Doar traz benefícios intangíveis: bem-estar, propósito e maior conexão
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Cássia Cunha
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Luciana Brajterman (*)
Doar é um ato de generosidade, mas também uma forma poderosa de gerar bem-estar. Quem já doou tempo, dinheiro, conhecimento ou recursos a uma causa significativa provavelmente conhece aquela sensação boa que acompanha o gesto. A ciência já se debruçou sobre esse fenômeno e confirma: ajudar os outros ativa áreas do cérebro ligadas à recompensa, como o estriado ventral e o córtex pré-frontal medial, as mesmas associadas ao prazer, à empatia e à motivação. Esse sentimento positivo ficou conhecido como “helper’s high” – um estado emocional de euforia seguido por um senso duradouro de propósito e satisfação.
O que nos motiva a doar não é apenas o desejo de transformar a realidade do outro, mas também a busca por pertencimento, conexão e propósito. A psicologia chama esse fenômeno de warm-glow giving – uma espécie de “brilho interno” sentido ao contribuir com causas sociais. O termo, cunhado pelo economista James Andreoni, traduz a ideia de que a doação, mesmo sem contrapartida tangível, oferece uma recompensa emocional real e mensurável.
Estudos demonstram que doar promove benefícios à saúde mental. Um levantamento publicado pelo National Institutes of Health (NIH) mostra que comportamentos altruístas de pessoas que doam ou fazem trabalho voluntário regularmente apresentam menores níveis de estresse, menos sintomas de depressão e maior sensação de bem-estar. Um estudo da Universidade de Harvard, publicado na revista Science, também concluiu que gastar dinheiro com os outros gera mais felicidade do que gastar consigo mesmo – independentemente do valor envolvido.
Nos Estados Unidos, a cultura da doação já faz parte do cotidiano. Segundo o relatório Giving USA 2024, o total doado no país atingiu US$ 592,5 bilhões – sendo 66% desse montante oriundo de pessoas físicas. Esse número expressivo mostra que, para os americanos, doar é um valor social, quase um hábito incorporado à identidade nacional. Cerca de 75% dos adultos afirmam ter feito ao menos uma doação no último ano, com destaque para instituições religiosas e para causas relacionadas à saúde, educação, combate à pobreza e meio ambiente.
No Brasil, segundo dados da última edição da Pesquisa Doação Brasil, uma iniciativa do IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), 43% dos respondentes são Doadores Institucionais, ou seja, doaram dinheiro para alguma instituição ou organização social e o valor estimado total de doações realizadas por estes indivíduos foi de R$ 24,3 bilhões em 2024. Apesar de ser o maior volume de doações registrado desde a primeira pesquisa, realizada em 2015, ainda há desafios a serem enfrentados. A falta de cultura, a desconfiança e o desconhecimento sobre o impacto das doações são algumas das barreiras.
Por isso, é importante ampliar o discurso. Precisamos comunicar que doar não é apenas um gesto nobre: é uma escolha que transforma vidas — inclusive a de quem doa. Ao doar, o indivíduo se conecta a um propósito maior, fortalece sua identidade altruísta e se vê como parte ativa de uma rede de transformação social.
Para as organizações que atuam com fundraising, a chave está em despertar essa conexão emocional. Segundo o Henry Rosso, fundador da Fund Raising School, fundraising é “the gentle art of teaching the joy of giving”. Isso passa por compartilhar causas e necessidades reais, mostrar o impacto concreto da contribuição, criar experiências envolventes e oferecer formas acessíveis e transparentes de doar. É essencial que o doador veja o “depois” – como sua doação gerou mudança. Quanto mais emocionalmente envolvido ele estiver, maior será sua fidelização.
Em tempos em que tantas pessoas buscam sentido, propósito e bem-estar emocional, a doação se revela não apenas um gesto solidário, mas uma prática transformadora. Iniciativas como o The Giving Pledge, uma comunidade global formada pelos filantropos mais ricos do mundo que se comprometem a doar a maior parte da sua riqueza para causas filantrópicas em vida ou por meio dos seus testamentos, é um exemplo inspirador. Elie Horn, empresário e referência em filantropia no Brasil, é signatário e sua decisão de fazer parte desta rede demonstra que doar é também um ato de cidadania e legado. Fazer o bem faz bem – e a ciência, a psicologia e a experiência de milhões de doadores pelo mundo não deixam dúvidas: doar é, também, um presente para si mesmo.
(*) Luciana Brajterman é Corporate & Philanthropic Business Development Specialist. Formada em Relações Internacionais (Universidade Estácio de Sá), com MBA em Marketing (FIA Business School com estudos na Columbia University, NY), certificada em Marketing Communications (UC Irvine) e Principles & Techniques of Fundraising (Indiana University - Lilly Family School of Philanthropy).
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