Seguro rural deve cobrir toda a cadeia produtiva diante do aumento dos riscos climáticos
Com apenas 2,3% da área plantada segurada e maior foco na proteção contra incêndios, produtores seguem vulneráveis a eventos extremos cada vez mais frequentes.
O cenário climático mais severo e o aumento da frequência de eventos extremos, como vendavais, granizo e enchentes expõem as fragilidades da cobertura rural no Brasil. Hoje, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), apenas cerca de 2,3% da área agrícola nacional está assegurada. De acordo com dados da SUSEP e PAM/IBGE de 2023, a maior parte das apólices concentra-se em lavouras de grãos e em riscos de incêndio, superando tempestades e vendavais em número de sinistros e volume indenizado.
“Proteger apenas a lavoura já não basta. O seguro rural precisa acompanhar toda a cadeia produtiva, garantindo segurança financeira desde o investimento inicial até a entrega da produção”, afirma Marcos Gollin, diretor de Ramos Elementares e Novos Negócios da Conduta Plus, consultoria especializada em seguros de alta complexidade e com ampla carteira de clientes do agronegócio.
Gollin explica que o seguro rural é bastante amplo e abrange diferentes frentes: agrícola, pecuária e florestal. Ele ressalta que cada um deles têm coberturas adicionais que podem ser contratadas de acordo com o risco e as necessidades específicas. Para o seguro agrícola, o especialista destaca:
· Seguro Custeio Agrícola: destinado à proteção do capital investido na fase de plantio e desenvolvimento da cultura, garantindo o ressarcimento dos custos diretos de produção em caso de sinistro coberto.
· Seguro de Produtividade: assegura a rentabilidade mínima esperada da lavoura, oferecendo indenização ao produtor quando a perda de produção, decorrente de eventos climáticos adversos, compromete o rendimento previsto.
· Seguro de Benfeitorias (Multirrisco): proporciona cobertura a danos materiais, a ativos fixos e instalações rurais (construções, armazéns, silos e benfeitorias), contra eventos como incêndio, explosão e vendaval.
· Seguro de Equipamentos: garante a proteção dos ativos da operação agrícola, abrangendo implementos, equipamentos estacionários, móveis e portáteis, contra danos acidentais ou perda súbita.
· Seguro de Transporte: cobre os riscos inerentes ao transporte de mercadorias, protegendo a carga em seus percursos rodoviários, aéreos ou marítimos, tanto em âmbito nacional quanto em remessas e recebimentos internacionais.
"Muitos produtores optam exclusivamente pela contratação do seguro de produtividade, negligenciando a necessidade de uma apólice multirrisco para a proteção dos ativos pós-colheita, como aqueles armazenados em armazéns e silos. Atualmente, observamos uma crescente incidência de eventos climáticos severos que resultam na destruição de grandes estruturas de armazenagem. Há também o risco de insuficiência de limite de indenização, notadamente em sinistros decorrentes de vendavais”, enfatiza o especialista.
Ele alerta, ainda, que é mandatório atentar-se ao valor em risco declarado (VRD), pois a subdeclaração pode resultar na aplicação da Cláusula de Rateio (proporcionalidade), onde o segurado assume a responsabilidade pela diferença no prejuízo. “A contratação de uma consultoria especializada é crucial para delinear coberturas adicionais e estabelecer limites adequados. A análise holística do risco exige expertise técnica e rigor na definição dos valores segurados".
Subvenção limitada e incerteza tributária preocupam o setor
O governo federal liberou R$ 179 milhões como primeira parcela do orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), previsto em R$ 1 bilhão para o ano, conforme a Resolução nº 105 do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural. A maior parte dos recursos foi direcionada a culturas de inverno, como milho e trigo, com incentivos pontuais para frutas, pecuária e florestas. Apesar dos avanços, o volume ainda é insuficiente para ampliar a base de produtores segurados.
Seguro Rural é destaque na COP 30
As discussões da COP 30, que está acontecendo em Belém (PA), deverão destacar o papel do seguro rural como instrumento de adaptação às mudanças climáticas e resiliência econômica no agronegócio. O tema aparece nas mesas de financiamento verde e mitigação de riscos climáticos, reforçando a necessidade de ampliar a cobertura e incluir produtores de todos os portes, especialmente os pequenos e médios, hoje fora da maioria dos contratos.
“A agricultura é uma potência global, mas sem proteção adequada contra o clima e sem políticas estáveis de incentivo, o produtor fica desamparado. O seguro rural é cada vez mais um instrumento de gestão do risco e não apenas uma despesa eventual. É isso que garante sustentabilidade e competitividade ao campo”, conclui Gollin.
Sobre a Conduta Plus Consultoria em Seguros
A Conduta Plus é uma consultoria de seguros especializada em soluções personalizadas e de alta qualidade em Benefícios, Seguros Empresariais, Transportes Nacionais e Internacionais, Seguro de Garantias e Linhas Pessoais. Com uma bagagem de mais de 40 anos no mercado e um portfólio de clientes nacionais e internacionais, a Conduta Plus se destaca como uma opção estratégica para empresas com sede no exterior que buscam soluções no Brasil, assim como para empresas nacionais que desejam expandir suas operações internacionalmente. Sua abordagem consultiva e especializada garante um atendimento de excelência, alinhado às necessidades específicas de cada cliente.
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