A responsabilidade individual do profissional na gestão de certificados digitais
*José Luiz Vendramini é Sales Account Manager da Redtrust na América Latina
Nos últimos anos, vimos a segurança da informação deixar de ser um tema restrito ao time de TI e passar a ocupar um espaço estratégico dentro das empresas. Entre tantas camadas de proteção, os certificados digitais continuam sendo uma peça-chave, pois ajudam a garantir a autenticidade das comunicações e preservam a integridade dos dados dentro das organizações.
O que pouca gente comenta, no entanto, é que a responsabilidade pela gestão desses certificados, incluindo seus dados, não é apenas da empresa, mas também dos profissionais que lidam com eles todos os dias. Nesse sentido, o artigo 42 da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), deixa claro que “o controlador ou o operador que, em razão do exercício de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legislação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo”.
Isso reforça que a responsabilidade por falhas de gestão não é apenas um problema institucional, mas também pessoal, já que o fator humano continua sendo um dos principais pontos de vulnerabilidade na segurança digital. Segundo dados da IBM, ataques externos e ameaças internas representaram 55% de todas as violações de segurança ocorridas em 2024. No entanto, quase metade dos incidentes restantes teve origem em falhas de TI (23%) e erros humanos (22%), demonstrando que problemas técnicos e comportamentais ainda são determinantes na ocorrência de violações de dados.
Hoje, é inegável que muitas organizações ainda tratam a administração de certificados de forma manual, abrindo espaço para esquecimentos e erros de configuração. E, inevitavelmente, são nesses momentos que os holofotes se voltam para quem estava no “comando”, direta ou indiretamente.
Auditores, gestores e órgãos reguladores não querem saber se a equipe estava - ou não - utilizando ferramentas adequadas. O que importa é se a empresa manteve controles rigorosos, conforme exigem normas como a ISO 27001, a PCI-DSS e a LGPD. Na prática, isso significa que, quando algo dá errado, o profissional responsável precisa estar pronto para explicar cada decisão que tomou. E é aí que entra um ponto importante: o controle e gerenciamento deixaram de ser apenas uma questão de eficiência, e se tornaram também uma proteção pessoal.
Quando você tem ferramentas que te ajudam no monitoramento e, principalmente, na gestão de dados e certificados, você não está só facilitando o seu trabalho, está criando provas de que fez tudo certo. Em uma auditoria, por exemplo, essa documentação pode ser a diferença entre ser apontado como culpado ou reconhecido por ter agido com responsabilidade.
Em resumo, o que podemos tirar de tudo isso é que adotar ferramentas que monitoram e auditam todo o ciclo dos certificados digitais é um investimento duplo, pois protege a infraestrutura da empresa e, ao mesmo tempo, protege a reputação de quem o opera. Afinal de contas, ninguém quer ver anos de carreira comprometidos por um certificado que expirou sem aviso prévio ou que teve um uso indevido por parte de outra pessoa.
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