Publicidade interativa cresce e aumenta engajamento de marcas
Por Jean Campos, Diretor Criativo da MUVA
A publicidade atravessa um momento de transformação em que criatividade e tecnologia se entrelaçam de forma inédita. O surgimento do Fake Out-of-Home (FOOH) e dos formatos interativos marca uma evolução na forma como marcas e organizações se conectam com seu público. Ao fundir narrativas imersivas com recursos digitais hiperrealistas, esses formatos ampliam o alcance da comunicação e quebram as barreiras entre o físico e o virtual.
O termo FOOH ganhou visibilidade em 2023, quando campanhas como a da Maybelline, que simulava cílios gigantes acoplados em ônibus de Londres, ou a ação do filme “Barbie”, em que a boneca parecia sair de um outdoor, viralizaram globalmente. Essas iniciativas mostraram que, com tecnologia de ponta, é possível gerar impacto com custos menores do que os exigidos por grandes ativações físicas em espaços urbanos. Mais do que isso: provaram que uma peça criada para parecer real no ambiente urbano pode se tornar ainda mais poderosa quando ganha escala nas redes sociais, alcançando públicos internacionais em questão de horas.
Paralelamente, a publicidade interativa amplia a fronteira do engajamento. Em vez de apenas assistir, o consumidor passa a participar ativamente da narrativa, seja por meio de realidade aumentada, experiências gamificadas ou campanhas que reagem em tempo real às ações do público. Essa participação não apenas aumenta a atenção, como gera envolvimento emocional e reforça a lembrança da mensagem. No mercado B2B, tradicionalmente marcado por uma comunicação mais racional e institucional, o potencial desses formatos é ainda mais promissor: eles permitem criar experiências que unem dados técnicos a narrativas criativas, facilitando conexões mais humanas e memoráveis entre empresas e clientes.
Há, naturalmente, quem veja riscos nesse movimento. Questiona-se, por exemplo, se o excesso de hiper-realismo digital não poderia gerar desconfiança ou mesmo saturação, à medida que o público perceba a manipulação. Contudo, a publicidade sempre se sustentou na arte de criar ilusões convincentes, capazes de despertar emoções e conduzir escolhas. A diferença agora está na escala e na velocidade de disseminação proporcionadas pelas tecnologias digitais. Em vez de minar a confiança, campanhas bem planejadas têm a oportunidade de fortalecer a transparência, deixando claro que se trata de uma experiência criativa e não de uma tentativa de enganar.
A ascensão do FOOH e da publicidade interativa sinaliza, portanto, uma redefinição do conceito de engajamento. Não se trata apenas de transmitir uma mensagem, mas de convidar o público a vivê-la, compartilhá-la e reinterpretá-la. Em um cenário em que a atenção é um dos recursos mais escassos, formatos capazes de unir impacto visual, participação ativa e narrativa imersiva despontam como uma resposta eficaz. A publicidade que souber explorar essas ferramentas de forma estratégica não apenas acompanhará as tendências, mas se posicionará como protagonista da nova era da comunicação.
*Jean Campos é Creative Director e Founder, especialista em inovação e tecnologias criativas, com mais de 20 anos de experiência no mercado. Ao longo de sua carreira, tem se destacado no desenvolvimento de soluções inovadoras para grandes marcas, utilizando tecnologias como IA generativa, gêmeos digitais, realidade aumentada (AR), realidade virtual (VR) e engines em tempo real. Jean foi Head de Criação e Inovação no Rock in Rio, onde contribuiu com a transformação digital do evento, e hoje é uma referência na integração de tecnologia de ponta e storytelling personalizado, com foco no mercado B2B. Com uma visão inovadora, ele tem ajudado a moldar o futuro das experiências digitais.
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