Gestão de crise e comunicação jurídica ganham destaque diante da judicialização da reputação
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Carolina Lara
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Advogados e gestores enfrentam nova era em que decisões judiciais e mídias sociais se cruzam, exigindo preparo técnico e emocional
O avanço da litigiosidade empresarial no país, que registrou mais de 31 milhões de novos processos em 2023 segundo o Justiça em Números do Conselho Nacional de Justiça, consolidou um movimento que especialistas já vinham apontando, a reputação corporativa entrou definitivamente no radar do Judiciário.
Em um ambiente marcado pela velocidade das redes sociais e pelo aumento de disputas relacionadas à governança, crédito e consumo, escritórios e departamentos jurídicos passaram a atuar de forma preventiva para evitar que crises financeiras ou de imagem se convertam em perdas irreversíveis.
A advogada Patricia Maia, sócia do Barbosa Maia Advogados e especialista em recuperação de ativos para o mercado de recebíveis, afirma que as empresas ainda subestimam o impacto gerado quando não existe uma estratégia de comunicação que acompanhe o risco jurídico. “Quando uma instituição demora para reconhecer a gravidade de um bloqueio patrimonial, de uma falência iminente ou de um vazamento de informação sensível, o dano costuma ser multiplicado. A falta de gestão integrada faz com que o problema jurídico evolua para uma crise reputacional, e isso aumenta o custo financeiro e emocional para todos os envolvidos”, diz.
A crescente exposição jurídica das empresas
O fenômeno já aparece em estudos internacionais. O Edelman Trust Barometer 2024 apontou que 71 por cento das pessoas esperam que empresas se posicionem de forma rápida e transparente em situações de conflito. No Brasil, levantamento da Deloitte sobre gestão de crise de 2023 indica que 54 por cento das companhias enfrentam algum episódio crítico nos últimos dois anos, sendo que quase metade admite não possuir protocolos específicos para comunicação jurídica em cenários de risco.
Para Patricia Maia, episódios envolvendo bloqueios judiciais, disputas societárias e denúncias de má gestão financeira revelam fragilidades de governança que poderiam ser evitadas com atuação combinada entre jurídico, comunicação e alta administração. “A empresa moderna precisa compreender que informação é ativo estratégico. Quando ela vaza de forma desordenada ou chega distorcida ao mercado, abre margem para ações judiciais, sanções regulatórias e perda de credibilidade”, afirma.
O setor financeiro é um dos mais sensíveis. De acordo com a Serasa Experian, o país encerrou 2024 com 6,7 milhões de empresas inadimplentes, o maior número da série histórica. A pressão sobre fluxos de caixa intensifica a busca por renegociação e reestruturação, mas também amplia disputas entre credores, investidores e gestores. Nesses contextos, erros na interlocução com a imprensa ou respostas precipitadas nas redes sociais podem influenciar decisões de juízes, percepções de stakeholders e até movimentos especulativos.
Governança, prevenção e resposta rápida
Patricia observa que, em cenários de falência ou recuperação judicial, a assimetria de informação é fator determinante. “Quando um credor não entende o que está acontecendo, ele litiga. Quando o investidor perde previsibilidade, ele se afasta. Quando o mercado enxerga opacidade, ele especula. É por isso que a comunicação jurídica precisa atuar de forma técnica, objetiva e alinhada à governança”, afirma.
Especialistas recomendam que as empresas estruturem planos de resposta rápida, definam porta-vozes treinados e adotem fluxos internos que unam compliance, jurídico e comunicação. A adoção de relatórios periódicos aos públicos estratégicos, o monitoramento constante de riscos reputacionais e a revisão de contratos sensíveis também aparecem como ações prioritárias.
Para Patricia Maia, o avanço esperado para os próximos anos é de natureza cultural. “Crise não começa no dia em que estoura. Ela nasce de acúmulos que poderiam ter sido detectados antes. Integrar o olhar jurídico à tomada de decisão e à narrativa empresarial não é mais diferencial, é sobrevivência”, afirma.
Com a tendência de expansão dos litígios e o fortalecimento do escrutínio público, companhias que mantiverem estruturas fragmentadas deverão enfrentar mais desgaste. As que adotarem postura preventiva tendem a reduzir disputas, preservar valor e atravessar turbulências com menor impacto econômico e institucional.
Sobre Patricia Maia
Patricia Maia é sócia do Barbosa Maia Advogados, escritório especializado em recuperação de ativos e estruturação de operações financeiras para o mercado de recebíveis. Com mais de 19 anos de experiência, atua como business strategist em operações de factoring, securitizadoras e Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs), além de consultora em reestruturação empresarial, garantias imobiliárias e gestão de risco financeiro.
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