Cenário global de cibersegurança revela vulnerabilidades na América Latina
A Check Point Software informa que o período do primeiro semestre de 2025 confirmou um novo marco no cenário global de cibersegurança: a inteligência artificial (IA) consolidou-se como arma de ataque, enquanto grupos criminosos evoluíram em profissionalismo e resiliência. Relatórios recentes da Check Point Software apontam que a combinação de deepfakes de voz e vídeo, LLM-jacking - ataques que exploram ou sequestram grandes modelos de linguagem (LLMs, como GPTs) para fins maliciosos - e geração automatizada de malware tem tornado ataques mais convincentes e difíceis de detecção.
Paralelamente, o mercado de credenciais roubadas e infostealers explodiu, viabilizando acessos iniciais a redes corporativas. Já o ransomware evoluiu para o modelo de extorsão de dados, no qual a ameaça de vazamento de dados substitui a criptografia, reduzindo rastros e acelerando a monetização.
“Na América Latina, a situação é ainda mais crítica. Em média, uma organização da região sofreu 2.827 ataques semanais, contra 2.005 no cenário global, resultado de análise dos últimos seis meses (março a agosto de 2025). Além disso, 74% dos arquivos maliciosos foram entregues via Web no último mês, e a exploração de vulnerabilidades mais comum foi Information Disclosure, impactando igualmente 74% das organizações latino-americanas”, relata Jonathan Fischbein, Chief Information Security Officer & DPO.
De acordo com o executivo, casos recentes reforçam a gravidade desse cenário: o APT Blind Eagle intensificou ataques de phishing contra órgãos públicos e bancos na Colômbia; o grupo Hellcat ransomware afirmou ter exfiltrado 106 GB de dados de uma grande operadora de telecomunicações regional; e a campanha BADBOX 2.0 comprometeu milhões de dispositivos IoT, com o Brasil liderando os incidentes (37,6%), seguido de México e Argentina.
Fischbein afirma ainda que, entre as tendências mais relevantes observadas em 2025, se destacam:
• Engenharia social com IA e deepfakes: ataques de spear-phishing e fraudes por voz cada vez mais convincentes.
• Explosão de infostealers: roubo de credenciais e tokens que impulsionam movimento lateral e comprometimento de contas corporativas.
• Ransomware evoluindo para extorsão de dados: extorsão baseada em vazamento de dados substitui criptografia tradicional.
• Ataques à cadeia de suprimentos, nuvem e LLM-jacking: riscos crescentes em ambientes híbridos e APIs mal configuradas.
Diante disso, o executivo aponta quatro prioridades estratégicas imediatas para proteção das organizações da região:
1. Fortalecer a identidade digital com autenticação de múltiplos fatores (MFA) resistente a phishing e validação multifatorial de voz/vídeo.
2. Adotar Zero Trust e segmentação de rede para limitar a movimentação lateral.
3. Utilizar IA defensiva para detecção em tempo real e resposta automatizada a incidentes.
4. Ampliar as equipes de segurança para validar fornecedores de segurança terceirizados, a fim de aprimorar a postura e as melhores práticas de SaaS e da cadeia de suprimentos.
“A América Latina também precisa de alinhamento regulatório, cooperação regional e alfabetização digital pública para resistir à desinformação e ao crime cibernético impulsionados pela IA”, conclui Fischbein.
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