4 dicas para implementar uma governança corporativa eficaz na sua empresa

A governança corporativa deixou de ser apenas um diferencial e se tornou uma condição essencial para a sustentabilidade e a credibilidade das empresas. Segundo pesquisa do IBGC, 86,8% dos conselheiros e executivos brasileiros consideram provável ou muito provável o aprimoramento das práticas de governança corporativa em suas empresas durante 2025.

"Mais do que atender a normas ou requisitos regulamentares, trata-se de adotar práticas que garantam transparência, responsabilidade e perenidade nos negócios", comenta Viviane Elias Moreira, especialista em gerenciamento de riscos e crises corporativas, gestão de operações e controles internos.

Para implementar uma corporativa realmente eficaz, Viviane lista quatro dicas essenciais:

1. Priorize a governança

A governança (o "G", da sigla ESG) deve ser o pilar inicial e fundamental, pois, sem ética, integridade, transparência e compliance, as ações relacionadas aos aspectos ambientais e sociais não terão tangibilidade. Uma governança sólida é essencial em tempos de crise e garante que os dados sejam confiáveis, éticos e protegidos para gerar valor. Empresas que não possuem políticas de governança claras correm o risco de violações de privacidade e decisões enviesadas.

2. Implemente uma governança de dados para uma IA mais segura

É crucial organizar, proteger e utilizar os dados de forma estratégica para transformá-los em ativos poderosos que impulsionam inovação, eficiência e credibilidade. A governança de dados apoia a tomada de decisões estratégicas e é a base para a adoção responsável da Inteligência Artificial (IA), uma vez que a tecnologia depende diretamente da qualidade das informações com as quais é treinada e alimentada. A ausência de políticas robustas de governança, programas de gerenciamento de riscos e resiliência corporativa que englobam novas tecnologias e novos processos é a causa mais provável de incidentes e crises em organizações dos mais diferentes segmentos.

3. Estabeleça uma gestão de riscos contínua e transparente

A gestão de riscos deve ser um processo contínuo e eficaz, abrangendo riscos operacionais, financeiros, legais, tecnológicos, reputacionais e sociais, além dos riscos psicossociais, que agora são obrigatórios pela nova NR-1, para além da visão básica adotada pelas empresas atualmente. É fundamental analisar todos os stakeholders e entender como os riscos impactam colaboradores, fornecedores e clientes, sempre com um olhar social e de diversidade e inclusão. A gestão de riscos não é opcional, mas um ponto necessário e estratégico que deve ser normalizado na cultura corporativa como uma vantagem competitiva, evitando impactos financeiros e perda de talentos. A transparência é essencial e o gerenciamento de riscos deve ser amplamente divulgado e apoiado na organização.

4. Compliance como estratégia propositva

Um compliance eficaz é vital para a saúde dos negócios e para a construção de uma confiança corporativa positiva. As políticas internas da empresa devem ser claras, justas e homologadas às boas práticas do mercado, equilibrando a proteção da cultura corporativa com a individualidade dos profissionais. A falta de governança e compliance pode expor as empresas a falhas estruturais. Estar em compliance é, sim, estar aderente às normas, leis e boas práticas, mas também estar alinhada com a cultura e valores corporativos. Uma nova área de compliance, multidisciplinar e estratégica, é uma demanda urgente para as empresas que desejam trazer esta área para o centro da estratégia da organização.