Comitê Juntos Por Elas Debate Cultura do Assédio Moral no Ambiente Corporativo
No dia 23 de setembro, a Sou Segura promoveu o evento “Assédio Moral: Reconhecer, Enfrentar e Prevenir”, realizado na sede da Sompo no Brasil. A iniciativa do Comitê Juntos Por Elas reuniu lideranças do setor para debater o impacto do assédio moral no ambiente corporativo e reforçar a importância de práticas que garantam respeito, acolhimento e segurança para as mulheres.
Entre os palestrantes estiveram Alfredo Lalia Neto (CEO da Sompo), Guilherme Perondi (Diretor Presidente Swiss Re Corporate Solutions Brasil), Mauro Levi D’Ancona (CEO da 180 Seguros) e Firmino Freitas (Co-CEO da Darwin Seguros).
O encontro foi marcado por reflexões profundas e relatos de experiências práticas de CEOs e executivos que participaram do ciclo de debates ao longo do ano. A mediação ficou a cargo de Simone Ramos, diretora de Portos e Logística da Lockton e diretora executiva da Sou Segura, que destacou a importância de transformar o ambiente de trabalho em um espaço que promova o bem-estar físico e mental:
“Queremos provocar reflexões e trazer alertas para que o mercado de seguros enxergue novas possibilidades e oportunidades para as mulheres. O ambiente corporativo precisa ser um lugar de respeito e acolhimento”, afirmou.
Empatia e cultura organizacional
Durante o painel, Alfredo Lalia Neto, CEO da Sompo, trouxe uma reflexão sobre o papel da liderança na construção de ambientes mais empáticos e inclusivos:
“É mais difícil assediar os iguais do que os diferentes. Como líderes, precisamos desenvolver empatia genuína, principalmente com quem tem vivências distintas das nossas. Não nascemos mulheres, não vivemos como mulheres, então é essencial ouvir e aprender com elas para não ultrapassar a linha da cobrança e cair no assédio”, destacou.
Lalia Neto também reforçou que mudanças culturais só acontecem quando há incentivo e reconhecimento:
“Não se muda cultura apenas com discurso. É preciso reconhecer e valorizar os comportamentos esperados. Se não houver estímulo, as pessoas voltam para onde estavam”, completou.
Escuta ativa e prevenção
O Diretor Presidente Swiss Re Corporate Solutions Brasil, Guilherme Perondi, compartilhou aprendizados sobre microagressões e a importância de se posicionar diante delas:
“Não basta não assediar. É preciso construir uma cultura que acolha e empodere. O apoio público à vítima é uma forma poderosa de posicionar valores e fortalecer a confiança no ambiente de trabalho”, afirmou.
Já Felippe Astrachan, CEO da Avla Brasil, apresentou a prática de aplicar pesquisas frequentes para medir o respeito percebido pelas equipes:
“Se a nota não é máxima, algo está errado. Essa métrica simples nos permite agir antes que o problema se torne uma denúncia”, explicou.
Segurança psicológica e impacto na cultura
O CEO da 180 Seguros, Mauro Levi D’Ancona, destacou que o assédio moral muitas vezes se manifesta de forma sutil, como piadas ou exclusões:
“Criar uma cultura clara sobre o que é aceitável ou não, ajuda as pessoas a identificarem e reportarem comportamentos inadequados. Segurança psicológica precisa ser um pilar da cultura organizacional”, afirmou.
Firmino Freitas, Co-CEO da Darwin Seguros, alertou para os custos invisíveis do assédio moral:
“O principal impacto é a perda de talentos. Pessoas motivadas vão embora, e isso intoxica a cultura. Cultura se constrói com esforço diário, mas se perde em segundos”, disse.
Dados que reforçam a urgência
A urgência em enfrentar o assédio moral no ambiente corporativo é evidenciada por uma série de estudos recentes. Segundo a pesquisa “Mapa do Assédio no Brasil 2024”, conduzida pela KPMG, nove em cada dez mulheres já sofreram algum tipo de assédio no trabalho, e apenas uma minoria se sente segura para denunciar.
Além disso, o estudo “Psychological Safety Statistics 2025”, da World Metrics, aponta que ambientes com alto índice de segurança psicológica apresentam até 35% mais produtividade e 50% mais inovação. A pesquisa da BCG complementa ao mostrar que a segurança psicológica contribui para a equidade no ambiente de trabalho, nivelando oportunidades entre colaboradores.
Esses dados reforçam a importância de ações concretas e contínuas para transformar a cultura organizacional, promovendo ambientes mais seguros, respeitosos e inclusivos para todas as mulheres.
Caminhos para a transformação
O evento também abordou como transformar cultura organizacional por meio de incentivos, formação de lideranças diversas e inclusão de temas como respeito e equidade nos ritos corporativos.
“Toda e qualquer iniciativa passa por mudanças de incentivo. Se não houver reconhecimento, não há transformação”, reforçou Alfredo Lalia Neto.
Durante a etapa de perguntas, Lalia Neto destacou como a Sou Segura vem cumprindo um papel fundamental de acolhimento e conscientização no setor. Elisa Rodrigues, conselheira da Sou Segura, também reforçou que, mesmo diante das cobranças do mundo corporativo, a associação atua para garantir um espaço mais humano e respeitoso.
Ao final, os participantes destacaram a importância de manter o diálogo aberto e contínuo sobre o tema. A proposta de transformar o encerramento do ciclo em um ponto de partida para novas turmas foi recebida com entusiasmo.
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