Como o marketing e a inteligência artificial podem trabalhar juntos para gerar melhores resultados
Especialista em marketing destaca a necessidade de compreender a importância do papel humano e tecnológico dentro dos processos
O uso da inteligência artificial no meio corporativo está cada vez mais frequente. Segundo um estudo realizado pela consultoria McKinsey, nomeado de “The State of AI in Early 2024”, 72% das empresas globais já adotam IA no dia a dia. Além disso, uma pesquisa da Randtad também revelou que 65% dos negócios aumentaram seus investimentos na tecnologia.
Os números comprovam que as ferramentas de IA passaram de aposta para realidade em pouco tempo. Dentro do marketing, a situação não é diferente. Dados da IAB Brasil junto à Nielsen mostram que 80% dos profissionais de marketing entrevistados no estudo já utilizam inteligência artificial em suas tarefas. Em um cenário em que a criatividade é fundamental, uma pergunta surge: marketing e IA podem atuar juntos?
Para a especialista em marketing e CEO da Agência Majesto, Kelfany Budel, a inteligência artificial é uma forte aliada do marketing, mas a dosagem de uso é necessária. “Ela facilita o trabalho otimizando tarefas que vão desde a criação de peças visuais até a análise de dados e atendimento ao cliente. Porém, é fundamental usar a tecnologia com equilíbrio, sem perder o toque humano e autenticidade da marca”, afirma.
Budel ainda cita exemplos de ferramentas que vêm sendo usadas por marcas de forma estratégica. Ela destaca a utilização da Adobe pelas empresas, já que a tecnologia incorpora IA para auxiliar na edição de imagens e agilizar outros processos, por exemplo. Ela pontua que a técnica possibilita a produção de materiais de qualidade profissional com mais rapidez e praticidade.
Para além da criatividade, ter um diferencial também é importante para o setor de marketing de uma agência. A elaboração de imagens realistas com cenários complexos e que “seriam impossíveis sem as IAs”, como destaca a especialista, são os maiores diferenciais que as ferramentas podem entregar, de acordo com ela. Kelfany ainda ressalta que a tecnologia pode ser usada para melhorar a experiência do cliente.
“A inteligência artificial pode oferecer um atendimento mais rápido e eficiente, respondendo a dúvidas, resolvendo questões simples e até personalizando interações. Com uso adequado, também é possível criar um SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) mais humanizado e organizado, garantindo agilidade sem perder qualidade no relacionamento”, explica, lembrando que poucas marcas aproveitam das IAs para criarem conteúdos diferentes e criativos.
As marcas ainda devem se atentarem para que a relação do marketing com o consumidor não se torne “fria” com a implementação da IA nos serviços, segundo Kelfany. Para ela, é preciso que haja a presença de uma mescla entre a mão de obra humana e tecnológica. “O ideal é integrar as duas soluções: a tecnologia para demandas simples; e equipe humana para atendimentos mais sensíveis e personalizados”, coloca.
Olhar atento e moderação
Budel alerta para alguns cuidados que as marcas devem tomar com o uso da inteligência artificial no dia a dia, como precaver para que o resultado final de um produto não fique muito artificial, por exemplo. Além disso, a aplicação excessiva de IAs também pode ser vista como um problema, já que imagens e textos podem não parecer autênticos, o que danificaria a imagem da empresa no mercado.
Outro ponto levantado pela especialista é de que a moderação deve ter papel importante em todo o processo. Ela afirma que “é importante que a marca não se distancie muito do produto ou serviço oferecido”, além de que a cautela para evitar questões legais e éticas futuramente é necessária – uma vez que ainda não há uma legislação específica para o uso de IA em publicidade.
Tendências
Com o olhar direcionado para o futuro, Kelfany evidencia que a tendência é que as IAs se tornem ainda mais sofisticadas em interações com clientes e criação de conteúdo. Outro destaque fica para as respostas automatizadas, que podem ficar mais inteligentes, além produções visuais mais realistas e criativas conquistando cada vez mais espaço.
Budel ainda considera que as inteligências artificiais vieram para somar, mas não para substituir o papel humano nas demandas de marketing. “A tecnologia amplia possibilidades, mas o toque humanizado aliado à visão estratégica continuam sendo fundamentais para o sucesso do marketing nas marcas”, finaliza.
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