O futuro da IA no mercado de seguros
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Por Ana Carolina Mello*
Vivemos um momento em que a inteligência artificial ocupa todas as conversas, das salas de diretoria aos grupos de WhatsApp corporativos. Mas, no mercado de seguros, o entusiasmo muitas vezes corre mais rápido do que a realidade. Não há transformação digital sem base sólida, sem dados estruturados e sem um entendimento profundo das jornadas que queremos transformar. A pressa em automatizar o que ainda não está maduro é o que separa a inovação real do ruído tecnológico.
Nos últimos anos, a digitalização do setor avançou, mas os desafios permanecem os mesmos: plataformas monolíticas, dados fragmentados e processos pouco integrados. Segundo estudo da Celant, 40% das seguradoras ainda não trabalham efetivamente com inteligência artificial e somente 22% do mercado deve adotar agentes autônomos até 2026. Ou seja, enquanto o discurso sobre IA se multiplica, a prática ainda engatinha. O problema não é falta de tecnologia, mas sim a falta de clareza.
A era dos SaaS (Software as a Service/ Software como Serviço) tradicionais está perdendo relevância. O setor precisa de velocidade e flexibilidade para acompanhar as jornadas únicas de cada cliente. Modelos estanques não cabem mais em um ambiente de negócios dinâmico, no qual a hiperpersonalização e as decisões baseadas em dados definem vantagem competitiva. Afinal, o futuro da Inteligência Artificial (IA) será sobre quem sabe fazer as perguntas certas.
A verdade é que chegamos ao limite da experimentação superficial. A fase dos “projetos-piloto” termina entre 2026 e 2027, quando as empresas começarão a sentir a escassez de dados e o aumento de custos. Estima-se que 80% das iniciativas que hoje dão certo não serão economicamente viáveis. Entramos em uma era de maturidade digital na qual a governança, a curadoria de dados e a capacitação das pessoas serão tão importantes quanto a tecnologia em si.
Mas há um paradoxo que precisamos encarar: quanto mais falamos em automação, mais humanos precisamos ser. A IA é poderosa, mas não sabe o que não sabe. Sem senso crítico, sem ética e sem compreensão de contexto, ela pode amplificar erros em escala. Por isso, o grande desafio das seguradoras não está em “usar IA”, e sim em preparar suas equipes para pedir à IA o que realmente importa, pois inteligência artificial sem inteligência humana é apenas código.
Nesse sentido, vejo três pontos que definirão quem lidera e quem ficará para trás. Primeiro, o aculturamento interno: a IA não se impõe, se aprende. As pessoas precisam entender seu papel na transformação, e isso exige investimento em formação ampla, não apenas na área de tecnologia. Segundo, uma governança leve e multidisciplinar: comitês de IA não devem engessar a inovação, mas garantir que ela aconteça com responsabilidade e propósito. E terceiro, liberdade para testar e errar: porque restringir demais o uso da IA é matar a inovação antes que ela nasça.
Não há mais espaço para iniciativas desconectadas, pois a IA não é um produto, é uma cultura. E cultura não se compra, se constrói, todos os dias, a partir de decisões conscientes, dados bem tratados e líderes preparados para transformar com propósito.
A cultura organizacional precisa abraçar essa mudança, entender as novas estruturas, seu impacto na cultura e na vida das pessoas, tendo em vista a necessidade de aprendizado contínuo para todos na empresa, indiferente do cargo ou nível hierárquico.
A próxima onda será a dos agentes autônomos, soluções capazes de aprender e agir de forma preditiva, conectando subscrição, sinistros e relacionamento em fluxos únicos. Mas isso só será possível para quem tiver clareza estratégica e estrutura tecnológica adequada. Estamos diante de uma janela rara de oportunidade: poucos conseguirão cruzar essa fronteira com consistência. É aqui que entra o verdadeiro diferencial: a ambidestria de equilibrar o agora e o novo.
No fim das contas, a questão não é quando adotar a IA, mas como fazer isso de forma sustentável e com inteligência humana no centro da equação. Porque a verdadeira escassez do futuro não será de tecnologia, será de lucidez.
*Ana Carolina Mello é sócia-diretora da Avanza.
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