Como as empresas estão lidando com o impacto das apostas esportivas na saúde corporativa
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Renata Soller
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RHs encaram apostas esportivas como nova fronteira da saúde corporativa, diante de impactos crescentes no bem-estar emocional, desempenho e endividamento dos trabalhadores
A popularização das apostas esportivas no Brasil chegou ao ambiente corporativo. De acordo com a Vidalink, maior empresa de planos de bem-estar corporativo do Brasil, cada vez mais empresas identificam impactos negativos relacionados ao uso frequente de plataformas de "bets", com reflexos que vão do aumento do estresse financeiro à queda de produtividade e adoecimento mental.
Segundo levantamento da Unifesp, 10,9 milhões de brasileiros já jogam de forma a gerar problemas emocionais, familiares ou profissionais. Em 1,4 milhão de casos, o padrão de comportamento já configura transtorno do jogo, condição reconhecida pela OMS, semelhante à dependência de álcool e drogas.
"A diferença entre o uso recreativo e o transtorno está no prejuízo funcional que a atividade causa", explica a psiquiatra Camila Magalhães, cofundadora da Caliandra Saúde Mental. "Quando a pessoa prioriza as apostas em detrimento do trabalho, do convívio social ou persiste no jogo mesmo após perdas graves, temos um alerta vermelho."
De acordo com a CID‑11, o transtorno do jogo caracteriza-se por um padrão persistente de comportamento que envolve:
- Perda de controle: dificuldade em limitar tempo, frequência ou valor das apostas;
- Priorização das apostas: preferência contínua por jogos em vez de trabalho, estudo ou convívio social;
- Persistência diante de prejuízos: manutenção do comportamento mesmo após consequências financeiras, profissionais ou emocionais graves.
Comorbidades como ansiedade, depressão e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) costumam agravar o quadro. “Essas condições aumentam a complexidade do tratamento, exigindo avaliação clínica abrangente e plano terapêutico interdisciplinar (psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional e rede de apoio familiar)”, acrescenta a Dra. Camila.
Impactos no ambiente de trabalho
Uma pesquisa realizada em 2024 com 405 gestores e profissionais de RH de empresas com mais de 100 funcionários, conduzida pelo instituto Opinion Box, em parceria com a Creditas Benefícios e a Wellz, trouxe à tona uma crescente preocupação sobre o impacto das apostas esportivas no ambiente corporativo. O levantamento revelou que 53% dos profissionais de RH afirmaram que colaboradores já enfrentam dificuldades financeiras devido às apostas, enquanto 56% dos respondentes acreditam que muitas pessoas as consideram uma forma legítima de investimento.
O estudo também destacou que metade dos entrevistados percebeu a intenção dos funcionários de usar o 13º salário e as férias para apostar, e 47% notaram um aumento no envolvimento com as "bets" entre os colaboradores. O mesmo percentual afirmou que os funcionários estão cientes dos riscos envolvidos nas apostas.
Entre os impactos mais notados, a dependência de jogos se manifesta no ambiente de trabalho por meio de faltas frequentes, distração excessiva, queda de rendimento, atrasos, dificuldade de concentração e conflitos interpessoais.
Bruno Carone, CEO do Férias & Co., primeiro benefício de viagens do mundo, comenta sobre a crescente preocupação com as apostas no ambiente corporativo. "Este cenário é bastante preocupante, pois as férias são essenciais para a preservação da saúde mental dos colaboradores”, explica o executivo. “Investir em alternativas que ofereçam equilíbrio e satisfação, como programas de bem-estar e incentivos para a gestão saudável do dinheiro, é essencial para evitar que os funcionários sucumbam a práticas que possam comprometer seu desempenho profissional e a qualidade de vida deles", complementa.
Além disso, colaboradores que enfrentam esse tipo de compulsão também tendem a apresentar maior vulnerabilidade ao estresse crônico e ao adoecimento psíquico. Um estudo recente do Intercept Brasil aponta que as casas de apostas virtuais foram responsáveis por um aumento superior a 2.300% nos pedidos de auxílio-doença por ludopatia no país, entre junho de 2023 e abril de 2025.
Gustavo Siqueira, vice‑presidente de Recursos Humanos da Saint‑Gobain para a América Latina, afirma que o tema já entrou na rotina das áreas de gente e gestão:
“O principal sinal é o próprio contexto social em que as ‘bets’ estão inseridas. As empresas são, em essência, pequenos organismos da sociedade. Quando falamos de milhares de trabalhadores, muitos impactados pela promessa de ‘dinheiro fácil’, é essencial que o RH esteja atento para apoiar os colaboradores. O que antes eram apenas conversas sobre qual time ganhou ou perdeu, agora envolve sugestões de apostas, valores que estão sendo pagos e influenciadores indicando onde apostar. Isso vem alterando não só as conversas, mas também o comportamento de alguns profissionais”, diz Gustavo Siqueira.
Para Gustavo, o tema não pode ser tratado como casos isolados: “As ‘bets’ têm baixa barreira de entrada, crédito fácil e apelo emocional forte. O risco é silencioso, mas real: o discurso de ‘dinheiro fácil’ afeta o comportamento, altera o clima e compromete a performance”, acrescenta.
O papel das empresas
Para Luis Gonzalez, CEO e cofundador da Vidalink, ignorar essa realidade representa um risco ao negócio: “A dependência de jogo não é apenas um problema individual; é um fenômeno social que já começa a comprometer o ambiente de trabalho. As empresas que realmente se preocupam com saúde mental não podem mais deixar esse tema de fora da pauta. É preciso atuar com responsabilidade, entendendo que saúde financeira, emocional e desempenho estão profundamente conectados”, diz.
Gustavo Siqueira reforça que o papel do RH, diante desse cenário, é propor ações preventivas: “Nosso foco tem sido orientar. Não se trata de vigiar ou punir, mas de informar, acolher e alertar sobre os riscos. Por ora, estamos promovendo campanhas educativas para toda a equipe na América Latina.”
Gustavo reconhece, no entanto, que o tema ainda é delicado: “A privacidade do colaborador precisa ser respeitada. Mas é fundamental estarmos atentos a esse novo tipo de vulnerabilidade, principalmente entre os mais jovens, que têm maior familiaridade com tecnologia e estão mais expostos às promessas de ganho rápido.”
Luis Gonzalez destaca que a atuação corporativa deve ir além de respostas pontuais e estar ancorada em uma cultura estruturada de bem-estar:
“Vivemos um momento em que é essencial ampliar o conceito de benefício corporativo. O RH precisa oferecer soluções personalizadas, que dialoguem com as vulnerabilidades reais dos colaboradores, como programas de educação financeira, acesso facilitado a tratamentos de saúde mental, suporte a dependentes e ações educativas sobre comportamentos de risco, como o jogo compulsivo”, relata Gonzalez.
Segundo o CEO, empresas que adotam esse olhar colhem resultados mais sólidos em engajamento, retenção e clima organizacional: “Não se trata de invadir a vida pessoal dos colaboradores, mas de reconhecer que o trabalho é parte da vida, e precisa acolher os desafios que vêm junto com ela.”
Para preparar o terreno, os especialistas recomendam:
- Treinar a liderança sobre como promover segurança psicológica e identificar sinais de alerta (absenteísmo, distração, estresse e endividamento, por exemplo);
- Promover diálogo e campanhas educativas integradas a outros temas de saúde mental;
- Oferecer benefícios personalizados, incluindo plano de medicamentos e acompanhamento profissional com psiquiatra, psicólogo e terapeuta ocupacional.
Siqueira conclui com um alerta: “O uso problemático de apostas tende a se tornar uma nova fronteira da saúde corporativa, ao lado de temas como burnout e dependência digital. O mercado ainda está engatinhando nesse debate, mas, em breve, essa discussão será inevitável.”
Sobre a Vidalink
A Vidalink é a maior empresa de planos de bem-estar corporativo do Brasil e pioneira ao oferecer um plano de medicamentos para colaboradores, com cobertura nacional e 100% digital. Por meio de um aplicativo único, integra saúde física e mental, promovendo bem-estar 360º.
O plano de medicamentos funciona como um aumento salarial indireto, com custo até 85% menor para a empresa do que repassar o mesmo valor na folha. Para o colaborador, oferece experiência descomplicada e segura com sistema antifraude. A Vidalink também disponibiliza segurança para a empresa com 100% de auditoria das receitas e ferramentas como o Portal Empresas, o Dashboard Médico e o Check-up de Bem-Estar, que apoiam o RH na gestão e análise dos dados de uso.
Com mais de 25 anos de mercado, atende mais de 850 empresas e 4 milhões de usuários. Grandes marcas como Apple, iFood, Johnson & Johnson, Pirelli, Ipiranga, Tim, Vivo e Warner Bros já utilizam os benefícios da Vidalink no ambiente de trabalho.
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