Como a IA mudou o Brasil em três anos de ChatGPT: comportamento, trabalho e comunicação
Ferramenta que marcou a chegada da inteligência artificial ao cotidiano completa três anos no Brasil e já transformou cultura, comportamento e negócios
Quando o ChatGPT chegou ao Brasil, em novembro de 2022, a reação foi uma mistura de curiosidade, medo e fascínio. Três anos depois, a inteligência artificial deixou de ser novidade e passou a fazer parte do cotidiano, das salas de aula aos escritórios, das redes sociais às conversas do dia a dia.
De acordo com Cassiano Cavalcanti, Diretor de Pré-Vendas Latam da BioCatch, o ChatGPT representou uma virada de chave na forma como o brasileiro se relaciona com a tecnologia. “A IA deixou de ser invisível. Antes, ela operava nos bastidores, em sistemas bancários, algoritmos de recomendação, filtros de spam. Com o ChatGPT, ela ganhou voz e rosto. O brasileiro passou a conversar com a inteligência artificial e a percebê-la como algo tangível, acessível e útil”, afirma.
Cassiano aponta que essa popularização trouxe benefícios e novos desafios. “O ChatGPT democratizou o acesso à inteligência artificial. Ela se tornou parte da cultura digital brasileira, uma ferramenta que potencializa a criatividade e dá autonomia para qualquer pessoa experimentar, testar e aprender”, observa.
Já para Rodrigo Ricco, Fundador e Diretor Geral da Octadesk, o ChatGPT consolidou um novo paradigma de produtividade e experiência no trabalho. “Nos últimos três anos, a IA saiu da curiosidade e virou infraestrutura. Hoje, ela é parte essencial da rotina de times de atendimento, marketing e pós-vendas. Com o apoio da IA, conseguimos ser mais estratégicos, rápidos e humanos ao mesmo tempo”, diz.
Na Octadesk, o uso de IA generativa em análises de dados e comunicação reduziu em até 60% o tempo gasto em tarefas operacionais. “O avanço tecnológico só faz sentido quando está a serviço das pessoas. A IA é o meio, o propósito é transformar informação em valor real para o cliente”, completa Ricco.
Impacto, riscos e o futuro da IA no Brasil
Mas essa revolução traz também desafios. Cassiano alerta que, assim como os usuários se tornaram mais sofisticados, os criminosos também estão usando IA de forma mais avançada. “Com o avanço da inteligência artificial generativa, fraudadores passaram a utilizá-la para criar textos convincentes, desenvolver malwares mais complexos e até produzir deepfakes capazes de enganar usuários experientes”, explica.
Nesse cenário, ele destaca a importância da biometria comportamental, tecnologia capaz de identificar sinais sutis de risco durante uma interação digital. “Mesmo quando todos os fatores tradicionais apontam para o cliente legítimo, como dispositivo, rede e biometria facial, a biometria comportamental consegue detectar se o usuário está sob influência de um golpista. É uma camada essencial de proteção em tempos de IA”, afirma. Especialmente em um país tão digitalizado e referência mundial em pagamentos instantâneos.
Apesar dos riscos, Cassiano acredita que o caminho é de aprendizado e amadurecimento digital. “O brasileiro vive em um dos ecossistemas financeiros mais seguros do mundo, mas ainda precisa desenvolver análise crítica e atenção diante da tecnologia. A educação digital será tão importante quanto a segurança tecnológica”, completa.
Ricco completa, “três anos depois, o ChatGPT já faz parte da cultura digital. Ele influencia a forma como a gente aprende, cria e se comunica. A IA virou um novo idioma, quem aprende a falar essa língua primeiro sai na frente. O futuro é de quem souber traduzir tecnologia em resultado”. Para Cassiano, o próximo passo será a personalização total. “Estamos entrando na era da IA contextual. Ela vai entender o usuário, lembrar interações passadas e se adaptar ao seu comportamento. A tecnologia se tornará mais íntima e, por isso mesmo, a responsabilidade sobre seu uso precisa ser maior”, conclui.
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