Logo na abertura, o tom foi dado pela análise franca de Bruno Sobral, que destacou a complexidade de lidar com os riscos e a dificuldade histórica do setor em encontrar consenso. Para ele, “os desafios são enormes e constantes, sobretudo quando se trata de precificar corretamente esse risco”.

Na mesma linha de realismo, mas com otimismo quanto ao momento atual, Marcelo Reina ressaltou que o mercado vive um dos melhores anos da década no segmento de saúde. “2025 é um ano muito oportuno para o corretor de saúde”, afirmou, reforçando que o cenário se mostra favorável para quem souber se posicionar estrategicamente.

Vanessa Mendes trouxe à mesa a preocupação com a judicialização da saúde suplementar e a necessidade de profissionalização dos corretores. Segundo ela, o setor passa por mudanças estruturais que exigem adaptação rápida. “Não dá mais para ser apenas vendedor de plano de saúde. É preciso estar preparado para atuar como consultor de saúde do cliente”, destacou.

No segundo bloco, dedicado às estratégias de vendas, Vanessa reforçou que o trabalho do corretor vai além de conhecer os produtos: envolve compreender tendências e oferecer orientação qualificada ao consumidor. “Não existe sinistralidade ruim, existe preço versos sinistro”, pontuou, chamando a atenção para o equilíbrio entre custo e resultado como chave para a sustentabilidade do setor.

A memória do próprio Conec serviu de ponto de reflexão. João Carlos Garrucho lembrou que até poucos anos atrás o tema saúde quase não aparecia nas pautas principais do evento. “É interessante notar que três edições atrás mal se falava de saúde, e hoje temos uma trilha inteira dedicada ao tema”, observou, evidenciando a mudança de protagonismo do segmento.

O painel se encerrou com um debate sobre fidelização, em um momento em que o cancelamento de planos de saúde se tornou uma preocupação crescente. Marcelo Reina alertou que a retenção de clientes será um dos grandes diferenciais competitivos daqui para frente, consolidando a mensagem central do encontro: o futuro da saúde suplementar dependerá da capacidade do setor em combinar inovação, preparo técnico e proximidade com o consumidor.