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Riscos emergentes e caros para hospitais

GT da ONU estuda ameaças de avanço de superbactérias. Mercado cria novos seguros

Sem estardalhaço, as Nações Unidas criaram, este ano, um grupo de coordenação para o combate à resistência antimicrobiana- são bactérias, fungos, vírus e parasitas resistentes a medicamentos de última geração. Esta é a prova mais concreta de que a ONU começa a levar a sério a ameaça de que as chamadas superbactérias avancem nos próximos anos, colocando a humanidade de joelhos diante de doenças contagiosas generalizadas, as pandemias.

Ao mesmo tempo, serve de mais um alerta para os empresários de serviços médico-hospitalares. Afinal, na condição de vórtice desses riscos, os hospitais podem sofrer duros impactos com a eclosão de doenças contagiosas e precisam ter programas de gerenciamento de riscos (logo, de seguros) para reduzir as perdas potenciais. Nos mercados maduros, como nos EUA, novos produtos chegam às gôndolas, à espera do próximo surto de doença contagiosa.

O estudo do grupo da ONU servirá de subsídio para toda a cadeia de saúde de todos os Estados-membro. Seu relatório, que será divulgado na assembleia geral das Nações Unidas de setembro de 2018, listará orientações importantes para uma ameaça real à conquista dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Enquanto entramos na era do desenvolvimento sustentável, gostaria de enfatizar que a resistência antibacteriana realmente representa uma importante ameaça para a conquista dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), particularmente nos países em desenvolvimento”, adverte sub-secretária-geral da Organização Mundial da Saúde, Amina Mohammed Mohammed.

A resistência antimicrobiana, lembra, prolonga as doenças e amplia o risco de contaminação de forma explosiva. Entre especialistas, o consenso é de que o atual momento é o mais propenso em toda a história para um surto pandêmico. Ainda que possa parecer um exagero olhando-se para trás- na Idade Média, a peste bubônica matou algo entre 75 milhões e 200 milhões; a pandemia de influenza, de 1918-1919, a mais mortal da história moderna, atingiu 500 milhões de pessoas em todo o mundo (um terço da população do planeta na época), matando perto de 50 milhões.

Tudo porque, no jargão de cientistas, os bugs microscópicos capazes de causar um havoc são hoje bastante vastos. Ou seja, há aproximadamente 1,3 milhão de vírus no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, dos quais cerca de 500 mil vírus aptos a se transmitir de seus hospedeiros animais para seres humanos. Para piorar, não só são bugs causando doenças familiares como sarampo, caxumba e resfriado comum, mas com uma capacidade de mutação em novas doenças.

Não há resposta pronta para este aumento de novos vírus, mas o avanço do comércio global- destaque para a movimentação de cargas pelo planeta e a exposição de pessoas a vírus novos- mudanças no uso da terra e a extração de recursos são fatores considerados razoáveis nesse escalada de bactérias, fungos, vírus e parasitas. O avanço de humanos para áreas inóspitas e seu contato com vírus mortais prossegue, assustando a humanidade com o ônus a pagar. A mais ruidosa consequência disso ocorreu em 2014, quando o Ebola provocou uma crise de saúde internacional, ao trazer um surto contido em pequenas áreas daquele continente desde 1976 para grandes áreas da África Ocidental.

Nesse cenário de pandemias à espreita nos próximos anos e epidemias eclodindo ali e aqui, os gestores de riscos fazem as contas das perdas potenciais dos hospitais, exibindo algumas de suas vulnerabilidades.

A começar de seu quadro funcional. Sim, os funcionários de hospitais estão entre os mais ameaçados de contrair doença contagiosa. Em um surto de sarampo, por exemplo, eles são 19 vezes mais propensos a ficar doentes. No surto de da doença de 2003 em Toronto, 45% dos infectados eram profissionais de saúde. No mesmo ano, em Hong Kong, 23% dos infectados durante o surto da doença eram trabalhadores da saúde.

Além do risco de adoecer, enfermeiros e médicos, caso escapem da contaminação, são colocados em quarentena durante um surto. Em geral, de duas ou três semanas, dependendo da doença, afetando significativamente os custos dos hospitais.

Há também um aspecto psicológico importante que afeta hospitais que têm pacientes que contraem doenças contagiosas: o pânico de outros potenciais pacientes. Em 2014, um paciente tratado no centro médico presbiteriano do Texas em Dallas, vítima do Ebola contraído na África, provocou forte retração das internações- 49%, e de suas receitas- 25% no período de um mês. Segundo o The Dallas Morning News, este hospital perdeu US$ 20,3 milhões em receita. Ao lado disso, os custos diretos do tratamento de pacientes infecciosos são elevados: apenas um paciente com Ebola custou US $ 1,8 milhão.

A movimentação de resíduos infecciosos é também onerosa: um paciente pandêmico pode gerar uma média de dez tambores de 55 galões de resíduos perigosos por dia, custando até US $ 100.000 por dia para eliminação, de acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. Por fim, o efeito de reputação de cauda longa. Tradicionalmente, os hospitais que recebem doentes pandêmicos investem somam elevadas para restaurar a confiança das comunidades as quais servem.

Considerando-se tudo, as perdas potenciais para um grande hospital pode exceder US $ 50 milhões para uma única epidemia. No mercado americano, coberturas assim já estão disponíveis. A AXIS Healthcare Medical Catástrofe, por exemplo, oferece cobertura de interrupção de negócios e despesas extras para todas as doenças transmissíveis, incluindo aquelas que ainda não foram descobertas ou bugs que poderiam ter mutações e causar uma nova doença e pandemia. Os capitais segurados, com limites de até US $ 50 milhões, protegem as receitas hospitalares, oferecendo um plano de pandemia para os segurados.

Cobre o descarte de resíduos perigosos, com sublimite de US$ 1 milhão; e contratação de assessoria para gestão de crise, com um adicional de US $ 100 mil. Tudo para que uma pandemia não feche as portas do hospital, afirma o vice-presidente executivo da Axis Insurance e chefe da AXIS Healthcare, a unidade que fornece seguro de responsabilidade profissional e coberturas de acidentes padrão associadas para grupos de médicos, hospitais, centros de saúde aliados e médicos individuais.

Professor da Escola Nacional de Seguros, Gustavo Cunha Mello lembra que a eclosão de doenças tem relação direta com mais com a insalubridade e menos com a geografia. “O Ebola se espalhou na África, devido a condições específicas de higiene e falta de infraestrutura médica no Congo. Refugiados e prisioneiros da guerra civil foram os primeiros afetados. Não pelo contato de humanos com regiões inóspitas, porque não se trata de uma questão de geografia, mas relacionada à insalubridade”, destacou ele.

Há também reflexos para a atuação das operadoras, porque elas são obrigadas a indenizar doenças listadas na chamada CID-10, antes de serem consideradas uma epidemia ou pandemias pelas autoridades governamentais.


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