Liderança em tempos de caos: como empresários crescem sem depender da operação diária
Em tempos de incerteza, donos visionários precisam sair do "modo bombeiro" e estruturar liderança que resista ao turbilhão
Uma recente pesquisa global da DDI apontou que 40% dos líderes já consideraram abandonar seus cargos devido ao estresse e à sobrecarga operacional, um indicativo de como muitos empreendedores ficam sobrecarregados ao tentar gerenciar todas as frentes do negócio. Essa estatística revela que o modelo de liderança tradicional, no qual o dono da empresa acumula funções, está se tornando insustentável em ambientes complexos e voláteis.
Robson V. Leite é mentor e especialista em estruturar agências digitais de alta performance. No campo de batalha, observou que muitos líderes mantêm o controle excessivo por insegurança, dificultando que o time assuma responsabilidades e que a empresa funcione sem sua intervenção constante. No entanto, o empresário precisa reconhecer que ser multitarefa não é sinônimo de liderança verdadeira, pelo contrário. Neste formato, decisões importantes ficam travadas, gargalos se acumulam, e o negócio entra em modo “reação” permanente.
A primeira condição para sair desse ciclo é criar alavancas operacionais. O especialista afirma que cada processo crítico deve ser formalizado, documentado e replicável, liberando o líder para pensar estratégias, não apenas apagar incêndios. “Essa é uma das etapas pelas quais os mentorados do Agência de Valor passam: estruturar o seu negócio de forma assertiva e com processos claros e definidos" comenta.
Outra transição essencial é abandonar a mentalidade de “executor” para adotar postura de gestor de gestores. Em vez de resolver todos os problemas, o papel do empresário deve ser garantir que o time superior esteja alinhado com visão, cultura e metas. Dessa forma, a empresa deixa de depender de quem está no topo e passa a funcionar em rede de confiança e autonomia.
Em cenários turbulentos, líderes também precisam dominar ciclos de tomada de decisão e validar hipóteses com rapidez. Robson recomenda construir checkpoints periódicos, premissas testadas e métricas que indiquem quando pivotar. Isso evita o erro de persistir por meses em ações que não entregam e impede que o líder permaneça atolado em decisões menores.
Ao aplicar essas mudanças estruturais, o empresário direciona sua energia para o que realmente importa: visão, cultura e escala. Ele deixa de ser protagonista de todas as cenas e passa a orquestrar protagonistas dentro da empresa. É dessa transição que nascem líderes resilientes e negócios que crescem longe da dependência do fundador.
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