Engajamento das equipes é o maior desafio das empresas para cumprir a NR-1, aponta estudo da Alper Seguros
Análise com mais de 20 mil colaboradores revela que a adesão aos diagnósticos de riscos psicossociais é o principal obstáculo das companhias para atender à exigência legal até maio de 2026.
Uma pesquisa conduzida pela Alper Seguros com 20.397 colaboradores de setores estratégicos mostra que o maior desafio das empresas na adequação à Norma Regulamentadora 1 (NR-1) não é a burocracia, mas sim engajar as equipes na realização do diagnóstico de riscos psicossociais, etapa essencial para o cumprimento da norma.
Os dados da consultoria, obtidos em indústrias dos segmentos ferroviário, tecnológico, alimentício e de equipamentos elétricos, acendem um alerta para as empresas que precisam se adequar até maio de 2026. O levantamento indica que a resistência dos colaboradores em participar dos diagnósticos tem sido o principal entrave no processo.
Para superar essa barreira, a Alper Seguros aposta em ações de sensibilização. A empresa realiza rodas de conversa e palestras conduzidas por psicólogos especializados, que destacam a importância da participação e reforçam o sigilo absoluto das respostas. Segundo a consultoria, essa abordagem tem sido decisiva para conquistar a confiança dos times e aumentar a taxa de adesão aos questionários anônimos.
A experiência também demonstra que o envolvimento da liderança é essencial para criar um ambiente seguro e acolhedor. Quando gestores participam ativamente das conversas e demonstram abertura para ouvir, os colaboradores se sentem mais confortáveis para contribuir.
Paula Gallo, diretora de Gestão de Saúde da Alper Seguros explicou que a maior preocupação da empresa é garantir o sigilo das informações. Para que o mapeamento seja fidedigno e alcance alta adesão, “é fundamental que o colaborador se sinta seguro de que as respostas são anônimas e que o objetivo é identificar os riscos psicossociais de forma sistêmica. A partir da classificação dos riscos (baixo, médio ou alto), o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) propõe ações para mitigá-los e promover melhorias contínuas no ambiente de trabalho e na qualidade de vida”, explica
Prazo de adequação e consequências do não cumprimento
Com o prazo de adequação se encerrando em maio de 2026, a Alper alerta que deixar o processo para a última hora pode gerar sérias consequências. Além de multas e possíveis responsabilizações civis ou penais, o descumprimento da norma pode comprometer a credibilidade das empresas, aumentar o absenteísmo e dificultar a atração e retenção de talentos.
De acordo com a consultoria, os diagnósticos de riscos psicossociais também funcionam como um importante termômetro da cultura organizacional. A partir dos resultados, as empresas conseguem identificar pontos críticos e implementar planos de ação direcionados, que podem incluir melhorias na comunicação, programas de bem-estar e ajustes nas políticas de gestão de pessoas. Dessa forma, o cumprimento da NR-1 se transforma em uma oportunidade estratégica de aprimoramento contínuo.
Benefícios e fortalecimento da cultura de saúde mental
A Norma Regulamentadora 1 estabelece diretrizes claras para o gerenciamento de riscos, promovendo ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis. Ao prevenir acidentes e doenças ocupacionais, ela fortalece a motivação das equipes e traz benefícios diretos tanto para colaboradores quanto para as empresas.
Para os negócios, a adequação à NR-1 garante conformidade legal, evita passivos trabalhistas e contribui para a redução de custos, aumento da produtividade e fortalecimento da imagem institucional. Esse movimento reflete uma crescente conscientização sobre a importância da saúde mental nas organizações. Companhias com programas consistentes já vêm sendo reconhecidas com o selo de “empresa promotora de saúde mental”.
Mais do que uma obrigação legal, a atenção ao tema se consolida como um fator estratégico. A negligência, por outro lado, pode gerar impactos graves, como perda de confiança de clientes, fornecedores e parceiros, responsabilização civil e penal por acidentes e doenças ocupacionais, queda na qualidade de produtos e serviços e dificuldades na contratação e retenção de talentos.
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