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Concorrentes avançam enquanto empresas atrasam na integração da inteligência artificial

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Por Fabio Seixas, CEO da Softo*

Poucas tecnologias na história recente provocaram impacto tão rápido e abrangente quanto a inteligência artificial. Em poucos anos, ela deixou de ser um experimento de laboratório para se tornar elemento central em operações comerciais, cadeias produtivas e processos de tomada de decisão. Mas, enquanto algumas empresas já a tratam como parte essencial da estratégia, outras ainda a observam à distância, avaliando riscos e benefícios. Essa diferença de postura está criando um fosso competitivo silencioso, mas profundo, um “moat” que pode definir o futuro das disputas corporativas.

Internamente, a Microsoft aponta que mais de 85% das empresas da Fortune 500 já utilizam sua inteligência artificial, e quase 70% delas integram o Microsoft 365 Copilot em seus fluxos de trabalho, incorporando a tecnologia diretamente às operações estratégicas. Complementando esse panorama, a pesquisa global da IDC "The Business Opportunity of AI" revelou que o uso de IA generativa saltou de 55% em 2023 para 75% em 2024, e projeta que os gastos mundiais com IA alcançarão US$ 632 bilhões até 2028. Esses números evidenciam que a adoção precoce de IA se tornou um fator crítico de competitividade, separando empresas que lideram a transformação digital daquelas que ainda observam de fora.

A verdadeira mudança trazida pela IA não está apenas em automatizar tarefas ou reduzir custos, mas em transformar a própria lógica de criação de valor. Ao ser incorporada precocemente, a tecnologia deixa de ser vista como uma ferramenta e passa a atuar como vetor de transformação estrutural. Em empresas que já a integram aos fluxos de trabalho, cada entrega de produto ou serviço se torna também um ciclo de aprendizado, em que dados alimentam modelos, aprimoram processos e geram novas entregas mais eficientes e assertivas. Trata-se de um mecanismo de aceleração composta, no qual o tempo deixa de ser apenas um recurso e passa a ser multiplicador de vantagem.

Essa dinâmica cria um tipo de barreira competitiva que não se baseia em patentes, infraestrutura ou capital, mas em conhecimento acumulado e codificado em sistemas inteligentes. Modelos treinados com dados próprios, processos internos otimizados e equipes adaptadas a operar em simbiose com algoritmos se tornam ativos impossíveis de serem replicados de forma rápida. Mesmo que um concorrente disponha de maior orçamento, ele não pode simplesmente comprar o tempo de aprendizado e a maturidade operacional de quem começou antes.

No entanto, grande parte das organizações ainda está presa a uma postura de espera cautelosa. Comitês de avaliação, preocupações jurídicas, incertezas técnicas e disputas internas sobre prioridades se tornam barreiras autoimpostas à adoção. Embora legítimas, essas preocupações frequentemente mascaram uma paralisia que enquanto se espera o momento ideal, empresas mais ágeis já acumulam experiência, dados e cultura operacional baseados em IA. Diante disso, a hesitação não significa estagnação, significa retrocesso.

O impacto dessa adoção está emergindo uma nova lógica de escala, na qual empresas enxutas, com equipes menores, conseguem gerar impacto desproporcional ao seu tamanho. Com a IA integrada aos processos, é possível testar múltiplas hipóteses simultaneamente, lançar versões de produtos em ciclos acelerados e reagir em tempo real ao comportamento do mercado. Essa capacidade de adaptação contínua desafia estruturas corporativas tradicionais, que ainda dependem de longos ciclos de aprovação e implementação.

Ao mesmo tempo, a adoção precoce favorece a criação de um ecossistema interno de inovação. Times passam a trabalhar em interação constante com sistemas inteligentes, desenvolvendo uma cultura de melhoria contínua e experimentação. O valor não vem apenas da tecnologia, mas da mentalidade que ela induz com decisões rápidas, validação de ideias em escala e redução do intervalo entre concepção e entrega. Empresas que internalizam esse modelo operam com uma agilidade que não pode ser igualada por estruturas mais lentas, mesmo quando estas possuem mais recursos.

Esse cenário impõe uma questão estratégica inescapável em que a vantagem competitiva no século XXI será conquistada por quem conseguir acelerar a curva de aprendizado antes dos demais. O dilema deixou de ser “se” ou “quando” adotar a IA, e passou a ser “como” e “em que velocidade” fazê-lo. O atraso na tomada de decisão pode significar a perda de relevância em mercados onde a diferenciação se constrói, cada vez mais, em cima de dados, algoritmos e velocidade de adaptação.

A história corporativa está repleta de exemplos de líderes que perderam espaço por subestimar inovações emergentes. Com a IA, esse risco é ainda mais acentuado: não se trata de uma tecnologia que pode ser adotada de forma tardia sem prejuízo competitivo. O “moat” invisível já está sendo cavado e se aprofunda a cada dia em que empresas permanecem presas à análise, enquanto outras, mais ousadas, já transformam essa antecipação em domínio de mercado.

*Com mais de 30 anos de experiência em tecnologia e negócios digitais, Fabio Seixas é empreendedor, mentor e especialista em desenvolvimento de software. Fundador e CEO da Softo, uma software house que introduziu o conceito de DevTeam as a Service, Fabio já criou e dirigiu oito empresas de internet e mentorou mais de 20 outras. Sua trajetória inclui expertise em modelos de negócios digitais, growth hacking, infraestrutura em nuvem, marketing e publicidade online.


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