Juros altos e busca por segurança fazem M&A priorizar ativos estratégicos, diz especialista
Adriano Chaves, sócio do CGM Advogados, analisa movimento de "flight to quality" e o destaque para transações estratégicas frente ao private equity
Em um cenário global marcado por juros elevados e riscos geopolíticos, o mercado brasileiro de fusões e aquisições apresentou crescimento em 2025. Levantamento da Aon, em parceria com a TTR Data e a Datasite, referente ao período de janeiro a setembro, mostra que o país manteve a liderança na América Latina, com cerca de 1,3 mil operações, que juntas movimentaram US$ 37 bilhões — altas de 5% em volume e 8% em valor, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para Adriano Chaves, sócio e co-head de M&A de CGM Advogados, escritório de advocacia full service que atende grandes empresas do Brasil e do exterior em mais de 30 áreas do Direito Empresarial, o bom desempenho do País em um ambiente desafiador tem explicações específicas. “Esse crescimento tem sido liderado pelas transações de ativos estratégicos, em oposição ao private equity, que tem sofrido mais com os juros altos e a dificuldade de captação”, comenta o especialista.
Os números do relatório reforçam essa leitura. As aquisições de ativos estratégicos — que envolvem a compra de unidades, ativos ou participações essenciais para uma operação — registraram um salto expressivo de 57% em valor, totalizando US$ 14,4 bilhões, ou seja, 39% do total movimentado no período em M&A.
Chaves observa que a ausência de IPOs no mercado há alguns anos também impacta o private equity, assim como as operações de venture capital. “Vemos menos operações de Private Equity e Venture Capital, embora com valores mais elevados, o que sugere o famoso flight to quality”, analisa, em referência à migração de investimentos para ativos considerados mais sólidos e seguros.
Ainda segundo o especialista, o contexto norte-americano deve impactar as fusões e aquisições no Brasil. “Nos EUA, já se observam diversas notícias sobre o mercado de M&A, impulsionado por uma leve redução das incertezas, pelo aparente início da queda dos juros lá e pela percepção de que o governo caminha em direção à desregulação. O Brasil já capturou parte do benefício de um início de diversificação global de investimentos e pode ampliar esse ganho, desde que faça algumas lições de casa, como melhoria do ambiente regulatório e tributário, redução da Selic, melhoria da percepção de risco aos investidores estrangeiros e estímulo à competividade”, avalia o co-head de M&A de CGM Advogados.
Sobre CGM Advogados
Com mais de dez anos de atuação e um grupo de sócios que está junto há mais de 25 anos, CGM Advogados é um escritório de advocacia full service que atende grandes empresas do Brasil e do exterior em mais de 30 áreas do Direito Empresarial. Com mais de 1.000 clientes atualmente, sendo 60% deles internacionais, CGM Advogados representa companhias como Valentino, Syngenta Seeds, Maersk, Idea Zarvos, CVC Corp, Citibank, Cielo, Banco Luso, Levi Strauss, Lindt Sprüngli e Grupo Volkswagen. Mais informações: https://www.cgmlaw.com.br/
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>