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Futuro do trabalho exige integração eficaz entre pessoas e IA

Thales Zanussi, CEO do Mission Brasil - Divulgação Thales Zanussi, CEO do Mission Brasil - Divulgação

*Thales Zanussi, fundador e CEO do Mission Brasil

Desde o boom da inteligência artificial, tornou-se ainda mais latente o temor de que a tecnologia substituiria definitivamente a capacidade humana em diferentes ocupações. Hoje, passado algum tempo desde a aterrissagem das ferramentas generativas, vejo um caminho diferente surgindo, no qual o futuro do trabalho está longe de ser decidido por um duelo entre pessoas e tecnologia. Afinal, a transformação em curso não cabe numa narrativa tão reducionista.

Ao invés de um embate direto, o que vivemos hoje no Brasil é uma espécie de coevolução: de um lado, vemos a capacidade humana sendo constantemente desafiada a se adaptar; do outro, assistimos a investimentos massivos para impulsionar cada vez mais o desenvolvimento da IA. Juntos, os dois movimentos formam os pilares de uma nova base para sobrevivência e progresso, em uma sinergia tecnológica que exige muito mais estratégia do que medo.

Nesse contexto, a digitalização acelerada tem, de fato, reescrito as regras do jogo. Afinal, ela abre um potencial inédito para aumentar a produtividade, reinventar setores e criar novos modelos de negócio. No entanto, se mal conduzida, pode também ampliar desigualdades e separar o país entre uma elite profissional qualificada e milhões de trabalhadores com habilidades obsoletas. A pergunta, então, é: como equilibrar a capacidade humana com a disrupção tecnológica de modo que ambas se alimentem mutuamente?

Num mercado cada vez mais fluido, a adaptabilidade tornou-se condição de sobrevivência. Ou seja, a habilidade de aprender rápido, mudar de rota, criar soluções diante do inesperado e entender como atuar com novas ferramentas separa quem continua relevante de quem desaparece. No caso do Brasil, onde a economia é historicamente volátil e a adoção tecnológica ainda avança em ritmo desigual, essa competência se torna ainda mais decisiva.

Os números dão a dimensão do novo cenário. Um estudo da LCA 4Intelligence aponta que 31,3 milhões de postos de trabalho no país serão impactados pela IA generativa. Em anuência, a McKinsey calcula que até 2030, cerca de 16 milhões de empregos serão diretamente impactados pela automação. O movimento acaba por valorizar habilidades que se comunicam com a tecnologia, enquanto desvaloriza as rotinas mecânicas, as mesmas que sustentam boa parte do emprego formal no país.

No entanto, curiosamente, a iminente revolução não parece estar sendo recebida com pânico pelos profissionais. Muito pelo contrário, dados da Robert Half mostram que 8 em cada 10 brasileiros empregados acreditam que a automação pode melhorar a qualidade do trabalho. Na visão deles, a mecanização, bem direcionada, abre espaço para novas funções, corta tarefas repetitivas e exige requalificação. O otimismo é tanto que um estudo global do Boston Consulting Group coloca o Brasil na liderança do ranking mundial de confiança na IA, com 70,6% dos profissionais otimistas, bem acima, até mesmo, de nações onde a tecnologia já está mais avançada, como Índia (60%) e EUA (46%).

Mas há um ‘porém’. O mesmo levantamento mostra que ainda existe um abismo de percepção dentro das empresas: 62% dos líderes sêniores veem a IA com bons olhos, contra apenas 42% dos profissionais em geral que estão na linha de frente. A diferença não pode ser tratada como detalhe, mas como sintoma.

Enquanto executivos enxergam os ganhos de eficiência, quem está no chão de fábrica sente o impacto imediato da substituição de tarefas. Quando não há comunicação clara, muito menos planos consistentes de requalificação, gera-se um risco significativo de se criar um otimismo desinformado no topo e uma ansiedade demasiada na base. Como resultado, temos um terreno fértil para resistência, sabotagem e a famosa “demissão silenciosa”, tendência em que colaboradores permanecem em seus empregos, porém reduzem seu envolvimento e esforço, fazendo apenas o mínimo para cumprir responsabilidades.

Por isso, a narrativa deixou de focar no medo da substituição e passou a enfatizar na colaboração. A pergunta já não é “a máquina vai me substituir?”, e sim “como posso trabalhar com ela para produzir mais e melhor?”. O futuro não pertence apenas aos humanos ou às máquinas isoladamente, mas sim a quem souber orquestrar essa combinação e tirar o melhor das duas inteligências.

*Thales Zanussi é fundador e CEO do Mission Brasil, a maior plataforma de serviços recompensados do Brasil.


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