Black Friday: como se proteger e evitar golpes na semana de promoções
Especialista em cibersegurança há mais de 20 anos compartilha dicas para não cair nos ataques mais comuns que acontecem em uma das datas mais famosas do varejo
A Black Friday, conhecida por ser uma das datas mais famosas e com mais promoções do comércio, deve movimentar cerca de R$13,6 bilhões no varejo brasileiro neste ano, um aumento de 16,5% em comparação com 2024, segundo dados da Gauge e da agência W3haus. O crescimento nas vendas, porém, acompanha o aumento de golpes. Na Black Friday do ano passado, mais de 105 mil novas ameaças digitais foram registradas, conforme a Branddi. Para que varejistas e consumidores possam estar mais atentos, Carlos Cabral, especialista em cibersegurança da Tempest, empresa referência em cibersegurança no Brasil, compartilha quais são os golpes mais comuns e como se proteger.
Entre as técnicas mais utilizadas pelos criminosos, está o Phishing, um tipo de ataque que usa e-mails, redes sociais ou sites falsos, por exemplo, para roubar informações confidenciais. “Na Black Friday, é comum que criminosos criem sites falsos e perfis fraudulentos nas redes sociais, ou comprem anúncios e links patrocinados para aparecer dentre os primeiros resultados dos mecanismos de busca”, explica Cabral.
Para se proteger, é preciso estar sempre atento e desconfiar de e-mails, SMS ou mensagens que pedem ações urgentes, dados pessoais ou cliques em links inesperados, verificando o remetente com atenção. “Os golpistas frequentemente usam endereços parecidos com os legítimos. Por isso, é importante passar o mouse sobre o link, sem clicar, para ver o endereço real”, diz Cabral. “Minha recomendação é sempre acessar o site diretamente pelo navegador, digitando o endereço, ao invés de clicar em links. Além disso, atenção para anexos inesperados: só abra se forem de fontes confiáveis e validadas. Se a mensagem vier de uma fonte confiável, mas for algo incomum – por exemplo você recebendo um arquivo de uma pessoa que não mandaria isso sem vocês terem combinado esse envio com antecedência - vale a pena entrar em contato com essa pessoa por outro canal, por exemplo, por telefone para checar se a mensagem é legítima”.
Conforme Cabral, outras recomendações para este tipo de ataque incluem o que já deveria ser prática recorrente de todas as pessoas: nunca digitar senhas ou códigos de autenticação em páginas suspeitas; ativar a autenticação em dois fatores (2FA) onde esta configuração estiver disponível; e manter o antivírus e o sistema operacional atualizados. “Se estiver em um ambiente corporativo, mensagens suspeitas devem ser reportadas ao time de segurança”, aconselha.
Outro tipo de ataque que se assemelha ao phishing é o SEO Poisoning, no qual o atacante abusa de técnicas de Search Engine Optimization para que a página que criou apareça dentre os primeiros itens de um mecanismo de busca – prática comum em datas como a Black Friday, na qual as pessoas pesquisam produtos e clicam nos primeiros resultados que aparecem, geralmente com os menores preços. “É importante reforçar que não é porque o portal aparece dentre os primeiros resultados do Google, que significa que ele é legítimo”, afirma o especialista.
Com o aumento do uso e do avanço da inteligência artificial, o Deep Fake também vem sendo usado para promover diversos esquemas, desde fraudes até investimentos suspeitos. O ataque é feito pela criação de imagens e sons humanos por meio de IA, permitindo que rostos sejam trocados em vídeos, por exemplo.
“Desconfie do que parece bom demais: vídeos e áudios extremamente convincentes, com pessoas dizendo coisas improváveis, merecem suspeita”, explica Cabral. “Deve-se sempre verificar se o contexto, como data, local e cenário, faz sentido, e checar a fonte e a reputação, dando preferência a conteúdos publicados por canais oficiais ou verificados”.
Neste tipo de golpe, a atenção vai para os pequenos detalhes, como inconsistências visuais e sonoras. “Repare em piscadas, expressões faciais, iluminação e sincronização labial. Em áudios, note entonação artificial, pausas ou cortes estranhos. Como é um tipo de ataque ‘novo’ e envolve a imagem de pessoas, evite compartilhar antes de confirmar se as informações são de fato reais, checando em fontes jornalísticas confiáveis ou verificadores de fatos”, finaliza o especialista.
Sobre
A Tempest é referência em cibersegurança no Brasil. Fundada em 2000 no Porto Digital, faz parte do grupo Embraer e oferece mais de 70 soluções em segurança digital, consultoria e integração, atendendo empresas de diversos setores.
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