O Tempo se Esgota: Consulta Pública 005/2025 Exige Nossa Voz (Destaque)
Não é exagero dizer que estamos diante de um daqueles momentos que definem o rumo de uma categoria inteira. A Consulta Pública CNSP 005/2025 está na reta final, e cada dia que passa em silêncio é um pedaço de espaço perdido, talvez irrecuperável. Não se trata de um detalhe burocrático escondido no Diário Oficial ou no Site da Susep. Trata-se de algo que mexe diretamente com o coração do mercado: corretores, seguradores, instituições de ensino, todos nós.
Ora, quem vive o seguro no dia a dia sabe: nada acontece sem a mediação do bom senso, sem a voz de quem conhece a prática. E, no entanto, como explicar a apatia que ainda paira entre nós? Será que acreditamos que alguém falará por nós? Que o tempo nos dará uma segunda chance? Ou que o raio cai duas vezes no mesmo lugar? O relógio, implacável, já não permite ilusões.
O que está em jogo não é apenas mais uma norma, mas a possibilidade de consolidar caminhos que podem engessar ou libertar a profissão. Corretores e seguradores conhecem bem o peso das decisões tomadas sem escuta. São decisões que, uma vez publicadas, não voltam atrás com facilidade. E o pior: decisões que afetam milhares de profissionais da corretagem e todos os seguradores, mas que muitas vezes nascem no silêncio, sem a participação de quem mais entende do assunto.
Pois bem, a Consulta Pública é justamente o espaço para que a experiência se transforme em argumento, para que o conhecimento da rua, do balcão, do atendimento direto às famílias e empresas chegue aos ouvidos de quem vai deliberar. Somos corretores e seguradores. Não há tempo para hesitações. Amanhã poderá ser tarde demais, e ficaremos condenados a repetir aquela velha frase amarga: “se eu tivesse me manifestado…”.
É nesse ponto que cabe uma escolha simples, quase doméstica: ou permanecemos espectadores de nosso próprio destino, ou erguemos a voz — com equilíbrio, com firmeza, com a convicção de quem sabe que o seguro só cumpre sua missão quando é construído a muitas mãos.
Se há um chamado a fazer, é este: participe. Leia, reflita, escreva. Um gesto, ainda que breve, pode ecoar mais do que imaginamos. A omissão, essa sim, é ensurdecedora.
E que não reste dúvida: não é uma questão de conveniência, mas de responsabilidade. A Consulta Pública 005/2025 não é sobre “eles”. É sobre nós. É sobre o futuro da profissão, o respeito ao segurador e a dignidade de uma atividade que não pode ser moldada sem a presença de seus verdadeiros protagonistas.
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Armando Luís Francisco
Jornalista
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