiras operacionalizem com recursos as concessões e privatizações em análise. Estas ações trarão benefícios para estas áreas.

Também, uma série de ajustes setoriais e microeconômicos estão sendo realizados e que promovem uma rápida readequação das instituições como o BNDES, Banco do Brasil e de outras empresas do setor privado às suas funções. O Banco Central está analisando a redução ou readequação dos compulsórios. Atualmente, a alíquota é de 45% para os depósitos à vista; de 25% para depósitos os depósitos a prazo, como os CDBs e de 24,5% para os depósitos de poupança. As médias e pequenas empresas serão as sérias pretendentes aos recursos resultantes destes ajustes e programas. Pode ser que a expectativa de reversão na tendência de crescimento do desemprego venha a ser um fato claro em meados do segundo semestre do ano.

No setor de turismo existe a expectativa de que um ano com mais feriados favoreça o setor. Existe uma visão controversa do efeito desta maior quantidade de feriados sobre o comércio. Alguns realizam projeções negativas enquanto outros avaliam esta agenda como positiva para o setor.

O comportamento do câmbio seguramente estimula a desvalorização do Real: tanto sobre o efeito causado por aspecto externo- com o FED praticamente garantindo a “tendência” de alta dos juros-, quanto sobre o efeito causado pelo mercado interno, com a redução da Selic. As empresas exportadoras e outras que são impactadas pela fraca demanda do mercado doméstico serão estimuladas a colocar seus produtos no mercado internacional. Novo ano de possível resultado favorável para o resultado em transações correntes do balanço de pagamentos do país.

Apesar do bom desempenho dos fundamentos econômicos básicos deste primeiro trimestre do ano, a indústria como um todo ainda está respondendo diretamente ao baixo desempenho da procura por bens pela sociedade e não apresenta sinais claros de recuperação. As grandes empresas, entretanto, podem ser estimuladas a corrigir a perda de competitividade advinda da necessidade de realizar adequações tecnológicas e podem lançar novos IPO’s.

Deverão contar com uma colocação firme de ações dado pelo apoio das instituições financeiras privadas ao setor. As empresas favorecidas, neste caso, poderão ser a do setor de bens de capital e as que atuam no segmento de matéria prima. Esta expectativa, entretanto, considerando uma situação extremamente favorável, estimularia a demanda dos investimentos apenas a partir do último trimestre do ano. É uma necessidade empresarial advinda da necessidade de recompor o atraso tecnológico pelas empresas do país.

As grandes incertezas estão com a própria política fiscal brasileira, com Trump, com o dólar mais forte e com o Brexit. O governo, ao menos até o momento, mostra que não deverá cair na tentação de estimular novamente o crescimento econômico com os seus gastos. Parece, também, ser clara a manifestação de que não cairá nesta trincheira ao estar exigindo uma reciprocidade financeira por empréstimos da União destinados a importantes estados para saldar os seus compromissos administrativos.

O aumento da taxa de juros norte-americana causará um aumento dos custos para as empresas que têm necessidade de buscar recursos no exterior para se financiar, captar recursos, ou adquirir produtos ou matérias-primas importadas. Estas empresas terão de pagar mais pelos recursos externos ou pelos produtos importados. A pressão de alta sobre a taxa de câmbio (pressão para a desvalorização do Real) poderá causar um aumento da inflação. Neste caso, porém, com uma demanda ainda desaquecida, com taxas de juros elevadas- mesmo que ocorra a redução na taxa básica para um dígito- e com os benefícios dados pela oferta de produtos da safra brasileira, o impacto sobre os preços deverá ser pequeno.

É verdade que alguns destes fatos ocorrerão de forma aleatoriamente distribuída durante este ano. Também é verdade de que o crescimento será tênue. Mas, o comportamento do PIB, principalmente em consequência de ações que acontecerão no primeiro semestre, poderá não ser tão desanimador quanto o indicado por algumas instituições do mercado financeiro- abaixo de 0,5%- e pode ser que a projeção divulgada pelo Ministro da Fazenda indique, também, uma nova forma mais realista de informar a expectativa de crescimento da economia brasileira.

Agostinho Celso Pascalicchio é professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e está disponível para entrevistas.


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