Dia do Empreendedorismo Feminino: conheça a empreendedora que transforma conversas em propósito

O Dia do Empreendedorismo Feminino, celebrado em 19 de novembro, marca o avanço de um movimento que vem redesenhando a economia brasileira. Mais do que abrir empresas, mulheres estão transformando suas trajetórias pessoais em histórias de impacto, propósito e colaboração.

O empreendedorismo está no centro da economia brasileira, e a busca por representatividade feminina nos negócios segue ganhando força, apesar dos desafios de acesso. Um levantamento do Sebrae (2024), com base na PNAD Contínua, mostra que o Brasil tem hoje 10,4 milhões de mulheres empreendedoras, o maior número já registrado na série histórica, um crescimento de 42% entre 2012 e 2024.

Além do aumento no número de empreendedoras, também cresceu o protagonismo feminino dentro das famílias: mais da metade das empreendedoras (52,3%) são chefes de domicílio, segundo o mesmo estudo.

Apesar dos avanços, as empreendedoras ainda ganham cerca de 20% menos que os homens que ocupam os mesmos papéis, mesmo com maior escolaridade média. O rendimento mensal médio das empreendedoras é de R$ 3.139, contra R$ 3.922 entre os empreendedores homens (PNADC/IBGE, 2021). Essa diferença reforça a importância de fortalecer o empreendedorismo feminino como fator de redução da desigualdade salarial e vetor de desenvolvimento econômico e social.

Do laboratório à roda de conversa

Para celebrar as mulheres que enfrentaram os desafios do empreendedorismo feminino e transformaram propósito em profissão, conheça a história de Tamara Azevedo, cofundadora da CoCriar, consultoria pioneira no Brasil em aplicar as práticas do Art of Hosting (Arte de Anfitriar Conversas Significativas e Colher Resultados que Importam), na vanguarda da facilitação de conversas que transformam realidades.

Bióloga de formação, Tamara iniciou a carreira como pesquisadora em Bioquímica aplicada à agricultura na Universidade e em sala de aula no Ensino Médio. Em seguida, ingressou na Natura, no início dos anos 2000, quando sustentabilidade e diálogo com comunidades ainda eram temas novos dentro das empresas.

“O desafio era grande: conectar executivos, comunidades e sociedade civil em torno de um propósito comum. Ali, compreendi algo que até hoje orienta meu trabalho: a maioria dos impasses não acontece por falta de conhecimento técnico, mas pela ausência de espaços seguros para conversar sobre o que realmente importa. As pessoas tinham boas ideias do que fazer, mas não conseguiam se ouvir e tomar boas decisões”, conta Tamara Azevedo.

A partir dessa primeira experiência, Tamara encontrou sua principal fonte para o que se tornaria seu novo negócio: a formação pelo The Art of Hosting, a Arte de Anfitriar Conversas Significativas e Colher Resultados que Importam. “Em 2006, participei da primeira formação realizada no Brasil e encontrei ali uma rede internacional de pessoas inquietas, dedicadas a criar ambientes em que conversas verdadeiras pudessem gerar transformação coletiva”, relata.

Em 2008, decidiu empreender e, juntamente com Thomas Ufer, cofundou a CoCriar, uma das primeiras consultorias brasileiras dedicadas à facilitação de conversas e processos colaborativos.

“De lá para cá, foram mais de 400 projetos realizados, facilitando processos colaborativos com empresas, fundações e organismos nacionais e internacionais, bem como contextos intersetoriais que buscavam novas formas de decidir, se relacionar e inovar”, destaca Tamara.

Negócios que cuidam

A trajetória empreendedora de Tamara vai além da CoCriar. Ela também é cofundadora da WeCare, startup que desenvolve produtos que minimizam os efeitos colaterais de pele de pacientes em tratamento de quimioterapia e radioterapia.

“A WeCare nasceu do mesmo princípio que move a CoCriar: o cuidado com o outro. É sobre criar soluções que melhorem a vida das pessoas, seja por meio de uma conversa ou de um produto que acolhe em um momento de vulnerabilidade”, afirma.

A startup reflete uma tendência que vem marcando o empreendedorismo feminino: negócios que unem inovação, empatia e impacto social.

Colaboração em vez de competição

Tamara também tem se dedicado a formar uma nova geração de facilitadoras de conversas e, consequentemente, de empreendedoras. Para ela, o avanço do empreendedorismo feminino passa pela disposição de compartilhar conhecimento e abrir caminhos para outras mulheres.

“Acredito em um mercado baseado em colaboração, não em competição. Cada pessoa pode agregar de uma forma única. Quando dividimos o que sabemos, ampliamos o alcance das transformações que queremos ver”, diz.

De conversa em conversa, um legado

Hoje, Tamara se tornou uma das principais referências brasileiras em diálogo e transformação organizacional.

“O diálogo é uma força econômica e social. É ele que permite que uma empresa mude sua cultura, que um governo ouça sua população e que uma comunidade se reconecte com seu propósito coletivo”, finaliza.

Sobre a CoCriar

Desde 2008, a CoCriar é pioneira no Brasil em aplicar as práticas do Art of Hosting (Arte de Anfitriar Conversas Significativas e Colher Resultados que Importam), na vanguarda da facilitação de conversas que transformam realidades.

Com mais de 400 projetos realizados, facilita diálogos que integram diferentes perspectivas para gerar compreensão, engajamento e soluções sustentáveis. Sua metodologia alia escuta, presença e estrutura, criando espaços seguros para o diálogo em contextos complexos. Já atendeu grandes organizações como Natura, Santander, Petrobras, Raizen, Pfizer, ONU, WWF, GIFE, entre outras.