Contratação em tecnologia: o que saber para começar 2026 empregado
Empresas de tecnologia estão mudando suas estratégias de recrutamento; visão sistêmica, disposição para aprendizado contínuo, smart skills e multidisciplinaridade são fundamentais
O mercado de tecnologia deve entrar em 2026 com um novo perfil de contratações. A demanda por profissionais qualificados segue em alta, especialmente em funções ligadas ao desenvolvimento de software, análise de dados e segurança digital. Ao mesmo tempo, as empresas estão aprimorando suas estratégias de recrutamento, priorizando candidatos que combinam domínio técnico com habilidades comportamentais e capacidade de adaptação às novas ferramentas de automação.
Confira algumas transformações para estar atento ao buscar emprego:
Visão sistêmica do impacto da tecnologia
Para Moacir Marafon, vice-presidente de Talentos da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), o momento exige atualização constante e visão estratégica de carreira. “Mais do que dominar linguagens de programação, o profissional precisa compreender o impacto da tecnologia nos negócios e ser capaz de trabalhar de forma colaborativa. A IA não substitui o talento humano, mas amplia a necessidade de profissionais criativos, éticos e preparados para resolver problemas complexos”, orienta.
Compreender o impacto social da tecnologia também é uma qualidade essencial. Baseado nisso, a Betha Sistemas tem adotado metodologias dinâmicas, com cases práticos e entrevistas voltadas à identificação de criatividade e raciocínio crítico. O objetivo é atrair profissionais que combinem propósito público e inovação. “Buscamos pessoas que entendam que cada linha de código pode contribuir para uma gestão pública mais eficiente, transparente e humana. O domínio de novas linguagens, ferramentas de IA e integração de sistemas é fundamental, mas o diferencial está na capacidade de compreender o impacto social da tecnologia e traduzir esse conhecimento em soluções que melhorem a vida das pessoas”, reforça Juliana.
Para quem deseja ingressar no setor, Marafon recomenda investir em formação contínua e participar de programas de capacitação oferecidos por entidades e empresas do ecossistema de inovação. “O futuro do trabalho em tecnologia passa pela qualificação. Buscar cursos de atualização, participar de comunidades e projetos práticos e desenvolver habilidades em IA, dados e cibersegurança são diferenciais importantes para começar 2026 empregado”, reforça.
Preparado para aprender o tempo todo
Para Valéria Gesto, CHRO da Versi, quem quiser começar em 2026 empregado precisa estar preparado para aprender o tempo todo. Segundo o Future of Jobs Report 2025, do Fórum Econômico Mundial, quase 40% das habilidades exigidas no trabalho vão mudar até o fim da década e, de acordo com ela, isso reforça algo valorizado na real estate fintech: “o que te faz crescer não é só o que você sabe, mas a sua capacidade de aprender, se adaptar e resolver problemas com propósito”.
“Os processos seletivos estão cada vez mais voltados a entender o jeito de pensar, a atitude e os valores das pessoas. Mais do que currículos, buscamos histórias reais, colaboração, inteligência emocional e vontade genuína de construir em conjunto. As fintechs estão cheias de oportunidades, mas o que realmente abre portas é a curiosidade e o desejo de evoluir. Porque no fim, tecnologia é só o meio, quem faz a diferença são as pessoas que colocam o coração no que fazem”, conclui a CHRO.
A ideia é confirmada pela InHire, HRtech especializada em recrutamento e seleção. “Novas tecnologias, frameworks e metodologias surgem todos os dias. Por isso, a ideia de estar pronto é uma ilusão. O diferencial em tech não é só o que a pessoa sabe hoje, mas sua agilidade de aprendizado, adaptabilidade e capacidade de resolver problemas complexos. Para avaliar o potencial usamos desafios e cases ao vivo. É a forma mais eficaz de ver o que um currículo não mostra: a habilidade real de resolver problemas e se ajustar sob pressão”, afirma Danielle Loreto, Head de People da InHire.
Segundo ela, processos seletivos que testam a aplicação prática do conhecimento, em vez de apenas o histórico profissional, resultam em contratações mais assertivas e em times com maior capacidade de inovação.
“O profissional mais disputado não é o que sabe mais, mas sim o que aprende mais rápido e compartilha esse aprendizado com o time. As soft skills são, hoje, o que definem a capacidade do profissional de inovar e de reter conhecimento na empresa”, corrobora Jéssica Lainy de Sena Silva, head de gestão de talentos da Mirante Tecnologia. Nesse contexto, habilidades como pensamento abstrato, criatividade, liderança de impacto e autogestão deixaram de ser diferenciais e passaram a ser pré-requisitos.
‘Smart Skills’ e multidisciplinaridade na construção de soluções aplicáveis
Segundo Ana Paula Zancanaro Socha, diretora de RH da Zucchetti Brasil, a multinacional italiana especializada em sistemas de gestão tem priorizado pessoas com pensamento analítico, curiosidade e afinidade com tecnologia, capazes de propor soluções, testar ideias e contribuir para o futuro da organização com espírito colaborativo e postura autônoma.
Entre os maiores diferenciais, estão as chamadas “smart skills”, que incluem a autonomia, a curiosidade e a busca por atualização e conhecimento, que ajudam a estruturar o raciocínio e a lidar com questões complexas. “Valorizamos talentos que enxergam além do código, capazes de usar a IA para gerar valor humano e estratégico. O futuro exigirá menos repetição e mais pensamento crítico, menos domínio de ferramentas isoladas e mais capacidade de orquestrar soluções em ecossistemas inteligentes”, destaca.
As formações em engenharia de software, ciência de dados e automação continuam sendo importantes, assim como o domínio de plataformas em nuvem e ferramentas como Python, SQL e Power BI, mas o verdadeiro diferencial está em saber aprender continuamente e adaptar-se às mudanças.
Com um time formado por especialistas de diferentes áreas do conhecimento, a Codex valoriza a multidisciplinaridade na criação de soluções práticas e aplicáveis. “Nossos processos seletivos buscam identificar não apenas a experiência técnica, mas também a diversidade de perfis no time, porque acreditamos que diferentes trajetórias e olhares enriquecem a construção de soluções mais completas”, afirma Venicios Santos, diretor de Negócios da Codex, que desenvolve soluções baseadas em inteligência de dados para apoiar governos e empresas em decisões estratégicas relacionadas a meio ambiente, infraestrutura, cidades e mudanças climáticas..
Para o executivo, os profissionais mais preparados para 2026 serão aqueles capazes de compreender o papel dos dados além do aspecto tecnológico. “Os dados têm um potencial transformador quando aplicados de forma estratégica. Mais do que analisar números, é preciso entender como eles podem impulsionar mudanças reais e gerar impacto social e ambiental positivo”, conclui Venicios.
O hunting na busca por profissionais qualificados
Na Huge Networks, a escassez de profissionais qualificados em cibersegurança tem impulsionado uma mudança na forma de contratar. A empresa tem priorizado o hunting — ou seja, a busca ativa por talentos — para preencher posições estratégicas com mais agilidade e precisão. Segundo Jean Borges, CFO da companhia, essa abordagem é essencial em áreas que demandam alta especialização e resposta rápida. “Buscamos profissionais com certificações relevantes e experiência em empresas do setor, o que facilita a adaptação ao nosso ambiente técnico”, explica.
Para quem busca uma oportunidade, o hunting exige uma postura comunicativa: em vez de apenas se candidatar a vagas, o profissional precisa ser encontrado. Isso significa ter perfis atualizados em plataformas como o LinkedIn, com descrições claras de resultados, certificações e tecnologias dominadas. Borges reforça que o recrutador procura sinais de consistência e maturidade técnica, não apenas uma lista de cargos. “Perfis que mostram entregas concretas chamam mais atenção do que descrições genéricas”, orienta.
Outro ponto de destaque é a construção da reputação digital. Participar de comunidades, fóruns técnicos e eventos do setor ajuda o profissional a ser reconhecido como parte ativa do ecossistema. Estar presente como especialista onde a conversa acontece, seja em discussões sobre segurança, desenvolvimento ou inteligência artificial, amplia a visibilidade e aumenta as chances de ser abordado diretamente por recrutadores. Quem demonstra atualização contínua e engajamento real aumenta as chances de conseguir uma contratação.
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