Marketing e comunicação em saúde para médicos: tendências e limites para 2026
Não adianta mais consultórios e médicos tentarem fugir do mundo digital. A área da saúde mudou profundamente: se antes apenas indicações e confiança geravam consultas, hoje é preciso visibilidade para se destacar. A comunicação médica tem passado por transformações significativas nos últimos anos, exigindo estratégias mais estruturadas e conscientes.
Com a atualização das diretrizes do Conselho Federal de Medicina (CFM) pela Resolução nº 2.336, os médicos ganharam novas possibilidades de divulgar seu trabalho, mas também passaram a lidar com regras mais claras sobre os limites da publicidade profissional.
“O marketing médico evoluiu e se tornou essencial para atrair pacientes, fortalecer a credibilidade e ampliar o alcance dos serviços, sem comprometer a ética”, explica Tatiana Gonçalves, CEO da Moema Medicina do Trabalho.
Planejamento é a base do marketing médico
Para se destacar, não basta investir em anúncios ou redes sociais: é preciso planejar. “É fundamental organizar o básico e conhecer o seu paciente”, afirma Rogério Passos, CEO da Link3 Marketing Digital. Ele recomenda começar pelo site, que deve ser claro, rápido e com identidade visual coerente, e pelas redes sociais, mantendo frequência de postagens e linguagem adequada ao público.
Plataformas como Google Meu Negócio devem estar atualizadas com horários, fotos, avaliações e chat integrado, garantindo presença para pacientes locais. Rogério reforça: “Entender de onde vêm os pacientes permite definir prioridades e identificar oportunidades. A integração entre marketing e equipe de atendimento é essencial para direcionar campanhas e gerar resultados reais.”
Tendências para 2026
Entre as estratégias recomendadas por Rogério Passos para médicos e clínicas estão:
- Produção de conteúdo educativo e de autoridade digital, mostrando experiência e resultados comprováveis.
- Presença ativa em mídias digitais, blogs e plataformas de saúde.
- Monitoramento de métricas de engajamento e conversão, ajustando campanhas com base em dados.
- Uso de formatos diversificados, como vídeos, carrosséis e lives, para se conectar com diferentes perfis de pacientes.
- Investimento em SEO e backlinks para ampliar a visibilidade orgânica.
“O marketing médico não é apenas publicidade, é uma estratégia de comunicação que combina visibilidade, ética e educação do paciente. Quem seguir essas diretrizes e acompanhar tendências estará mais preparado para crescer de forma sustentável”, reforça Tatiana Gonçalves.
O marketing médico em 2025 exige planejamento, disciplina e conhecimento das normas. Consultórios e médicos que estruturam sua presença digital e constroem autoridade terão mais chances de se destacar, mantendo a confiança e credibilidade junto aos pacientes.
O que mudou com a Resolução nº 2.336
A resolução busca equilibrar a atuação dos médicos no ambiente digital, permitindo uma divulgação mais transparente e educativa, sem abrir espaço para práticas que possam comprometer a ética ou a segurança dos pacientes. Para profissionais que atuam em consultórios, clínicas ou hospitais, conhecer essas normas é essencial.
“Essa resolução vem resolver uma reivindicação antiga do setor, pois era necessária uma atualização da publicidade médica para refletir o novo momento do mundo digital”, destaca Tatiana Gonçalves.
“Antes, os médicos enfrentavam uma concorrência desleal com setores que podiam se comunicar de forma mais ampla. Agora, existe um reequilíbrio.”
Comunicação médica: o que pode
A nova resolução abre espaço para uma comunicação transparente, educativa e conectada com o público. Entre os principais pontos permitidos estão:
- Divulgação da rotina profissional: Fotos e vídeos do ambiente de trabalho, equipe clínica e do próprio médico.
- Anúncio de recursos tecnológicos: Divulgação de aparelhos utilizados no atendimento, com aprovação da Anvisa e autorização do CFM.
- Informações práticas ao paciente: Agendamento, horários, formas de pagamento, localização e até descontos, sem configurar venda casada ou premiações.
- Participação em mídias e redes sociais: Compartilhamento de conteúdos educativos, entrevistas e resultados comprováveis de procedimentos, preservando a identidade do paciente.
- Atividades educativas: Cursos e grupos de estudo para o público leigo ou profissionais da saúde.
- “Agora está permitido que médicos e clínicas divulguem seus trabalhos nas redes sociais, façam publicidade de equipamentos e, em caráter educativo, utilizem imagens de pacientes ou de banco de fotos”, explica Rogério Passos.
O que continua proibido
Apesar do avanço, o CFM deixa claro que a liberdade tem limites. Entre as práticas ainda proibidas estão:
- Divulgação feita por profissionais não especializados.
- Garantia de resultados ou promessas de cura.
- Divulgação de métodos sem reconhecimento do CFM.
- Participação em propagandas de produtos com promessa de eficácia.
- Exposição de procedimentos em tempo real.
- Consultórios em farmácias ou uso do espaço para propagandas de laboratórios.
- Consultoria online como substituição da consulta presencial.
- Comportamento sensacionalista ou autopromocional.
“O Artigo 11 da resolução define restrições que buscam proteger tanto os pacientes quanto a imagem da medicina como atividade ética e responsável”, reforça Tatiana Gonçalves.
Ética e presença digital
As diretrizes indicam que a presença digital dos médicos é bem-vinda — desde que construída com responsabilidade. O objetivo é permitir que os profissionais compartilhem conhecimento e apresentem seus serviços com clareza, sem apelos comerciais exagerados ou riscos à saúde pública.
Para médicos de consultórios, clínicas ou hospitais, é essencial conhecer profundamente as regras antes de iniciar qualquer estratégia de marketing médico. “Em resumo: sim, o marketing médico evoluiu. Mas a ética continua sendo o eixo principal. E para construir uma boa imagem, respeitar as normas é o primeiro passo”, conclui Tatiana Gonçalves.
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